Acordava de manhã e se impressionava com o gosto do pão, a viscosidade da manteiga, a suavidade do leite, o frescor do melão e a pujança do café.

Mal saía de casa e parava perdido ouvindo o canto de um pássaro que mal conhecia. Cada regorjeio lhe era como o recomeço do universo.

Era um “alucinado”, apreciador compulsivo de pequenas coisas, alguém que nunca tomava a parte pelo todo, mas via o todo em cada recanto, admirava aquele que, segundo cria, criara a terra, o céu e as estrelas.

Seu nome, Enoque, o sétimo depois de Adão, o primeiro homem, em cuja genealogia se registrou: “andou Enoque com DEUS e já não era, porque DEUS o tomou para si”.

Traduzindo, aquele “alucinado” apreciava tanto a criação que o CRIADOR disse algo como: quer saber, você aí, venha, e assim foi ao céu sem experimentar a morte, tal como o profeta Elias que viria milhares de anos depois, assunto ao céu numa carruagem de fogo.

Paz.

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