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- COLUNA DE CINEMA -
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Dicas da semana:
(Período de 11.12.2005 à 17.12.2005)

Jogos de sedução - Estamos numa esquina qualquer de Nova Iorque, ouvimos um agitado jazz dos anos cinqüenta e, rapidamente, a câmera enquadra um grupo de artistas e intelectuais que joga uma boa conversa fora. Um início típico de Woody Allen: simples, direto e objetivo. A discussão abordará um assunto quase complicado, mera desculpa para o cronista da charmosa metrópole americana retratar os mesmos personagens e situações de sempre.

            O tema do papo? A diferença entre tragédia e comédia. Uma competição: qual seria melhor? O grupo de amigos se desafia e daí nasce ‘Melinda e Melinda’ – uma personagem completamente fictícia em duas situações distintas. O espectador que buscas leveza deve conferir o filme.

            Quem acompanha a obra Woody Allen, e procura as surpresas do diretor, colherá uma decepção. Não há nada de novo. As estórias de Melinda e Melinda se bifurcam e se reencontram com a inteligência que lhe é singular. Embora pareçam o penúltimo capítulo de uma interminável minisérie televisiva, cujo início tem mais de vinte anos.

            Casais buscando parceiros novos (e encalhados) para as Melindas. Casais dispostos a outras aventuras. Casais entediados, que procuram renovação – no mundo de solteiros. Melinda e Melinda é para quem gosta de acompanhar uma típica discussão dos cônjuges de classe média. Filme para solteiros e casados - ou para abolir essa classificação. De uma vez por todas.

            Uma das melhores situações está na relação de Melinda e sua amiga com o pianista de uma festa. Um personagem negro torna-se o principal objeto de desejo das amigas. Em Woody Allen todas as traições são tênues. O que vale é a ética do indivíduo. Nada mais.

            Ao jazz dos cinqüenta (notável influência do diretor), mescle um punhadinho do espírito dos oitenta: o individualismo, o egocentrismo e a psicanálise freudiana - e reencontrará o velho Woody Allen. Afoito, sim, por alguma poesia nessa época de desalento.
 
            Brinde com risos, pois não. Depois de ver um filme despretensioso. Vá lá: um jantar, uma cantada, mais um gole de vinho, outro brinde. Busque um comentário qualquer. Dê uma de bon-vivant. Uma despedida, um reencontro. Táxi! Uma curva no quadro, amarela e discreta, desafia o cotidiano cinza dos novaiorquinos.

            Êta vida besta!

Texto: Pablo Gonçalo
Adaptação: Fernando Toscano


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