A adaptação cinematográfica do livro escrito pelo escritor Fernando Morais marca a estréia na direção de Jayme Monjardim, diretor de telenovelas de sucesso como “Pantanal” e “Terra Nostra”, que revela o mesmo apuro visual demonstrado em seus trabalhos.

            O filme se ressente da estética televisiva, o roteiro, por vezes, é forçado numa seqüência de situações limites que sempre estão a sugerir sentimentos à assistência que não tem espaço para tirar maiores conclusões sobre as personagens que parecem sempre estarem a recitar palavras de ordem ou pensamentos profundos sobre a natureza humana.

            A intérprete de Olga é Camila Morgado, atriz de recursos, que desempenha satisfatoriamente o tour de force que a personagem exige seja pela intensa variação de sentimentos que aparecem na tela, mas também pelo necessário esforço físico para se adequar às diversas fases da vida da personagem.

            O restante do elenco também se mostra bastante satisfatório, com destaque para o belo trabalho de Eliane Giardini como a mãe de Olga Benário e a sempre importante presença que Fernanda Montenegro empresta a qualquer um de seus trabalhos.

            Um filme talhado para tocar o grande público, um épico nacional que merece ser visto, apreciado e questionado como documento histórico e como bom cinema.