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ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS


TÚLIO SOUSA BORGES, Colunista de cinema do Portal Brasil - www.portalbrasil.net

Joan Fontaine

            Joan Fontaine, uma das grandes damas do cinema, completou singelos 92 anos no último dia 22. Vencedora do Oscar de Melhor Atriz em 1942 e dona de uma carreira formidável, Joan também protagoniza uma das maiores rivalidades de Hollywood. Em outras palavras, é bastante improvável que ela tenha recebido um telefonema de sua irmã mais velha Olivia de Havilland, 93, no seu aniversário, já que as duas nunca se deram muito bem e tudo indica que não se falam há algumas décadas. Como não poderia deixar de ser, a briga já rendeu várias especulações midiáticas – sem mencionar o livro Sisters: The Story of Olivia de Havilland and Joan Fontaine, publicado em 1984 por Charles Higham; e não deixa de emprestar um charme adicional à Era Dourada de Hollywood e seus resquícios. 

            Se as raízes dessa famosa desavença estão na infância das irmãs, não há dúvida de que ter perdido o Oscar de 1942 para Fontaine deixou Olivia de Havilland furiosa. Cinco anos mais tarde, quando recebia a mesma estatueta das mãos da irmã caçula, de Havilland recusou-se a cumprimentá-la.

            Foram ambas, no fim contas, grandes atrizes. A aniversariante Joan Fontaine esteve em clássicos como Gunga Din (1939), De Amor também se morre (1943) – que lhe rendeu sua terceira, e última indicação ao Oscar, e Ivanhoé (1952). Para homenageá-la, porém, essa coluna indica cinco outros filmes, belos e relativamente acessíveis, que demonstram a “eloqüente vulnerabilidade” (feliz expressão do escritor Jack Sullivan) da atriz:

  • Rebecca (1940), de Alfred Hitchcock: primeiro filme americano do mestre do suspense. Hitchcock transformou o romance gótico de Daphne Du Maurier em uma obra-prima. Tudo no filme, do elenco à cenografia, é soberbo e fascinante. Vencedor do Oscar de Melhor Filme, deu à Joan Fontaine uma mais do que merecida primeira indicação ao prêmio da Academia.

  • Suspeita (1941) de Alfred Hitchcock: a atriz ganhou o Oscar por seu ótimo desempenho nesse suspense relativamente decepcionante. Parte da culpa cabe aos produtores, que exigiram a alteração do final original. De todo modo, trata-se de um filme obrigatório para os amantes da sétima arte.

  • Carta de uma desconhecida (1948) de Max Ophüls: essa belíssima adaptação de um conto de Stefan Zweig é o melhor filme  que Ophüls realizaria durante sua breve passagem por Hollywood. A estória se passa em Viena na virada do século XX  e trata do amor não-correspondido, uma fantasia romântica, que a ingênua Lisa Berndle (Fontaine) sente por Stefan Brand (Louis Jourdan), pianista que coleciona amantes ao mesmo tempo em que desperdiça seu talento musical. São simplesmente inesquecíveis os desempenhos dos dois atores principais (o galã francês também continua vivo, aos 90 anos).

  • A Valsa do Imperador (1948) de Billy Wilder: mais uma sofisticada comédia de Wilder, legítimo herdeiro de Molière e o grande moralista do cinema hollywoodiano clássico. Aqui, Fontaine interpreta uma condessa austríaca que vive um romance proibido com um caixeiro viajante americano (ainda mais afável na interpretação de Bing Crosby) no início do século XX. Um deleite!

  •  Suplício de uma alma (Beyond a Reasonable Doubt, 1959) de Fritz Lang: único dos cinco filmes que ainda não saiu em DVD no Brasil, pode ser encontrado em VHS em locadoras de filmes clássicos. Nesse ótimo filme noir, um célebre jornalista (Dana Andrews) decide se incriminar falsamente a fim de expor as falhas do sistema jurídico americano e assim condenar, de uma vez por todas, a pena de morte. Joan Fontaine está primorosa num papel secundário. De todo modo, o destaque aqui é o próprio filme, dirigido por Lang com característica austeridade. Uma espécie de Rei Midas da sétima arte, o diretor germânico superou um orçamento limitado para realizar um dos suspenses mais intrigantes de todos os tempos. A propósito, vale a pena lembrar que a refilmagem, com Michael Douglas, já foi lançada no exterior e deve chegar em breve por aqui. Só não sabemos se passará pelos cinemas ou se sairá diretamente em vídeo...

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            Entre 4 e 15 de novembro, acontecerá o XI Festival Internacional de Cinema de Brasília (www.ficbrasilia.com.br), que apresentará 86 filmes divididos em seis mostras. Destaque para os novos filmes de Michael Haneke,  Ken Loach, Manoel de Oliveira, Lars von Trier e Andrzej Wajda.

            Haverá uma seção especial dedicada ao FIC na primeira página do Portal Brasil. Será um blog onde vocês poderão ler meus comentários a respeito dos filmes. Aguardo a visita.

Por Túlio Sousa Borges, [email protected]

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