TRANSPORTES - "Sondas Pitot" causaram acidente com avião da Air France - As sondas Pitot, que medem a velocidade, provocaram o acidente do voo AF447 entre Rio de Janeiro e Paris, afirma um sindicato de pilotos após uma nova investigação que terá os resultados anunciados nesta semana à Justiça, informa o jornal francês Journal du Dimanche (JDD).
O Bureau de Investigações e Análises (BEA), responsável pela investigação técnica na França da tragédia do Airbus A330, que matou 228 pessoas em 1º de junho entre Rio e Paris, afirmou em suas primeiras conclusões em 2 de julho que uma falha das sondas Pitot era "um elemento, mas não a causa do acidente".
No relatório, dois pilotos, Gérard Arnoux, comandante de bordo em aviões A320 e presidente do Sindicato de Pilotos da Air France (SPAF), e Henri Marnet-Cornus, também comandante de A330, já aposentado, afirmam que o acidente "sem dúvida poderia ter sido evitado".
"Tal acontecimento não se resume a uma causa única. Mas é uma verdade incontestável que devemos repetir sem cessar: sem a falha das sondas Pitot, o acidente não teria acontecido", afirmou Arnoux em entrevista ao JDD, que dedica a primeira página ao relatório.
As sondas Pitot, que forneceram dados incoerentes no caso do AF447, permitem ao piloto controlar a velocidade do avião, um elemento crucial para o equilíbrio do voo.
"O BEA tenta minimizar o papel desempenhado pelas Pitot porque não fez as fiscalizações que as leis e regulamentos exigem, pelo menos desde o alerta feito pelo seu equivalente alemão em 1999 e, de qualquer modo, desde os incidentes de 2008", completou Arnoux.
Em uma nota interna divulgada em junho aos pilotos, a Air France registrou nove incidentes com sondas Pitot congeladas entre maio de 2008 e março de 2009, oito deles em aviões de longo alcance A340 e um em uma aeronave A330.
"Todos subestimaram o problema das sondas", conclui Arnoux.
ECONOMIA
-
Países
emergentes
farão
parte
da
administração
do
FMI
-
A
cessão
de
poder
aos
países
em
desenvolvimento
nas
estruturas
econômicas
internacionais
deu
hoje
um
novo
passo,
com
o
compromisso
dos
países-membros
do
Fundo
Monetário
Internacional
(FMI)
de
colocar
fim
ao
controle
europeu
da
chefia
deste
organismo.
O
Comitê
Monetário
e
Financeiro
Internacional,
que
representa
os
186
países-membros
do
FMI,
prometeu
aprovar
em
abril
um
novo
processo
de
seleção
dos
diretores
da
entidade,
que
será
"aberto,
baseado
no
mérito
e
transparente".
Desde
sua
fundação,
em
1944,
todos
os
diretores-gerentes
do
Fundo
foram
europeus,
enquanto
o
"número
dois"
foi
americano.
Em
troca,
os
Estados
Unidos
se
reservaram
a
designação
do
presidente
do
Banco
Mundial.
Esse
é um
acordo
tácito
entre
os
dois
máximos
acionistas
das
instituições,
contra
o
que
os
países
em
desenvolvimento
protestam
há
anos.
A
declaração
do
Comitê,
realizada
ao
final
de
sua
reunião
semestral,
significa
que,
pela
primeira
vez
em
sua
história,
o
próximo
diretor-gerente
do
FMI
poderá
não
ser
europeu,
confirmou
à
Agência
Efe
uma
fonte
da
entidade.
O
Comitê
se
reuniu
em
um
centro
de
convenções
na
parte
européia
de
Istambul.
A
reunião
aconteceu
uma
semana
depois
de o
Grupo
dos
Vinte
(G20,
os
países
ricos
e os
principais
emergentes)
se
consolidar
como
o
fórum
de
coordenação
econômica
mais
importante
mundo,
em
substituição
ao
Grupo
dos
Oito
(G8),
dos
países
desenvolvidos
e da
Rússia.
Os
países
em
desenvolvimento
conseguiram
mais
que
isso
na
cúpula
de
Pittsburgh
(EUA),
ao
ganhar
o
apoio
do
G20
de
transferir
"pelo
menos"
5%
dos
votos
no
FMI
para
os
países
ricos
sub-representados.
Na
prática,
isso
significa
uma
cessão
de
voto
da
Bélgica,
Suíça
e
possivelmente
Reino
Unido
e
França,
por
exemplo,
a
países
como
Brasil,
China,
México,
Índia
e
Rússia.
Hoje,
os
outros
166
membros
do
Fundo
expressaram
seu
acordo
com
o
sugerido
pelo
G20
por
meio
do
Comitê
Monetário
e
Financeiro
Internacional,
que
apoiou
a
proposta
em
sua
declaração.
O
ministro
da
Economia
brasileiro,
Guido
Mantega,
insistiu
hoje
em
seu
discurso
diante
do
Comitê
em
que
5%
são
o
mínimo,
e
demandou
que
se
ceda
7%
do
voto.
Isso
dividiria
o
poder
a
50%
entre
países
avançados
e em
desenvolvimento
dentro
do
FMI.
"Esperamos
que
os
países
avançados
super-representados
percebam
que
podem
prejudicar
muito
o
Fundo
se
tentarem
bloquear
ou
adiar
a
reforma",
disse
Mantega.
O
diretor-gerente
do
organismo,
o
francês
Dominique
Strauss-Kahn,
ressaltou
em
entrevista
coletiva
posterior
à
reunião
do
Comitê
que
uma
transferência
de
5%
"não
seria
mal"
e se
acrescentaria
ao
2,7%
aprovado
no
ano
passado.
As
mudanças
no
G20
e no
FMI
são
um
reflexo
de
uma
grande
mudança
na
estrutura
econômica
mundial,
que
ficou
especialmente
evidente
durante
a
crise,
gerada
nos
países
ricos.
As
nações
em
desenvolvimento
ajudam
o
resto
do
mundo
a
sair
da
recessão
com
seu
aumento
atual
e
demandam
uma
influência
nos
órgãos
de
poder
em
consonância
com
seu
novo
peso
econômico.
Além
disso,
são
a
chave
para
um
crescimento
mais
equilibrado
no
futuro,
já
que
o
mundo
"não
poderá
confiar
tanto
na
despesa
americana
para
impulsionar
o
crescimento",
disse
na
sessão
do
Comitê
o
secretário
do
Tesouro
dos
EUA,
Timothy
Geithner.
Para
isso,
a
China,
especialmente,
deverá
promover
a
demanda
interna
e
importar
mais.
Em
troca,
os
países
em
desenvolvimento
querem
mais
representação
e a
possibilidade
de
colocar
um
dos
seus
na
chefia
do
FMI.