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- I M I G R A Ç Ã O -
01 de julho de 2006

IMIGRANTES ILEGAIS NOS ESTADOS UNIDOS:
Sem lenço e ainda sem documentos
Por Freddy de Freitas (*)


            Os analistas de imigração criticam o projeto do presidente George W. Bush de enviar tropas da Guarda nacional e construir altas cercas tecnológicas na fronteira com o México. Cerca de oito milhões de ilegais em território americano nunca atravessaram a fronteira entre os Estados Unidos e o México.

            Segundo eles, esses oito milhões de pessoas entraram legalmente no país com vistos emitidos pelas embaixadas e consulados americanos. O problema é que eles nunca retornaram aos seus países de origem. O Departamento de Estado americano emite anualmente cerca de 5 .5 milhões de vistos de entrada para turismo, negócios e tratamento médico. 

            O governo americano acredita que “overstay” é um problema de larga escala. Os funcionários da U.S. Immigration and Customs Enforcement (ICE) não controlam a entrada e saída de cada visitante. A ICE  não publica nenhum relatório sobre “overstay” porque esses imigrantes estão escondidos e não querem ser encontrados. 

            Pedro Ubirajara não quer ser encontrado e pediu para que o seu nome de família não fosse publicado. O nativo do município de Seabra, sertão baiano, mora em Chicago com a esposa e dois filhos nascidos nos Estados Unidos, portanto cidadãos americanos. 

            Ele chegou aos Estados Unidos em 1997, e a cada seis meses retornava ao Brasil para renovar o visto de entrada (I-94).Com o casamento e o nascimento dos filhos, sair do território americano a cada seis meses ficou mais difícil e oneroso. Pedro tem certeza de que se retornar ao Brasil ele não conseguirá renovar o visto e regressar aos Estados Unidos. 

            A esperança do seabrense é uma anistia do governo. 

            O presidente Bush quer um amplo programa em que o país possa receber estrangeiros para trabalhar em setores nos quais a força de trabalho americana não tem interesse. O Congresso, no entanto, está dividido por um simples  motivo: a maioria dos eleitores são contrários a qualquer lei que beneficie imigrantes ilegais. É um ano eleitoral: o apoio a qualquer lei que beneficie esses imigrantes é considerado um suicídio eleitoral. 

            Pedro Ubirajara frisa que trabalha honestamente para sustentar a sua família e que nunca atravessou a fronteira ilegalmente. “Eu nunca arriscaria minha vida atravessando um deserto com cobras, espinhos e guardas.” 

            Quando chegam aos Estados Unidos, os estrangeiros  geralmente procuram a comunidade do país de origem. O primeiro passo para procurar emprego é obter um falso número de Social Security. O  mais alarmante é que religiosos geralmente ajudam ilegais a obter esse falso documento. Em posse do Social Security, as portas para  empregos de baixa remuneração estão abertas. Outros ilegais, no entanto, procuram empregos em áreas em que geralmente os patrões não pedem qualquer identificação de trabalho – empregados domésticos, jardineiros, entregadores de pizza, faxineiros -  mesmo sabendo que existem leis federais proibindo a contratação de pessoas sem a devida documentação.

            Os falsificadores  de documentos de imigração podem ser condenados a 10 anos de prisão e/ou $250,000 (cerca de CR$ 560.000,00) em multas.

            Um dos filhos de Pedro Ubiraja pergunta por que todo mundo chama os seus pais de ilegais. “Eles são até legalzinhos.”, confessa.



*Freddy de Freitas, 46 anos, divorciado, é cidadão americano, nascido no Hospital de Base em Brasília;
ex-aluno dos colégios Marista e Objetivo; cursou jornalismo na Universidade de Brasília (UnB).


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