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01 / janeiro / 2005
A autarquia (prefeitura) de Figueira de Castelo Rodrigo (Portugal) vai atribuir,
pela segunda vez, bolsas de estudo aos jovens estudantes que acabaram de entrar
na Universidade.
Achei interessante esta decisão, pois os políticos do interior que se lamentam da desertificação, nada fazem para a impedir. O investimento nos recursos humanos é importante, pois qualquer localidade poderá beneficiar das competências apreendidas dos seus cidadãos no exterior.
Esta decisão pode ser mais lucrativa que qualquer outra que resulte na construção de avenidas, estátuas, fontes, rotundas e outras obras de fachada.
As localidades que não tem condições para beneficiar da descentralização do ensino superior, têm de encontrar soluções para o enriquecimento de competências e saberes dos seus cidadãos.
E depois de terminarem a formação universitária?
É necessário proporcionar condições para repovoar a localidade, pois caso isso não aconteça, os seus habitantes vão continuar a procurar no exterior as oportunidades que não encontram na sua urbe.
É fundamental aproveitar os recursos humanos, através do desenvolvimento da economia local, pois se este objectivo não for conseguido, não é possível conseguir trazer a excelência dos recursos formados no exterior.
A criação de parques industriais é vital para que os jovens regressem depois
dos estudos concluídos, pois se não houver oferta no mercado de trabalho,
dificilmente o investimento na educação terá retorno e a autarquia não se
desenvolverá.
Outra solução, pode ser a aposta no turismo, caso a localidade possa beneficiar do interesse das suas praias, montanha, igrejas e monumentos.
Com mais indústria, comércio, turismo, serviços e novas mentalidades, facilmente existirá desenvolvimento regional.
Para estimular a fixação dos jovens, não basta apoiar o artesanato local, tornar a perfeitura o maior empregador da região e promover atividades desportivas e recreativas para o povo “esquecer” as suas necessidades não satisfeitas.
É necessário coragem política para sair do “atrofiamento” existente, para que definitivamente a educação seja encarada como a base do desenvolvimento local/regional.
(*) Nuno Varajão Barbosa é português e colunista do Portal Brasil, assinando
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