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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
16 / JANEIRO / 2008

COMUNICAÇÃO - AS TRAJETÓRIAS DA IDÉIA
Por Denise Amaral (*)

            Grandes nomes foram responsáveis por grandes obras. Grandes mentes determinaram os caminhos da sociedade. Grandes gênios desafiaram e venceram problemas graves que ameaçavam a humanidade.

            O poder de identificar problemas, sintetizar idéias, comunicar-se, é responsável por parte importante da realização pessoal e do sucesso profissional de cada um. O processo de organizar idéias e exteriorizá-las de forma clara é um desafio que exige mais do que conhecimento da matéria e capacidade criativa – é necessário um canal de comunicação claro e eficiente entre as pessoas para que haja, de fato, compreensão, identificação e determinação de objetivos e delineamento de estratégias. Sem isso não existe sociedade, não existe crescimento.

            A linguagem utilizada hoje pelos jovens durante suas reuniões virtuais pelo computador, ou em sua troca de mensagens instantâneas pelo telefone celular, criou um dialeto que, apesar de baseado no idioma, não cria vínculos de comprometimento com ele. Uma vez transmitida a idéia – muito sucintamente, a palavra (ou quase isso...) é deletada, o que não gera qualquer preocupação com relação à gramática, à lógica, à sintaxe.

            O problema que surge a partir daí é que muitos jovens passam a adequar o seu padrão de raciocínio a esta forma específica de linguagem, prejudicando sensivelmente a sua capacidade de organizar idéias e redigir um texto da forma tradicional. Até mesmo o poder de comunicação verbal acaba afetado, e é comum identificarmos em suas conversas uma profunda dificuldade em colocar mais do que três palavras dentro de uma frase que faça realmente sentido.

            Ler um texto, compreendê-lo bem, interpretá-lo da forma correta, e saber tirar suas próprias conclusões a partir do que o autor está discutindo, é um exercício de raciocínio importantíssimo. A criança que aprende a fazer isso não terá dificuldade, no futuro, em compreender o que se passa ao seu redor, identificar o que se espera dela, e assumir uma posição construtiva. O que vai ajudá-la na escola, no trabalho, na vida em família, nos seus relacionamentos sociais. A passividade e a apatia, tão freqüentes entre os jovens, são um reflexo direto da falta de comprometimento deles com o mundo que os cerca. Uma falta de comprometimento que abarca não apenas o que eles vêem, mas também o que fazem.

            A forma de se comunicarem é superficial, seus trabalhos escolares são superficiais, as suas opiniões sobre os acontecimentos refletem esta mesma superficialidade. Não conseguimos passar aos outros aquilo que nós não somos capazes de perceber, da mesma forma que não conseguimos transmitir certas idéias se utilizamos um idioma que não possui palavra que as traduza – como, por exemplo, o sentido de “saudades” como o conhecemos não pode ser traduzido com exatidão para o inglês. Podemos dizer “I miss you”, ou seja, sinto sua falta, mas a idéia da saudade como um sentimento é impossível de ser transmitida em toda a sua dimensão, em toda a sua profundidade.

            É preciso que a geração da gíria e dos sinais abreviados compreenda que o futuro – muito próximo! – exige uma postura completamente diferente dos jovens profissionais. O sucesso depende da utilização adequada de certos instrumentos, muitos dos quais devem ser aperfeiçoados através do tempo, e incorporados aos nossos costumes para que se tornem, naturalmente, parte de nós e da forma como realizamos os nossos trabalhos.

            Estudar, preparar-se para a vida, descobrir quem somos, quais são nossos talentos, e direcionar o nosso potencial na direção de nossa realização pessoal e profissional passa necessariamente pela compreensão de nós mesmos e do mundo em que vivemos, e pela organização de nossas idéias, definição de nossos projetos, escolha de nossos caminhos, e a eficiência com que trabalhamos concretamente por nossos ideais.

            A comunicação é essencial para que os jovens saibam quem são, e saibam com quem estão se relacionando. É o canal de ligação entre seu universo interior – que pode ser riquíssimo – e o mundo exterior, que é o palco onde a vida realmente acontece. Saber comunicar-se marca a linha divisória entre o gênio frustrado e o ser humano completamente realizado, já que ter idéias brilhantes não basta – é necessário que saibamos defendê-las diante daqueles que têm o poder concreto de viabilizá-las.

            Sintetizar é um reflexo de nosso tempo, mas é um conceito que jamais deve ser aplicado em detrimento da eficiência e da qualidade.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.
Seu e-mail: [email protected].

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