Peter Parker (Tobey Maguire) é um jovem com problemas reais. O Homem Aranha é um herói com problemas existenciais. Em meio a chuva de efeitos essenciais, Sam Raimi deixa sua marca de emprestar complexidade a seus filmes, ainda que sejam de gêneros tão díspares como o terror de “Uma Noite Alucinante” quanto o drama policial “O Plano Simples”.

            A história narra a luta de Peter contra o Dr. Octopus (Alfred Molina), um cientista brilhante, que após uma experiência mal-sucedida acaba por ter ligado a sua espinha tentáculos que acabam por controlar e distorcer sua mente. A disputa é detonada por Harry Osborn (James Franco) que faz um trato com o vilão em que a moeda de troca é a captura do Homem Aranha.

            Um roteiro bem conduzido que introduz vários personagens que podem vir a ser protagonistas das próximas continuações e ótimas atuações de Molina, Maguire e Dunst que, marcadamente, parecem tomar para si os personagens, sendo difícil imaginar Peter ou Mary Jane vividos por outros atores.

            Uma nota de destaque para os fãs de cinema é a sempre eficiente e simpática presença da grande atriz Rosemary Harris que no filme vive Tia May.

            Homem Aranha é daquelas raras continuações superiores ao primeiro episódio. É um filme que prepara a continuidade da série sem que a história fique contada pela metade. Dos filmes com heróis de quadrinho está acima da média, uma agradável surpresa para todos os públicos.