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C  I  N  E  M  A
C R Í T I C A

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ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS


TÚLIO SOUSA BORGES, Colunista de cinema do Portal Brasil - www.portalbrasil.net

TOM PROFÉTICO - O dom da profecia já foi tratado com singular inspiração pelo cinema. Pensemos, por exemplo, em Fanny e Alexander (1982), de Ingmar Bergman, e A Fraternidade é vermelha (1994), de Krzysztof Kieslowski.

            Um Profeta (2009), mais um superestimado filme do francês obcecado por sangue Jacques Audiard, não é tão inspirado assim. Tem lá suas virtudes, sim – a começar pelo realismo brutal, mas também sofre com algumas pontas soltas.

            O filme narra a curiosa ascensão de Malik El Djebena no submundo do crime. No início, o jovem delinqüente franco-árabe, que passou a maior parte de sua vida em reformatórios, é mandado pela primeira vez para uma prisão de adultos e não tarda a descobrir que o presídio tem suas próprias regras. El Djebena é obrigado pela gangue de corsos que comanda a prisão a matar um árabe que é informante da polícia.

            Mas se os corsos – não por acaso conterrâneos de Napoleão Bonaparte – detêm o poder, sua situação é cada vez mais delicada diante do imenso e crescente número de muçulmanos. Nisso, o filme espelha muito bem a crise demográfica que tomou conta da Europa.

            Para El Djebena, a prisão será uma escola do crime. Astuto, ele explorará as divisões entre os detentos para seu próprio proveito.

            Como filme de prisão e crime, Um Profeta é bastante competente. O problema é que ele tenta ser algo mais e aí desanda. Audiard carece de inspiração cenográfica para tratar do dom profético de seu protagonista. Além disso, parece sentir algum prazer no fim do Ocidente e na formação da Eurábia. Na pobreza estética de algumas cenas e na impertinência de algumas observações sócio-políticas, Um Profeta se parece mesmo com o longa brasileiro Siri-Ará (2008).

Por Túlio Sousa Borges, [email protected].

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