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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
01 / agosto / 2005


FÉRIAS, O QUE FAZER COM ESSE PESADELO?

Por Gilberto Wiesel
, colunista-titular do Portal Brasil


         Certa vez Buda foi questionado sobre o que mais o surpreendia na humanidade e ele respondeu:

Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido”. 

Estamos em tempos de férias. Grande parte das pessoas está diante do sonhado não fazer nada. Nada que se relacione ao trabalho ou ao estudo. A imprensa anuncia praias lotadas, corpos estendidos em areias escaldantes, sombra e água fresca. Uma verdadeira onda de euforia e liberdade. Mas infelizmente não para todos. Algumas pessoas entram em crise por não saberem o que fazer com o tempo livre. O condicionamento é um processo silencioso, e acontece durante o ano na nossa rotina de trabalho, de estudos, etc.. Nossa tendência é nos mover conforme as exigências das nossas tarefas. A maioria prefere nem questionar o rumo e o ritmo que está dando a sua vida. É aquela frase famosa do Zeca Pagodinho: “Deixa vida me levar, vida leva eu

         Quando a vida convida para as férias, e a rotina deixa de nos levar então para muitos vem o desespero. Vem a grande incógnita: O que faço comigo, para onde me levarei, como farei para usar o tempo livre que me foi imposto?

A ruptura na rotina de onze meses de trabalho é um desconforto cruel. Férias de um mês ou mesmo alguns dias tornam-se um impasse.

É hora de alertar a vítima do tempo livre, que nem tudo está perdido. Sabem por que? Porque as pessoas, ao contrário dos bichos, pensam e fantasiam. E está aí a saída. Então, é hora de pensar e fantasiar.

 Lembremos a todos que dificilmente estamos plenamente satisfeitos com a vida que temos. Devemos, pois buscar em nossos sonhos, uma vida praticamente paralela. Fantasiar uma vida plena. Uma vida onde a sensibilidade dá o tom, onde os dias não serão contados em horas nem turnos, e sim em momentos de intensa realização, onde as exigências burocráticas não são a única coisa importante, devemos aprender, através do nosso poder de sonhar, de abstrair-nos da rotina diária e mergulharmos nas nossas próprias fantasias. Esta dinâmica ajudará na chegada das férias, impedindo a ansiedade por não saber o que fazer com elas.

Aos assustados com o tempo livre, sugiro então que, imaginem-se livres para flutuar para dentro de si mesmo e deixar aflorar os desejos escondidos no baú empoeirado pelo tempo. Surpreendam-se, como eu já o fiz, em encontrar uma outra vida pedindo espaço, pedindo licença.

Despertei para escrita numa tarde repleta de nada para fazer. Despertei para pintura quando percebi que a cor branca do muro ofuscava meus olhos. Hoje pinto até o sete. Despertei para a jardinagem e para a delicadeza das plantas. Despertei para o sabor do balanço da rede, consigo passar horas me deixando levar pelas minhas fantasias e pelo meu próprio silêncio. Despertei para o prazer de uma roda de violão, descobri que minha voz e minha memória musical agradava os parceiros. Despertei para o prazer do por do sol. Despertei para o gosto da leitura. Despertei para o desejo da verdadeira paz. Despertei, em mim o que não via mais. O que não sentia mais, ou talvez o que EU sufocava mais. Hoje, consigo escapar de mim mesmo, quando sinto necessidade, para encontrar-me num plano mais sereno e tranqüilo.

Convido a todos para aprenderem a fugir da identidade rígida criada ao longo dos anos e pela rotina estafante, a criarem sistemas de intervenção para reativar a sensibilidade. 

Assim, pessoas ao contrário dos bichos, podem equilibrar o tempo e dele extrair a sabedoria da vida vivida com intensidade. Viver como se fossem morrer um dia e morrer como se tivessem vivido com o foco no despertar diário para a felicidade.         


PUBLICAÇÕES AUTORIZADAS EXPRESSAMENTE PELO COLUNISTA
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