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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
0 1  /  J U N H O  /  2 0 0 8

CARÁTER NACIONAL
Por Denise Amaral (*)

            Quando eu cursava a faculdade de direito, havia uma matéria chamada EPB – Estudo de Problemas Brasileiros. A matéria já não existe mais. Acho que os problemas brasileiros alcançaram tal vulto que uma disciplina somente não seria suficiente para abordá-los. Seria preciso um curso inteiro. Acharam por bem simplesmente cancelá-lo.

            Talvez os responsáveis por esta decisão achassem que os problemas brasileiros são mais ou menos como aquela dorzinha de dente aguda que vem de repente, e alguns decidem não dar muito importância a ela para ver se assim ela simplesmente vai embora... Não vai. A tendência é que piore.

            De qualquer forma, um dos pontos que estudamos naquela época foi o caráter nacional brasileiro. Algo que não podia ser definido com precisão, segundo a literatura, devido à grande mistura de raças e culturas que formam o povo brasileiro. Somos o resultado de um pouco de tudo.

            Com o passar do tempo, os problemas brasileiros foram esquecidos como disciplina de curso superior, mas permanecem muito presentes e atuantes na vida de todos nós. E hoje, ao que se pode ver por todos os fatos que desfilam pelos meios de comunicação, seria muito interessante se pudéssemos retomar esta questão do “caráter nacional brasileiro” – bastaria, para que se tornasse um tema mais atual e mais acessível à compreensão de todos, que a chamássemos de “falta de caráter nacional brasileiro”. A matéria é vastíssima, e renderia trabalhos acadêmicos riquíssimos.

            Todo povo é reflexo de seu passado – as experiências pelas quais passou, as tragédias às quais teve que sobreviver, as reviravoltas da história... as marcas do passado determinam o que são no presente, e a forma como se preparam para o futuro.

            Alguns cidadãos de nossa pátria amada, idolatrada, parecem determinados a utilizar poder e prestígio apenas em benefício próprio, sem considerar o mal que daí decorre. Por serem líderes, pessoas famosas, produzem um efeito em cascata para uma parcela desavisada da população que passa a achar que é assim mesmo que as coisas funcionam – as oportunidades que cada um tem devem ser utilizadas para resolver seus próprios problemas. Não importa se com isso outros serão lesados. Conseqüências secundárias negativas devem ser simplesmente ignoradas. Se os “grandes” fazem assim, todos os outros também podem.

            Agir corretamente virou sinônimo de burrice. Quem é realmente “esperto” não se apega a bobagens do tipo fidelidade, honestidade, lealdade.

            A boa notícia é que nem todos acreditam que isto seja realmente a verdade. Há muita gente boa por aí, remando contra a corrente, lutando para mostrar que o bem traz sucesso e felicidade, e que os caminhos corretos podem ser mais longos, mas levam ao destino com segurança. Há muitos que dedicam seus conhecimentos, seu tempo e seus esforços para melhorar a vida de outras pessoas, fornecendo acesso a recursos e oportunidades, abrindo portas que pessoas não privilegiadas dificilmente conseguiriam abrir por si próprias. E o que é mais importante – tirando daí a sua realização pessoal, a sua felicidade.

            Em um país imenso como o nosso, tão rico em sua diversidade, a felicidade verdadeira não pode estar escondida dentro de bolsas de marca, no volante de um carro de luxo, nem mesmo em uma conta bancária. Estes são prazeres passageiros – não verdadeira felicidade.  Assim como exibir grandes beldades – pode ser divertido observar a inveja e a admiração dos amigos, mas não se compara à sensação de um grande amor compartilhado.

            Está nas mãos de cada um de nós, brasileiros, pincelar o caráter de nossa nação, para que se torne uma obra digna de ser admirada. É necessário que o bem fale mais alto, e que as sombras do mal – indispensáveis para dar profundidade - jamais cheguem a ser o ponto de destaque.

            E que, de fato, não tenhamos que estudar problemas brasileiros. Que possamos focar nossos esforços, informações e recursos a que temos acesso para criar um novo sentido de cidadania, e para poder popularizar o orgulho de ser brasileiro.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.
Seu e-mail: [email protected].

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