INTERNACIONAL - China investe bilhões na Grécia - A China está de olho em investimentos estimados em vários bilhões de euros - na marinha mercante grega, em logística e em projetos de aeroportos - a serem discutidos durante a segunda visita a Atenas em quatro semanas de um funcionário de alto escalão de Pequim. Atualmente os maiores investimentos da China estão, pela ordem, na Austrália, Estados Unidos, Brasil, Canadá, Reino Unido, Irã, Grécia e Rússia.

            A Grécia tem pressa de atrair investimentos de países que tenham grandes fundos soberanos para ajudar a reavivar o crescimento econômico e atacar uma crise fiscal sem precedentes.

            A Cosco, companhia estatal chinesa de transporte marítimo, já controla um terminal de contêineres em Pireu, nos termos de uma concessão de longo prazo que lhe custou € 3,4 bilhões. Acredita-se que, no fim deste ano, a Cosco apresentará uma proposta conjunta, em associação com a estatal portuária grega, para criar um núcleo de irradiação logístico que custará entre € 150 milhões e € 200 milhões perto de Atenas para distribuir mercadorias chinesas nos Bálcãs.

            Nem todas as tentativas de atrair investimentos chineses foram concretizadas. Neste ano, um negócio em que bancos chineses comprariam € 20 bilhões em títulos de longo prazo não foi adiante quando Atenas recusou-se a vender uma participação no Banco Nacional da Grécia, maior instituição financeira do país, como parte do acordo.

TRANSPORTES - Voos domésticos têm crescimento expressivo - A demanda por voos domésticos registrou crescimento de 20,17% em maio, em relação ao mesmo período de 2009, informou ontem a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Foi o décimo mês consecutivo de expansão acima de 20% e o melhor desempenho para o mês de maio desde 2006, quando o fluxo de passageiros transportados no país teve alta de 24,3%. Foi também mais um mês em que TAM e Gol perderam mercado para a concorrência.

            A TAM permaneceu na liderança do mercado doméstico em maio, posto conquistado desde 2003, com 40,88% de participação. Já a Gol teve 40,18% da demanda. Juntas, as duas maiores empresas brasileiras ficaram com 81,06% do mercado. No mesmo período do ano passado a fatia conjunta de TAM e Gol era de 86,93%, um recuo de 5,87 pontos percentuais.

            As duas maiores empresas (TAM e Gol) cresceram juntas 12% em maio. As emergentes (Azul, Webjet, Avianca e Puma Air) cresceram 68,5% e as quatro maiores regionais (Trip, Passaredo, Pantanal e Total) tiveram expansão de 114,3%.

INVESTIMENTOS & NEGÓCIOS - Igreja Católica investe no setor hoteleiro - A sala no 10º andar do prédio de administração é ampla, com pé direito duplo, várias janelas e dividida ao meio por uma estante repleta de imagens religiosas e um espírito santo na parede. De um lado, sofás e um televisor garantem conforto a um encontro mais informal. Do outro lado, a mesa de trabalho do principal executivo da empresa e uma outra de oito lugares onde mensalmente se reúne o conselho de administração. No primeiro semestre do ano passado, os cinco conselheiros sentaram para decidir o futuro de um novo investimento. Sobre a mesa, o projeto de construção de um complexo com três hotéis, centro de convenções e áreas comerciais e de lazer. Um investimento de R$ 60 milhões, com possibilidade de financiamento de até 60% pelo BNDES.

            Reunião de conselho é um procedimento comum no meio empresarial, mas esta ganha um contorno especial. O presidente do conselho é o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, e o principal executivo é o padre redentorista Luiz Cláudio Alves de Macedo. Os outros três conselheiros também são padres. A empresa, com CNPJ próprio, é o Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

            Administrar o maior centro religioso do Brasil, erguido a 168 quilômetros da capital paulista, exige uma profissionalização que muitas vezes não se vê, por exemplo, em empresas familiares. No papel de principal executivo, o padre Luiz Cláudio cursou MBA em administração na FGV antes de assumir o cargo, em 2009. Com o cargo oficial de ecônomo, ele controla uma empresa com quase 1,3 mil funcionários contratados pela CLT e uma folha de pagamento de cerca de R$ 1 milhão. "Todos abaixo de mim são profissionais de mercado. A atuação dos padres se dá de outra forma. Na administração, somos totalmente profissionais e de várias religiões, temos evangélicos, espíritas, budistas", conta.

TELECOMUNICAÇÕES & NEGÓCIOS - Listas telefônicas digitais se tornam grande negócio - Emerson Calegaretti foi o primeiro funcionário do Google no Brasil, onde trabalhou por dois anos como gerente comercial. Saiu de lá para montar o escritório do MySpace, rede social que fechou as portas no país em setembro do ano passado. Com sua bagagem na internet, Calegaretti foi parar no negócio de venda de listas telefônicas. Desde o fim de 2009, Calegaretti responde pela divisão de internet da Publicar, fabricante de listas controlada pelo grupo colombiano Carvajal.

            Sua contratação foi reflexo das transformações que vêm ocorrendo no setor. A impressão de listas segue forte no país, diz ele. No ano passado, a Publicar distribuiu 13 milhões de listas para cem municípios, totalizando 7,6 bilhões de páginas impressas. O faturamento total da companhia atingiu R$ 300 milhões. Boa parte desse resultado, porém, já é reflexo das operações na internet. Com seu conteúdo aberto na rede e um modelo totalmente baseado em receita de publicidade, o site "Guia Mais" recebeu cerca de 3 milhões de visitantes únicos por mês em 2009 e respondeu por 25% da receita do grupo - o equivalente a R$ 75 milhões - com anúncios feitos na web. Três anos atrás, a internet respondia por 5% das operações. Hoje, dos 175 mil anunciantes que a Publicar detém, 82 mil têm seus anúncios publicados na versão digital. A interatividade, no entanto, tem seu preço. Em um anúncio tradicional de lista telefônica impressa, um espaço publicitário custa a partir de R$ 150. Na internet, uma divulgação anual diferenciada não sai por menos de R$ 800.

            Fundado há mais de cem anos, o grupo Carvajal atua em 18 países e conta com 24 mil funcionários. A empresa chegou no país em 1984 e expandiu suas operações por meio de aquisições.