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- I M I G R A Ç Ã O -
16 de outubro de 2006

UM PAÍS ASSUSTADO COM O TERRORISMO
Por Freddy de Freitas (*)

            A coluna da quinzena estava sendo editada quando um prédio residencial de luxo em Nova York foi atingido por uma pequena aeronave.

 

            O avião estava na rota errada.

 

            Para que a coluna navegasse  na mesma pista dos internautas, tive que mudar o tema.

 

            O assunto desta quinzena passa a ser terrorismo e imigrantes ilegais.

 

            Os oficiais da Imigração estão mais preocupados com traficantes,  terroristas e prostitutos do que em correr atrás de trabalhadores ilegais.

 

            Anos atrás, uma conceituada rede de televisão brasileira fez uma matéria sobre um brasileiro que trabalhava para o governo norte-americano entregando compatriotas sem autorização legal para trabalhar no país. A reportagem causou grande impacto na comunidade brasileira nos Estados Unidos e deixou os parentes de imigrantes ilegais apavorados.

 

            É mais fácil acreditar em Papai Noel, coelhinho da Páscoa e Saci Pererê do que em brasileiro na folha de pagamento da Imigração dos Estados Unidos.


            A maioria dos trabalhadores sem autorização de trabalho da pátria de Flávia Schilling não estão na mira do Departamento de Estado americano. Os brasileiros em situação irregular não têm nenhuma vida social, intelectual e cultural.

 

            A maioria passa os dias de folga na internet, tomando cerveja e assistindo aos canais brasileiros pelo sistema de tv a cabo. Pesquisas destacam que a maioria da comunidade tupiniquim, principalmente por não ter domínio da Língua Inglesa, não acompanha o noticiário das tvs americanas.

 

            Um exemplo vivo da alienação causada por barreira de idioma: a linha vermelha 1 e 9 do metrô nova-iorquino pára em todas as estações, mas freqüentemente no horário de pico, alguns trens passam a correr na linha do expresso (2 e 3), e  um grande número de passageiros, que são imigrantes, não entendem quando o  condutor, com o sotaque Bronx-Brooklyn, avisa  da mudança do status do trem. A viagem no metrô passa a ser um inferno.

 

            Fatos como esses levam a compreender que a maioria dos brasileiros imigrantes nos Estados Unidos, bem como os seus familiares, não têm a mínima idéia do atual momento da sociedade americana. Os brasileiros vivem dentro de si mesmos nos Estados Unidos.

 

            Imigrantes, mesmos os legais, enfrentam uma nova realidade social. A maioria dos americanos olham os estrangeiros com olhar de desconfiança. O cerco contra os 16 milhões de trabalhadores ilegais  está se formando. Um país construído por imigrantes está virando uma nação contra estrangeiros.

 

            A pequena aeronave que atingiu o prédio luxuoso no Upper East Side em Nova Iorque veio ressuscitar na mente da população a tragédia do dia 11 de setembro e tocar a ferida aberta.

 

            A sociedade americana teme um novo ataque, que poderá destruir uma cidade de porte médio em menos de 45 minutos. Bioterrorismo é a grande ameaça. Esta é uma sociedade marcada pelo medo do terrorismo.

  

            O inverno começou mais cedo nos Estados Unidos. Natal na neve faz com que a dor da saudade dilacere os corações dos brasileiros.

 

            Flocos de neve .Céu cinzento. Solidão.

 

*Freddy de Freitas, 46 anos, divorciado, é cidadão americano, nascido no Hospital de Base em Brasília;
ex-aluno dos colégios Marista e Objetivo; cursou jornalismo na Universidade de Brasília (UnB).


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