Um agradável comédia estrelada pela talentosa Emma Suarez em que a política e o costumes espanhóis dos anos 60 são o pano de fundo.

            Um filme que diverte e questiona a moralidade católica, os estudantes tem uma moral dúbia e as prostitutas demonstram uma nobreza sob a capa de um certo despudor.

            O diretor Chavarri conduz bem a trama e faz uso de seus bons atores para contar uma trama que acontece com facilidade na tela, embalada por sucesso de época. É impossível não achar agradável a versão do clássico “Dile” na voz das quatro atrizes centrais do filme nas cenas finais.

            Dois jovens - um executivo e um militar - e primos são confrontados com o certo repúdio aos valores americanos existentes entre a intelectualidade européia numa trama em que também encontram suas caras-metades.

            Talvez haja excesso de palavreado no filme, muito discurso e pouca ação, mas impossível negar a coerência e a qualidade do roteiro de Stillman que, já havia retratado a alta burguesia nova iorquina em “Metropolitan”, traça um painel da burguesia intelectual européia e seus conceitos em confronto com o posicionamento dos americanos em meio a uma Europa anterior a União.

            Um filme diferente, mas que pode agradar quem conseguir adaptar-se a seu ritmo e não repudiar qualquer das posições tomadas pelos personagens do filme.