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01 de março de 2006

ÉTICA
Por Antonio Carlos Evangelista Ribeiro
Colunista-Titular do Portal Brasil


            Certamente já ouvimos essa palavra.

            Encontramos, com exatidão, a sua definição nos dicionários, como sendo a “parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão; indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade.

            Entretanto, a relatividade de seu significado, apresenta contraditórios e abre oportunidade para uma reflexão. Afinal, o que é ética?

            Essa palavra têm sido utilizada, em todas as esferas sociais, para questionarem-se atos e fatos praticados que, sob o ponto de vista das partes, não seriam corretos ou legais, ferindo, assim, a ética.

            Da mesma forma, as partes contrárias, que praticaram atos e fatos julgados em desacordo com a ética, utilizam-se da mesma palavra para se justificarem.

            Nesse momento, onde são divulgados, diariamente. na mídia, atos de interesses grupais em detrimentos de outros, a ética torna-se a tônica a ser debatida. Evidentemente, os conflitos de interesse sob o prisma ético ocorrem tanto nas relações públicas como privadas.

            Como a mídia brasileira nos fornece vasto material de conflitos de interesses na esfera pública, a cada dia renovado, vamos observar essas relações e os interesses envolvidos. São tantos os escândalos, que há falta de espaço para divulgação detalhada e, são priorizados apenas os classificados como “principais”.

            A subjetividade e a relatividade do significado da palavra ética está na sua própria definição. Entendendo-se ética como um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade. O que pode ser ético para você leitor pode não ser para mim, e vice-versa.

            Portanto, a ética, vem a ser mais uma “roupagem” para justificarem-se atos e fatos de interesses particulares e específicos de indivíduos, grupos e sociedade.

            Para exemplificar esse posicionamento que pode ser considerado ético ou antiético, vamos observar fatos de nosso dia-a-dia, vinculados em notícias no BLOG da Folha de São Paulo. Vejamos algumas noticias, da coluna de Elio Gaspari escrito por Josias de Souza, e tentar descobrir onde está a ética:

            “Lula recebe R$ 3.900 mensais como aposentado da ditadura que, em 1980, prendeu-o por 51 dias e tomou-lhe a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo.

            É bem provável que o beneficiário dessa polpuda aposentadoria considere ético seu benefício, muito embora, a maioria dos trabalhadores brasileiros deve se contentar que a migalha do salário mínimo e, a grande maioria de seus liderados à época não devem alcançar esses rendimentos na ativa, quando mais na aposentadoria. Será o que os trabalhadores brasileiros também consideram ético este benefício?

            O Judiciário brasileiro e o nepotismo. A repórter Carolina Brígido, pesquisando nos 27 tribunais de Justiça do país, obteve informações em 25. Somou 1.148 parentes que ingressaram na folha de salários do Estado pela janela.

            Esse caso é extremamente grave, considerando-se que o Judiciário tem o papel fundamental e razão de sua existência no objetivo de regular, com imparcialidade, as relações sociais.

            Entendo como um avanço importante e uma decisão ética do Conselho Nacional de Justiça em acabar com essa prática clientelista. Entretanto, os envolvidos, beneficiários de polpudas remunerações e benefícios dos cargos certamente discordam.

            Na mesma matéria, o repórter Chico Otavio aprofundou suas pesquisas para verificar a composição do gabinete de determinada magistrada. Descobriu que, até recentemente, a Juíza mantinha como funcionários de seu gabinete o marido, as duas filhas, o genro, uma sobrinha e o cunhado.

            De igual forma, é provável que os beneficiários e, nesse caso, o “empregador”, considerem ético essas regalias e os generosos salários.

            Nesse contexto, o Poder Judiciário apresenta um contraditório ético, que pode abalar, definitivamente, a sua credibilidade. Uma boa parte dos magistrados se posiciona contrário ao cumprimento da lei, isto é, o descumprimento da resolução, até o julgamento da ação no STF, que é contra a prática de nepotismo.

            A manutenção do nepotismo, mesmo que temporariamente, seria um procedimento ético? A classe responsável pela aplicação das leis e pacificação social, deveria ter regalias acima da lei? Isso seria ético? O descumprimento da lei pelos integrantes do Poder Judiciário, responsável pela aplicação das mesmas, seria ético?

            “Em julgamento realizado, o TRT do Maranhão condenou um deputado federal a indenizar 53 trabalhadores mantidos numa fazenda de sua propriedade em condições análogas à de escravos. Esse legislador já presidiu a Câmara Federal e respondeu interinamente pela presidência da República, na qualidade de substituto constitucional, por nove vezes entre 93 e 94 e tem, ainda hoje, assento na mesa da Câmara.”

            Apesar do condenado ter recorrido, mais uma vez, à instância superior, como se pode entender e aceitar que um deputado federal, que chegou à Presidência da Republica Federativa do Brasil, pratique atos como este? Onde está a ética?

            O Judiciário nos fornece inúmeros casos para serem questionados sob o ponto de vista ético.

            “O presidente do STF, derrubou quebra dos sigilos fiscal e bancário de membro do executivo e de um empresário. Ambos são investigados pela CPI.”

            Especula-se que ambos poderiam fornecer subsídios valiosos para a apuração de irregularidades praticadas no Poder Executivo. Independente do argumento jurídico utilizado para fundamentar essa decisão deveria ser ponderado o aspecto ético.

            Qual a ética para que o Judiciário impeça apuração de informações sobre membros do executivo suspeitos em ações ilegais?

            O conceito ético se aplica também às organizações particulares.

            Muito mais que um conceito a ética é tida como um diferencial em empresas bem sucedidas. A função de administrar, qualquer que seja a empresa, passa também pelo conceito ético.

            Como está a ética na sua empresa?

            Na hora de nomear seus colaboradores você observa esse conceito?

            Suas decisões respeitam os demais colaboradores?

            Defender interesses pessoais ou grupais dentro da Empresa, utilizando ou simulando certos critérios que, teoricamente atenderiam ao conceito ético de todo o grupo, é uma ameaça ao clima organizacional da empresa.

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