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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
16 / Fevereiro / 2005


A MAGIA EM SER PALESTRANTE
Por Gilberto Wiesel, colunista-titular do Portal Brasil
        

            Venho de uma família onde a cultura existente naquela época era de que os filhos deveriam seguir a carreira dos pais, melhor dizendo, a do pai. Não poderia haver maior orgulho para todos quando o filho tomava esta decisão.

            Conhecemos e convivemos com várias famílias onde toda a prole ou parte dela é formada por advogados, médicos, engenheiros, dentistas, administradores, professores, etc. Muitos estão extremamente felizes por suas escolhas, outros nem tanto. Talvez agora depois de assumirem a nova profissão tenham se dado por conta que não era bem isso que gostariam de estar fazendo, que talvez, era justamente o oposto.

            Estão entendendo que a escolha feita lá atrás, não tinha muito a ver com sua vontade, começam a perceber que a decisão tomada sobre sua profissão na verdade não foi sua, por livre e espontânea vontade, mas sim, pelo sistema que interagia no momento, pois como disse, era um grande orgulho para os pais.

            Veja e perceba que aí pode estar a resposta. Orgulho para os pais e família e talvez não para os filhos, filhos que naquele momento não tinham como negar essa pressão, filhos que também não sabiam muito bem o que era melhor e por força desta indecisão optaram pelo óbvio.

            Pois bem, onde quero chegar com esta conversa? Sou único filho homem de uma família de três filhos, o mais novo, o mais mimado, alguns diriam, o mais esperado. Meu pai, médico extremamente conceituado, homem que saiu de um mundo paupérrimo, que viveu de favores, trabalhava para se sustentar e poder alimentar-se, usou todas as estratégias honestas para conseguir atingir o seu sonho. Soube muito bem definir o significado da frase “Comeu o pão que o diabo amassou”. Porém chegou lá, formou-se na primeira turma de medicina daquela universidade, foi laureado, elogiado, festejado e como não poderia ser diferente, foi disputado por hospitais de várias regiões do estado para lá trabalhar. Por fim venceu na vida, foi um vencedor.

            O que este pai espera de seu único filho homem? É lógico que todos vocês já sabem a resposta!

            Pois bem, seu único filho homem, não quis seguir a carreira do pai, por mais que todas as pressões que estivessem ao alcance tinham sido usadas. Formei-me Administrador, pós-graduei-me, especializei-me, etc. Dizia para meu pai que não gostava de ver as pessoas sofrendo, chorava facilmente ao ver suas angústias e emoções. Como poderia ser um bom médico com estes sentimentos? Meu pai muitas vezes tentou, levava-me para o hospital para perceber o quanto era importante sua profissão, eu podia sentir isso, e ver em seus olhos e fisiologia o quanto ele amava e dedicava-se as pessoas, sem hora para levantar ou dormir. Levava-me ao seu consultório e com orgulho mostrava-me o seu fichário de pacientes que por ele tinham sido tratados, e falava: Filho um dia isso tudo será seu!

            Fico imaginando hoje, pois tenho filhos também, a enorme decepção que meu pai sentiu no momento que decidi em não seguir a sua carreira, o seu sonho, só faltava isso para ele fechar com chave de ouro a sua vida. Veja bem A SUA VIDA.

            Porém eu decidi seguir a minha vida, o meu sonho, que fui descobrindo aos poucos, não tinha totalmente a certeza na época, mas hoje tenho a certeza, que é exatamente este. Teria sido muito mais fácil seguir aquele caminho, já montado, estruturado, com a vida ganha e bem ganha, era só tocar. Porém a voz interna falou mais forte.

            Nessa altura do campeonato vocês devem estar se perguntando. Mas afinal qual é este sonho. Respondo. A Liberdade, a liberdade para escolher, a liberdade para errar, a liberdade para ser feliz ou não, a liberdade para chorar sem ter vergonha, a liberdade de ser o que sou sem manipulações, enfim tocar minha vida com as minhas próprias mãos.

            Hoje, sou palestrante, falo mensalmente para centenas de pessoas, pessoas ávidas para ouvir palavras de amor, carinho, compreensão, atenção. Realizo-me a cada palestra, ministro cada uma, como se cada fosse a melhor de minha vida. Percebo nas pessoas que elas entendem o que quero passar, que estou ali para ouvi-las, para trocarmos nossas energias e sentimentos e principalmente para crescermos juntas.

            Não terei mais a oportunidade de falar para meu pai o quanto é maravilhosa esta profissão, que ali também, de forma diferente, estou ajudando as pessoas nas suas dificuldades, de certa forma, estou exercendo um pouco o que ele queria. Porém sei que de onde ele está neste momento, deve estar orgulhoso pela decisão tomada, lá atrás, pelo seu filho.

            Encerro este artigo, dizendo para todos aqueles que estão lendo. Jamais desistam dos seus sonhos, dos seus objetivos, da sua vida. Esta vida é sua e ninguém pode ter o direito sobre ela a não ser você mesmo. Lute por ela.

            Ame o que você faz, seja qual for sua profissão, aquilo que fizemos com paixão dará sempre resultados nobres. 


PUBLICAÇÕES AUTORIZADAS EXPRESSAMENTE PELO COLUNISTA
A PROPRIEDADE INTELECTUAL DOS TEXTOS É DE SEU AUTOR


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