A Justiça no Brasil tem que funcionar

            O depoimento do garoto S.G, que tem dupla nacionalidade mostrou que, decididamente, ele quer morar no Brasil e, sobretudo, ter o advogado João Paulo Lins e Silva como pai na certidão de nascimento. O garoto, massacrado pela campanha grotesca orquestrada pelo pai biológico na mídia internacional, sonha e reza para a Justiça colocar um ponto final nessa trama medíocre, que nem mesmo um autor do canal Timelife subscreveria.

            Se algum eleitor de Lula agisse como o pai biológico, The American, dificilmente poderia andar pelas ruas sem expor-se a chacotas - na melhor das hipóteses, seria adicionado ao museu de exemplos invocados para provar o teorema de que Deus criou o brasileiro para ser cidadão de segunda categoria.

            A sociedade americana pensa e age como se o Brasil fosse uma republiqueta de Terceiro Mundo, habitada por índios, prostitutas, travestis e políticos corruptos. A maioria dos brasileiros que vivem, legalmente ou na clandestinidade, nos Estados Unidos, reforçam essa distorcida imagem da Pátria de Lula.

            A mãe do garoto, que veio morar nos cafundós de Nova Jersey, deve ter sofrido, em todos os níveis, durante a sua estada nos Estados Unidos. Era como se tivesse sido escalada para representar o papel principal na película “Dormindo com o inimigo.”

            No princípio David Goldman parecia ser o homem dos sonhos de Bruna Bianchi: bonito, empreendedor e sedutor. Mas só depois do seu casamento é que descobriu a verdadeira personalidade do marido.

            Americano não entende que Bruna teve uma excelente educação e formação. Para ela, a família era uma instituição muito importante, que deveria ser mantida, nutrida e preservada a qualquer preço,  inclusive vivendo sem amor e sem sexo. Esse ângulo os americanos não entendem porque vivemos numa sociedade em que as mulheres não sentem muita diferença em ir ao shopping center comprar uma calça jeans ou se submeter a um aborto.

            Para tanto,  Bianca passou mais de 4 anos casada, infeliz, vivendo em constante medo e preocupação, trabalhando arduamente para sustentar a casa. Tentava representar o papel da  esposa perfeita.

            De férias no Brasil, no calor de uma verdadeira família, decidiu que não queria voltar a representar o papel de esposa feliz nos cafundós de Nova Jersey.

            Planejou a sua estada legalmente no Brasil. Mesmo amparada pela lei brasileira, viveu aterrorizada pelas memórias do casamento com Goldman. Uma memória que se tornou assustadoramente realidade quando veio a falecer.

            Movido por uma obsessão doentia e pela herança da ex-esposa, Goldman não se deixa deter por nada a fim de obter a custódia do filho e depositar o pomposo cheque na sua conta bancária.

            A história prova que a maioria dos casamentos entre americanos e estrangeiros não funcionam.

            O garoto, que viveu até os quatro anos de idade numa farsa de família feliz, não quer retornar ao passado. O estado psicológico do garoto daria um bom roteiro para Bergman, Saura ou até mesmo Antonnioni.

            O pai biológico  tem consciência dos seus atos?

            O garoto já se pronunciou.

            Assim como percebe, num trem lotado, que uma mão esperta entrou no bolso de seu paletó e vai, inevitavelmente, bater-lhe a carteira, estraçalhando o seu futuro.

            Bianca, descanse em paz !!!