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- C  I  N  E  M  A  -
C R Í T I C A

01 / JULHO / 2007
ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS

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O Signo do Leão (Lê Signe du Lion), de Eric Rohmer, 1959, França - Pierre Wesserlin (Jess Haln), músico parisiense, recebe a notícia de que vai herdar uma fortuna após a morte de uma tia e comemora com amigos a chegada do dinheiro. Ocorre que as coisas não saem exatamente como esperava e o quase quarentão Pierre que acaba conhecendo a vida nas sarjetas francesas.

            Um dos primeiros sucessos do premiado diretor francês Eric Rohmer - O Signo do Leão - já traz alguns dos temas mais cuidadosos na obra do diretor: as pequenas histórias de pequenos personagens que são transformados internamente a partir de eventos que nem sempre guardam maior relevância.

            No caso, Pierre redescobre na pobreza uma fração de sua alma que a boemia inconseqüente de um bem nascido conseguira embotar e, ao mesmo tempo, se percebe dono de emoções ou falta delas que lhe permitem criar uma personalidade quixotesca para lidar com o ostracismo e derrocada social.

            Um filme interessante que acaba por revelar um diretor que construiria uma carreira recheada de filmes interessantes que, por vezes, pecam pela falta de ação em contraponto ao excesso de diálogos.

Cotação: *** ½

O Pai, Ó, de Monique Gardenberg, 2007 - "Ó, Pai, Ó" é um filme que narra a história de vários personagens que habitam o Pelourinho durante o carnaval baiano, em que são desvendadas as vidas dos habitantes daquela região da capital baiana.

            A crente que, na necessidade, consulta os búzios para saber sobre seus filhos, o compositor que busca reconhecimento artístico, a brasileira que foi para a Europa e volta fingindo um sucesso que nunca conheceu, as crianças de rua e perseguição dos comerciantes locais, o tráfico de drogas durante o carnaval e as relações humanas num cortiço, tudo isso é referido nesse filme da diretora Monique Gardenberg.

            Um elenco de boa qualidade, e quase todo desconhecido, reforça a impressão de coloquialidade que a trama apresenta na tela, em que as cenas pincelam a realidade como se tirados de um programa que utilize uma câmera indiscreta e que revelam sentimentos daquela região do país.

            A música recheada de sucessos de carnavais passados dá um tom alegre ao filme que, em sua essência, não é exatamente tão leve quanto pareça ser numa primeira vista, mas revelam a qualidade vocal de Lázaro Ramos e ajudam a vender a beleza da cantora e atriz Emanuelle Araújo.

            Gardenberg consegue vencer a missão de mostrar um fragmento da realidade soteropolitana, ainda que no fundo ainda tenha um certo ranso sulista ao olhar para a realidade que é posta na tela.

Cotação: ***

Lourival Sobral              
Colunista de cinema           


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