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(Crítica - Janeiro /
2004)
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Dicas da semana:
(Período de 11.01.2004
à 17.01.2004)
21 Gramas (21 Grams), de Alejandro Gonzales Iñárritu - Um evento une a vida de três pessoas fadadas ao trágico, vidas são transformadas e o tempo perde sua lógica no sofrimento de carregar sua cruz. Nesse “21 Gramas” a dor permeia a vida dos personagens que têm a vida transformada a partir de um acidente de carro.
O diretor Iñarritu (“Amores Brutos”) trata o tempo como um detalhe a ser ultrapassado, numa narrativa fragmentada vai apresentando os seus personagens que se mostram desprovidos de defesas que se vão tomando sentido com o desenrolar do filme.
Um roteiro seco que explora a vida de três personagens e suas famílias e que qualquer maior informação sobre a trama acaba por desvendar detalhes que devem ser saboreados ao passar do filme, em que se pode perceber e entender os porquês das cenas que ficaram para trás.
Sean Penn comanda o elenco como o cardíaco que namora Charlotte Gainsborough, numa performance interessante. Penn atinge o melhor nível de suas atuações e tem a melhor interpretação de protagonista da temporada, um personagem denso construído com detalhes e minúcias que faz cada momento único na trama.
Naomi Watts, uma das favoritas das premiações anuais, está não menos perfeita como a jovem acometida por uma tragédia. A atriz consegue um nível de atuação pouco vista nos dias atuais, num processo de entrega ao personagem e a trama que sensibiliza o espectador.
Ainda temos Benicio Del Toro, o premiado ator de “Traffic” que traz um novo personagem cheio de matizes e sentimentos contraditórios, com emoções díspares e confusas que o encaminham na trama sempre num trágico.
Um elenco que ainda conta com Melissa Leo, como a esposa de Del Toro, também excepcional e todos bem dirigidos pelo diretor mexicano que não abre mão de sua câmera trêmula que dá cores fortes a cada cena, fazendo parte da composição dos personagens e aperfeiçoando as emoções que são buscadas em cada cena.
O primeiro grande lançamento do ano e, provavelmente, um dos melhores filmes dos últimos anos, um filme que incomoda, constrange, mas também emociona e questiona muitas coisas que podem parecer fáceis de serem respondidas e quando somos confrontados vemos tal facilidade desaparecer.
Cotação: **** ½
Lourival Sobral
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