Área Cultural | Área Técnica |
Ciência
e Tecnologia
-
Colunistas
-
Cultura
e Lazer |
Aviação
Comercial -
Chat
- Downloads
-
Economia |
Página Principal |
- Administração
de Empresas -
16
/ Novembro /
2004
A carga
tributária
Por Antonio Carlos
Evangelista Ribeiro, colunista titular
A carga
tributária, fonte da receita pública, é fundamental para o desenvolvimento
econômico, social e cultural de um País. Todo um conjunto de serviços
prestados à coletividade – educação, saúde, previdência e assistência
social, transporte, segurança, comunicações, entre outros – depende da ação
do Estado.
O brasileiro tem a segunda maior carga tributária sobre salários do mundo:
42,15% em 2003.
Abaixo apenas da
Dinamarca, onde a carga tributária é de 43,1%. O
grande problema é que esses serviços não satisfazem à população.
Essa ineficácia e ineficiência de prestação de serviços tem sido
justificada ao longo dos anos pelo déficit público. O Estado não
arrecada o suficiente para fazer frente às suas necessidades de custeio. Isso
acontece, em parte, porque a maior parcela da receita tributária é destinada
ao pagamento da dívida pública.
Em uma conjuntura econômica como a nossa, na qual o Estado retira cada vez mais
recursos do mercado para pagar encargos da dívida pública e custear a máquina
administrativa, sem que haja, em contra partida, melhora na prestação dos
serviços de cunho público e maiores investimentos no desenvolvimento da
atividade econômica, os tributos devem ser uma constante preocupação.
As tributações excessivas, ineficazes e ineficientes, ao tempo em que reduzem
o poder de compra e a capacidade de consumo, comprimem a demanda, inibem a produção,
reduzem a oferta de empregos e prejudicam o crescimento econômico do país.
Os próprios gestores do Estado têm consciência da pesada carga tributária,
entretanto, não há, em curto prazo, perspectivas favoráveis de redução
consistente e significativa que possam reverter essa situação.
Em matéria publicada no Jornal Folha de São Paulo – Fabiana Futema – em
24/09/2004, o Ministro da Casa Civil afirma que a carga
tributária brasileira é "inaceitável".
“O ministro da Casa Civil, José Dirceu, admitiu hoje que a carga
tributária é um entrave para o financiamento de investimentos no país. Ele
chamou de "inaceitável" a carga tributária brasileira, equivalente a
37% do PIB (Produto Interno Bruto).
No entanto, o ministro afirmou que o país não tem como reduzir o peso
dos impostos. "Porque o país tem uma demanda de investimento social e de
infra-estrutura. E tem essa demanda do serviço da dívida", disse ele
durante almoço promovido pela Câmara de Comércio França-Brasil.”
Portanto,
essa é a nossa realidade:
ü
os tributos são necessários;
ü
a cada dia o Estado se aprimora, em arrecadar mais;
ü
a tributação excessiva reduz o poder de compra, a capacidade de
consumo, comprime a demanda, inibe a produção, reduz a oferta de empregos e
prejudica o crescimento econômico do país.
Então: O que
fazer? Como podemos suavizar o impacto dos tributos em nossa atividade? Como
podemos reverter os atuais tributos em capital produtivo? Como manter a
competitividade de nossa empresa? Como realizar investimentos com as elevadas
taxas de juros?
Diante deste cenário e buscando soluções, alguns administradores e gestores
de empresas lançam mão de alternativas, nem sempre recomendadas, como, por
exemplo: o não pagamento de tributos.
As inadimplências tributárias podem gerar às empresas pesadas sanções administrativas e cominações financeiras que poderão até comprometer a sua lucratividade e até a sua viabilidade econômica.
Aí surge uma nova ferramenta
administrativa muito pouco utilizada: o
“Planejamento Tributário”.
Certamente você já ouviu falar sobre isso. Mas, já se informou corretamente
sobre o assunto?
Alguns administradores acham, erradamente, que planejamento tributário
significa: não pagar impostos ou sonegá-los. Outros acreditam que atrasar
impostos e alongá-los através de REFIS é planejamento.
O fato de sua empresa não pagar o imposto devido, ou retardar seu pagamento, não
é planejamento tributário. Mesmo que a quitação posterior desse imposto,
acrescido de mora, seja inferior a um ganho financeiro obtido pelo mesmo valor
no período.
Isso, não é planejamento e, muito menos planejamento tributário. É uma
apenas uma operação de oportunidade, calculada e dimensionada para resultar
efeitos imediatos, efeitos apenas pontuais.
Se fosse assim, haveria uma infinidade de tributaristas neste País.
Há, ainda, que se ponderar que uma grande maioria de Administradores e gestores
de empresas desconhece o assunto. Acreditam que planejamento tributário é
inadimplência de impostos. Não é nada disso.
Planejamento Tributário é algo mais elaborado, mais estudado e produz efeitos
a curto, médio e longos prazos. Seu efeito é mais duradouro e o ganho obtido
pela empresa é maior, muito maior.
Planejamento Tributário é uma ciência. É a ciência que estuda as leis, os
tributos e suas incidências produzindo alternativas de redução da carga
tributária sobre a empresa, valendo-se de técnicas administrativas aliadas à
engenharia financeira, preservando a legalidade do processo. Isto é,
perfeitamente de acordo das leis vigentes.
Nos Planejamentos Tributários sérios, eficazes e eficientes não há espaço
para a inadimplência tributária.
Quando uma empresa realiza um Planejamento Tributário, o faz, estritamente de
acordo com a legislação, e por um período pré-determinado. Esse período
varia de acordo com o próprio planejamento empresarial da empresa.
O Planejamento Tributário, portanto, é mais uma ferramenta administrativa que
pode e deve ser utilizada no Planejamento Empresarial.
Como todos nós sabemos, o dia a dia das empresas é uma luta constante pela
sobrevivência. O Administrador centraliza seus esforços, principalmente na
produção, na produtividade e nos custos.
Em face dessas grandes e importantes preocupações, o Administrador não se dá
conta que boa parte dos recursos financeiros, gerados pela atividade operacional
e empresarial, é recolhido ao Governo sob a forma de tributos, descapitalizando
a empresa.
Essa retirada de recursos da atividade produtiva e empresarial reflete
diretamente na organização, provocando a escassez de disponibilidades para
reinvestimento na atividade, uma baixa remuneração dos capitais investidos
pelos sócios e acionistas e, não raro, uma necessidade de tomada de recursos
onerosos para gerir a atividade operacional, o que agrava ainda mais a remuneração
dos sócios e acionistas, pois na apuração de resultado, serão deduzidos os
encargos financeiros.
Nessa batalha diária pelo melhor desempenho e maior lucratividade, o
Administrador não se dá conta que essa retirada de recursos da atividade, por
meio de pagamento de tributos, pode ser reduzida e, desta maneira,
proporcionar-lhe melhores condições para investir na atividade operacional e
produtiva da empresa.
Como sempre tenho afirmado em meus artigos, o bom Administrador precisa ter várias qualidades. Dentre elas, a principal: o bom senso. Não adianta encarar de forma passiva a tributação sobre a atividade empresarial, preferindo culpar o Estado por suas dificuldades financeiras. A habilidade na condução de uma solução é essencial. Há que ser criativo e proativo. Isso se exige de um Administrador.
TEXTO COM AUTORIZAÇÃO EXPRESSA PARA PUBLICAÇÃO NO PORTAL BRASIL
A PROPRIEDADE INTELECTUAL É DO
COLUNISTA
Leia mais sobre administração ==> CLIQUE AQUI
FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI