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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
1 6  /  M  A  R  Ç  O  /  2 0 0 8

O QUE HÁ DE BOM
Por Denise Amaral (*)

            Li uma reportagem interessante sobre auto-estima, escrita por uma profissional norte-americana da área de estética. O trabalho dela é fazer com que as pessoas consigam aprimorar sua aparência, através de dietas, exercícios, tratamentos estéticos etc.

            Mas em seu artigo, ela focava a necessidade de olharmos para nós mesmos de uma forma menos crítica. Não era uma apologia às mudanças estéticas fúteis e desnecessárias, mas um lembrete de que devemos focalizar todos os nossos pontos positivos, e não nos atermos demais aos negativos. Damos tanta atenção ao que julgamos imperfeito que deixamos de apreciar – até mesmo de notar – tudo o que temos de bom, levados por uma idéia irreal de perfeição e beleza.

            Os exemplos são pesados – ela citou uma moça insatisfeita e com baixíssima auto-estima que dizia “odiar” suas pernas por serem grossas demais. E após ser diagnosticada com um tumor que quase lhe tirou a vida, passou a reconhecer com alegria e gratidão o fato de ter pernas saudáveis que a levavam para onde ela quisesse ir. Grossas ou finas, isso já não importava mais.

            A principal preocupação da autora daquele trabalho era enfatizar que não devemos valorizar as coisas boas que temos apenas quando as perdemos. Precisamos aprender a apreciar devidamente todos os dons e todas as bênçãos que recebemos a cada dia, sob as mais diversas formas, enquanto ainda as temos, para que possamos aproveitá-las ao máximo, e para que consigamos viver com alegria apesar das dificuldades.

            Esta é uma verdade que ultrapassa as barreiras da beleza física, e alcança todas os elementos de nossa vida – a família, a casa, o trabalho, o chefe, os amigos, os filhos... É muito fácil para nós fazer a lista das coisas que gostaríamos que fossem diferentes. Mas talvez tenhamos que pensar um pouco mais se tivermos que listar aquilo que temos de realmente bom – não porque sejam poucas coisas, mas porque concentramos de tal forma nossas energias naquilo que queremos mudar que as imagens boas ficam em segundo plano, e chegam a nós um tanto desfocadas.

            Não tenha dúvidas de que há muitas coisas boas em tudo aquilo que você faz, em tudo aquilo que você tem. Mas é preciso que você preste um pouco mais de atenção. E exercite o seu coração para perceber as qualidades das pessoas, ao invés de se concentrar em sofrer com os seus defeitos. Exercite seu humor para se deixar levar mais pelos fatos positivos de seu dia do que se fechar a cada contratempo. Antes de perder a calma com sua esposa ou com seu marido e iniciar mais uma desgastante discussão, procure lembrar-se das coisas que um dia lhe conquistaram, e fizeram com que você se apaixonasse, e decida resolver o problema de hoje de uma maneira pacífica e mais construtiva. Ao invés de aumentar sua revolta e sua insatisfação diante das dificuldades profissionais que você enfrenta, tente equilibrar seu ânimo com todas as vantagens de sua situação profissional, e concentre-se em encontrar respostas que possam melhorar seu ambiente de trabalho e facilitar o desempenho de todos.

            Sei que não é nada fácil ficar brincando de Pollyanna (aquela menina que fazia o “jogo do contente”), mas é muito melhor do que só conseguir encontrar o valor das coisas que já perdemos, ou nos lembrarmos de quanto havia para amar nas pessoas que já não estão mais ao nosso lado. Ou das oportunidades incríveis daquele trabalho que desperdiçamos.

            Imperfeições estão em toda parte, e convivem com verdadeiras maravilhas da criação. É isso que dá colorido à vida, e o que dá vida às coisas.

            Quem aprende a enxergar beleza nas coisas pequenas descobre inúmeras razões para ser feliz. O segredo é dar mais atenção àquilo que realmente importa, é investir naquilo que realmente tem valor, é buscar tesouros que não se perdem, que não estragam, que não se desfazem com o tempo e que não podem ser levados por ninguém.

            O costume de dar grande importância ao negativo está por toda parte. Os jornais, a cada dia, trazem manchetes sobre todas as tragédias, escândalos e destruições que acontecem pelo mundo. O que é bom parece não chamar muito a atenção das pessoas. Os exemplos de virtude e de bom comportamento tampouco atingem altos índices de audiência. Então somos levados, mesmo que sem nos darmos conta disso, a detectar tudo o que há de ruim ao nosso redor, e a tratar o bem como se fosse parte da paisagem, e não merecesse destaque algum.

            Claro que há problemas tão graves que não podemos ignorar, nem pretender que não nos atingem. Claro que não podemos achar que o mal é apenas fruto de nossa imaginação, que a violência é uma realidade distante ou que não estamos sujeitos a acidentes que podem modificar radicalmente o rumo de nossas vidas. Mas não podemos achar que o mundo é essencialmente ruim, e que o mal impõe sua força de tal forma sobre nossos ombros que é simplesmente impossível ser feliz.

            A felicidade não tem nada a ver com a inexistência de problemas, e sim com a forma com que nós os enfrentamos. E as coisas boas que temos podem funcionar como pequenas fontes de energia extra que se espalham por toda parte, e com as quais podemos contar a todo momento. Temos que estar atentos a elas, conscientes de sua proximidade e de sua capacidade de nos socorrer sempre que houver necessidade.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.
Seu e-mail: [email protected].

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