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- Administração de Empresas -
Maio / 2004

2ª quinzena - Estamos perdidos! ?
1ª quinzena -
A marca do prego


Estamos perdidos ! ?

            Caros colegas Administradores a cada dia que passa, fico mais preocupado com relação ao futuro de nosso País. Não sou simpático à apologia do caos, mas, os atos administrativos de nosso Executivo muito têm me preocupado.

            Há pouco mais de 15 meses no poder, o Executivo vem conseguindo desagradar a quase todos os segmentos da sociedade brasileira. É um feito digno de registro e análise para não ser repetido. Ao assumir o Governo, a oposição reiterou as promessas de campanha e encheu o povo brasileiro de esperanças. Mesmo contando com apoio irrestrito de todos os segmentos da sociedade nada fez, como prometido. Nesse pouco tempo, observa-se que tudo não passou de promessa.

            O Governo assumiu o poder prometendo “tudo” empregos, salários dignos, saúde, educação, etc. E, não fez quase nada, a não ser repetir promessas e queixar-se do passado. O pouco que se fez, se fez errado. Até o programa “Fome Zero”, “menina dos olhos” do Presidente, foi caótico, desde seu lançamento. Não há planejamento só conjecturas e “achismos”.

            Acredito, hoje, que não há um plano de governo efetivo. Espero estar errado, mas tudo indica que o Executivo só está apagando incêndios e já está preocupado com sua reeleição, prometendo a continuidade do plano de longo prazo. Que plano é esse?

            Esse tão propalado plano de longo prazo não passa de um monte de previsões ao estilo Nostradamus. Não consigo visualizar nesse emaranhado de Medidas Provisórias editadas pelo Executivo, medidas internas efetivas que possam reverter a situação e proporcionar um mínimo de dignidade aos brasileiros. O povo brasileiro está ficando cansado de tantas promessas não cumpridas.

            Não adianta ir à TV, ficar lançando “projetos” que sequer tem estrutura para serem realizados. Enquanto se lança um programa de aleitamento materno o brasileiro vem morrendo nos postos de saúde e hospitais públicos por falta de atendimento, falta de remédios, falta de estrutura. Outros tantos programas foram lançados e seu efetivo resultado foi sofrível: Primeiro Emprego, acesso ao Microcrédito, etc.Pergunto a você amigo leitor, há alguma coerência nisso?

            A economia está estagnada com uma política econômica excessivamente recessiva, não houve aumento no nível de emprego, não houve qualquer melhora no sistema de saúde brasileiro e, muito menos no sistema público de ensino. Hoje, o que se vê, são trabalhadores indo a pé ao trabalho por que não temdinheiro para pagar as passagens de ônibus, mendicâncias nos supermercados para melhorar a alimentação familiar. A carga tributária aumentou, junto com o desemprego, a fome, e, principalmente, a desesperança.

            Por outro lado, observam-se bancos e financeiras oferecendo crédito à vontade de curto prazo, a juros extorsivos, até para compras em supermercados. Isso é um grande sintoma de concentração de renda e não crédito facilitado ao trabalhador. Nesse ponto registro uma exceção. O trabalho desenvolvido na área internacional com o resgate do respeito e credibilidade do País é digno de elogios. Volto mais uma vez a elogiar a política externa brasileira. Isso se deve ao Ministro das Relações Exteriores e à sua competente equipe. Nosso Ministro das Relações Exteriores Celso Amorim vem mostrando competência, serenidade, eficácia e eficiência na condução dos interesses do País. Sem expor o Governo a ridículos e a decisões tempestivas vem realizando um excelente trabalho que em muito vêm contribuindo para a melhora de nossa economia.

            Porém, considerando o Governo como um todo, o Executivo vai mal, muito mal, administrativamente falando. Vamos analisar o recente episódio que foi destaque na mídia nacional e internacional, a respeito das preferências etílicas de nosso Presidente. Vocês certamente já ouviram essa frase: “atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher” generalizando e trazendo essa frase aos tempos modernos, podemos lê-la da seguinte forma: “atrás de um grande estadista ou de um grande empresário está sempre um staff de assessoria competente”.

            O que começou como uma matéria jornalística de pouca importância tornou-se, em apenas uma semana, um incidente de repercussão internacional. Não entraremos no mérito da questão sobre a matéria em si (verdadeira ou falsa, se foi exagerada ou ofensiva), mas, a repercussão da atitude tomada. Imediatamente à publicação da matéria, todo o povo brasileiro mostrou-se indignado e ofendido, postando-se ao lado do Presidente que, por sua figura popular e carismática sempre teve o apoio da população, até agora.

            Até mesmo seus adversários políticos assumiram posição de apoio ao Chefe da Nação, repudiando a matéria. Sim, prezados leitores, a oposição apoiou o Chefe da Nação contra uma agressão desmotivada. Outro dito popular que é fato: briga entre irmãos, mas, mexa com um deles e os dois se voltarão contra você. Qualquer ser humano normal poderia tomar atitudes impensadas, tempestivas e de retaliação imediata à ofensa, mas não o Presidente de uma empresa, o executivo de uma multinacional, o Administrador de uma grande empresa e, muito menos o Presidente de um País continental, da importância do Brasil e com ambições de liderança mundial.

            Diante da decisão de revogar o visto de permanência no país do jornalista a coisa se inverteu completamente. Imediatamente a oposição política, o Legislativo, o Judiciário, os Conselhos de Ordem, e os demais poderes da república se manifestaram contrários à decisão.Além disso, essa decisão autoritária do Executivo é frontalmente contrária ao que o Partido dos Trabalhadores sempre apregoou como um baluarte de República: a Democracia. Autoritarismo não pode ser a característica de um Governo que se diz popular. Pergunto a você caro leitor:

Onde estava a assessoria presidencial nesse momento?
Será que informaram ao Presidente que o jornalista Larry Rohter vive no País há vários e é casado com uma brasileira?
Será que informaram que isso lhe dá o direito de permanecer no País?
Será que informaram que o Governo tem um forte compromisso com a liberdade de imprensa?
Será que tentaram impedir que o Presidente de nosso País fizesse um papel ridículo?
E, o pior: se a assessoria presidencial cumpriu seu papel e essa decisão foi tomada à revelia do bom senso e pelo ímpeto de um homem, realmente estamos mal.

            Quando se decide ser Presidente de um País deve-se ter em mente que a sua privacidade acabou. A partir de sua eleição, o eleito, come, bebe, dorme, viaja e desfruta de toda a assessoria de apoio, seguranças, barbeiros, cabeleireiros, jardineiros, cozinheiras, arrumadeiras, etc. por conta do Estado. Tudo isso, por conta do povo. E, não é barato. Portanto, o Sr. Luiz Inácio Lula da Silva deu lugar ao Presidente da República Federativa do Brasil, carinhosamente chamado pelos seus correligionários de Presidente Lula.

            Nesse episódio podemos coletar muitas informações valiosas que devemos analisar para, cada vez mais, Administrar nossas empresas da maneira mais adequada e conveniente. Nós Administradores devemos estar sempre aprendendo. Os erros sempre ensinam mais que os acertos.

            Para resguardar ao Governo um recuo honroso foi exigida e negociada uma retratação por parte do jornalista Larry Rohter. Para finalizar o episódio, depois de muitas idas e vindas o jornalista, através de seus advogados, encaminhou carta ao Ministério da Justiça. Não houve retratação e muito menos pedido de desculpas, como queria o Executivo mas, para nossa sorte, foi aceita. A decisão do Executivo foi tão inadequada e inoportuna que certamente arranhou a imagem do País no exterior, comprometendo o excelente trabalho que vem sendo executado pelo Ministério das Relações Exteriores.

            Certamente, internamente a imagem do Governo Popular e Democrático também sofrerá com essa decisão intempestiva. Até mesmo a imagem do Presidente da República que vinha resistindo bravamente à queda nos índices de pesquisas sobre a satisfação popular vai ser abalada.

            Finalmente, caro colega Administrador, exercite o bom senso constantemente. Se estiver em uma situação delicada em que foi melindrado, tenha em mente que agir sem pensar pode agravar sua situação. Na falta de alternativas e se a sua equipe de assessores não estiver apta, recorra aos ditos populares.Os ditos populares são sábios. Se você tem dois ouvidos e uma boca, deve ouvir mais e falar menos e, ainda, a informação que entra pelos ouvidos é processada no cérebro, por isso, raciocine antes de emitir qualquer opinião.

            Veja o diagrama abaixo. Lembra-se é básico. Nós aprendemos no primeiro ano de Administração de Empresas. Exercite-o. Informação ==> processamento ==>Resultado

            Se você não raciocinar antes de falar poderá causar um desastre à sua empresa, ou quase um conflito internacional, a exemplo do acontecido. Portanto, seja coerente e tenha bom senso.


A Marca do Prego

Recentemente, conversava com um amigo sobre vários assuntos relativos ao relacionamento humano, entre eles, Avaliação de Desempenho e Clima Organizacional, quando fui surpreendido com a seguinte frase, a respeito do conceito das pessoas: “... é como a marca do prego na madeira, mesmo que você tire o prego da madeira sempre fica uma marca, por mais fraca que seja, sempre fica a marca,...”. Ele teria ouvido esta observação de um outro amigo dele, que para preocupação da empresa, exerce destacado cargo de chefia. Uma pena! Para a empresa e para o quadro de colaboradores.

Certamente, essa frase teve origem na fábula “Pregos no Poste”, que desconheço o autor, e pode ser lida na íntegra no site www.minuto.poetico.nom.br/msg.htm.

Porém, entendo que o sentido da fábula era o de ajudar o autoconhecimento e autocorreção, através de um parâmetro perfeitamente definido do que seria a conduta adequada: a inexistência de pregos no poste. A grande lição está no esforço de mudança e na auto-avaliação final, por parte do protagonista.

Não há qualquer referência a um posicionamento rancoroso e, muito menos, discriminatório provocado por um histórico de vida. Portanto, o uso da frase para justificar um posicionamento discriminatório não é adequado. O sentido correto desta fábula é lembrar que todos nós temos pregos no poste, devemos identificar e corrigir nossos vícios e maus hábitos, superá-los, consertá-los pouco a pouco. Devemos tirar os pregos do poste e não esquecer das nossas marcas deixadas para não errar mais.

Quaisquer referências à fábula, com o pretexto de justificar discriminação, são inadequadas. Mostra, inclusive que o leitor não conseguiu captar o sentido correto de seu conteúdo.

Da maneira como foi dita, foi utilizada para justificar discriminações e tentar explicar o inexplicável. Esse é um exemplo claro e límpido de preconceito, tendência avaliativa, rotulação de pessoas e discriminação. De forma inconfundível nos mostra a fragilidade da “Avaliação de Desempenho” praticadas nas empresas públicas e privadas.

Em sentido contrário, “... se você está de bem com o chefe, tem, sempre, grandes possibilidades de ser lembrado para promoções, nomeações e cargos e funções mais vantajosas e melhor remuneradas,...”. Este também é um preconceito, tendência avaliativa e rotulação de pessoas.

O que caracteriza a anomalia é o conceito “bem com o chefe”. Se você como chefe e/ou o seu chefe tiverem fraqueza de caráter, privilegiarão os colaboradores “puxa-sacos”, aqueles que concordam com tudo, que acham fantástico tudo que o chefe faz ou não faz, etc. Mas, lembrem-se, esses colaboradores são perigosos. Da mesma forma que puxam o seu saco, puxarão o de alguém superior a você e podem puxar o seu tapete.

Como já escrevi em outros artigos, para você conseguir realizar uma avaliação de desempenho de seus colaboradores de forma correta e efetivamente contribuir para um clima organizacional saudável e verdadeiro em sua empresa e em seu ambiente de trabalho, apurado de forma profissional, tem que se livrar de preconceitos sobre seus colaboradores e, o mais importante, tem que saber ouvir e aprender. O problema pode estar em você, em seus preconceitos e não no colaborador avaliado.

Reflita sobre isso.

Se você não conseguir fazer isto, ou seja, livrar-se de preconceitos e rótulos pré-concebidos, delegue esta responsabilidade de avaliação a outra pessoa capaz de realizá-la de forma imparcial, que não tenha conceitos estabelecidos e pré concebidos sobre o(s) avaliado(s), e aceite o resultado dessa avaliação terceirizada. Escolha uma pessoa que não conheça o seu preconceito sobre o avaliado ou sobre o que avaliar e, desta forma não possa ser influenciado em sua avaliação. O resultado pode ser igual ao seu preconceito e você pode concluir que tem uma visão sobre determinado colaborador que se aproxima da realidade atual e não é fruto simplesmente do conceito preconcebido que cultivou por várias razões.

Nós, seres humanos, cultivamos, ao longo de nossa existência algumas vezes experiências e impressões que ficam marcadas em nosso consciente e sub-consciente.

É inerente ao ser humano catalogar experiências para processamento comparativo no futuro. Desde pequenos, passamos a conhecer a armazenar o quente, o frio, o doce, o salgado, o gostoso, o ruim, o feio e o belo, as cores que gostamos e as que não gostamos e assim por diante.

Portanto, o ser humano toma decisões e reage de acordo com o seu julgamento, no momento, muito embora, consulte o banco de dados de seu cérebro, por avaliar por comparação as experiências e situações vividas anteriormente.

Desta forma, estaremos sempre sujeitos a sermos imparciais em nossos julgamentos, já que eles são fruto da memória do banco de dados existente em nossos cérebros. Seremos mais tendenciosos ainda, se tivermos um arquivo no banco de dados que pré-qualifica e rotula determinada pessoa ou avaliado.

Por isso, e para o bem da Empresa, devemos ser profissionais e identificar a situação, não tendo medo de concluir a incapacidade de avaliar de forma imparcial determinada pessoa.

Como afirmei no artigo “Avaliação do Desempenho” a padronização na avaliação de desempenho visa corrigir problemas comportamentais e tornar o processo administrativo, no tocante a produção, produtividade, relacionamento interno de pessoas, crescimento profissional e ascensão funcional, o mais profissional possível, eliminando o favoritismo e o clientelismo, principal quesito para a concessão de benefícios e promoções, então verificado nas empresas.

A prática do favorecimento continuado a determinadas pessoas em detrimento de outras por critérios particulares e pessoais, além de ser nociva aos objetivos das empresas, mostra-se também nociva aos interesses e aspirações de seu quadro de colaboradores.

Agindo assim, o Administrador age contra si e contra a Empresa que, com o passar do tempo, terá colaboradores acomodados, desmotivados, vendo que seus esforços não são reconhecidos e valorizados para ascensão profissional e futuras promoções.

Não adianta, depois, promover reuniões e falar aos colaboradores sobre equipe, família, time, etc., querendo buscar a motivação perdida. Você mesmo, na qualidade de administrador, avaliador e chefe foi o maior incentivador para a fragmentação do sentido de corpo. 

Muito tem se falado sobre profissionalismo. Praticamente, em todas as empresas cobra-se isso. Não se esqueça que o exemplo vem de cima. Se você não é profissional suficiente para avaliar que as necessidades do grupo estão acima das suas necessidades, interesses e aspirações particulares e pessoais, como é que você espera que os colaboradores reajam?

O Administrador também tem de ser profissional e identificar, em si próprio, postura e atitude para o cargo que exerce. A excelência da Administração exige que o Administrador reúna dentre suas qualidades a humildade, a visão empresarial, a correta análise das circunstâncias temporais e o reposicionamento.

De que forma pode-se esperar a excelência administrativa de um Administrador que não esquece a “marca do prego” do avaliado.

Será que ele esquece que também possui “marcas de pregos” na madeira que simbolizam seu desenvolvimento profissional? Se ele é chefe, certamente seu superior relevou as “marcas de prego” por ele deixadas na madeira de seu alicerce profissional.

O preconceito e a discriminação caracterizados pela “marca do prego” além de tudo, é o oposto do sentido e da finalidade da Avaliação de Desempenho. Ela foi criada para apagar “marcas de prego” e uniformizar o tratamento com o quadro funcional.

De que forma o avaliado poderá melhorar seu desempenho na empresa, motivar-se e aspirar algum progresso na carreira se o seu chefe cultiva posicionamento autoritário e imutável de rotular pessoas por falta de afinidades e antipatias?

Para que o avaliado deverá se reposicionar para “retirar o prego” se o seu chefe jamais esquecerá a “marca do prego”? 

São atitudes assim que colocam em questionamento constante a eficiência das avaliações funcionais. Por mais que sejam cumpridas e superadas as metas traçadas, os objetivos da empresa sejam atingidos, haja o esforço e a colaboração do quadro funcional, sempre haverá a “marca do prego”.

Acredito que pessoas que pensam e agem dessa forma se acham onipotentes e perfeitas. Não deixe isso acontecer com você.

O reposicionamento frente a novas oportunidades é uma das características que fazem um Administrador se destacar de um chefe. Para isso, você é Administrador e não simplesmente um chefe.

Esse posicionamento de preconceito, rotulação de pessoas e discriminação é retrógrado e não se enquadra no que se chama de Administração Moderna.

Cuidado com prejulgamentos, preconceitos e simpatias ou antipatias pessoais. Muito cuidado.

Evidentemente, estamos colocando o problema de maneira extrema, analisando a flexibilidade que um Administrador deve ter. Até para não ficar “passando a mão na cabeça” dos avaliados, o que ocorre com freqüência na turma que está de bem com o chefe.

A imparcialidade avaliativa e em suas decisões administrativas pode levar a injustiças e o pior, sepultar para a  empresa um talento potencial que poderia, inclusive, ajudá-lo a crescer, ainda mais, na empresa.


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