Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

R E L I G I Ã O
2 3
 /  M A I O  /  2 0 1 0

TIM BURTON NO PAÍS DAS MARAVILHAS
Por Bruno Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil
           

            Tim Burton é um dos mais bizarros “outlandishes” diretores do primeiro escalão – Hollywood - , adicto e afeiçoado a Johnny Deep, ator que fez a proeza de quase ganhar um Oscar interpretando Jack Sparrow, o pirata do filme infantil “Piratas do Caribe”. Essa afinidade gerou enigmáticos filmes: “Edward Mãos de Tesouro”, “Minha Noiva Cadáver” e, agora, “Alice no País das Maravilhas”, cuja trilha sonora não poderia faltar o gótico Robert Smith, líder do “The Cure”, sua banda favorita, lendária nos anos oitenta.

            Lewis Carrol é o pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson, matemático, pastor anglicano que num passeio pelo rio Tâmisa criou uma história para sua amiga de 10 anos, Alice Pleasance Liddel, e a seu pedido a reduziu a termo. Assim nasceu o clássico transformado em 3D.

            A fantasia é uma maneira de lidar com a realidade, diz Burton, e a estória já lhe foi suficiente surreal para “inventar” algo, pelo que se ateve à concreção da idéia plasmada por Carrol, em face a uma Alice crescida com 17 anos, que sofrera a perda do pai e se preparava para um casamento, quando de inopino lhe aparece o coelho que a alicia até a toca, levando a de volta ao “under world”.

            “Tudo tem uma moral, é só encontrá-la”, segundo Carrol, e isso Burton percebeu.

            Alice se daria a um jovem “lorde”, desejável pelo status, mas que lhe desagradava, dura conveniência a que se resignara. Ao receber o pedido, avista o coelho e o persegue até encontrar a toca, e descer ao mundo que perturbava seu sono desde criança, como se fora um mesmo sonho.

            Quando criança perguntara ao seu pai se ele a achava maluca por sonhar o mesmo sonho. Sim, ele respondeu, com um adendo: há pessoas malucas que são maravilhosas. Essa foi a mesma resposta que Alice deu ao seu amigo e aliado, o  “chapeleiro maluco” interpretado por Deep quando lhe indagou sobre sua insanidade.

            Há dois pontos nodais na estória: Absalom, o lagarto-oráculo, insistia em perguntar a Alice quem ela era, essa é a pergunta mais importante e mais difícil de responder; o outro, Alice assevera àquelas criaturas bizarras que seriam produtos de sua imaginação-sonho, ao que rechaçavam, pois seriam tão reais quanto Alice.

            Burton mostrou que aquela mundo “irreal” era “real” porque regia a vida de Alice, conduzia suas decisões, sobretudo a aquiescência e resignação ao que lhe aborrecia pela figura do dragão, a terrível criatura subserviente à cruel “rainha vermelha”.

            Alice aceita o convite para ser paladino da bondosa “rainha branca” e, assim, se submeteu ao desafio de enfrentá-lo, com a armadura e a espada que ela lhe deu. Depois de matá-lo, retirando o poder da “rainha vermelha” e o dando à  “rainha branca”, esta recolhe num pequeno odre o sangue azul do dragão e lhe diz que se tomasse voltaria ao seu mundo, o mundo real. Ela toma, retorna, rejeita o casamento e decide conduzir os negócios do pai, homem visionário, partindo em viagem a um novo mercado, a China.

            Burton usa outra figura para mostrar a real conexão entre os dois mundos e comprovar a “realidade” do mundo “irreal” por reger aquele, trata-se de Absalom, o lagarto-oráculo que conversa com Alice antes de morrer e cogita a possibilidade de revê-la num outro mundo. Na embarcação rumo a China Alice se surpreende com uma linda borboleta azul, a quem chama Absalom, o lagarto que morrera lagarto no “underworld” e ressurgirá “borboleta” no mundo real.

            Trata-se de proposital alusão à própria Alice, uma espécie de lagarta presa em seu próprio medo até se libertar e, assim, voar no mundo real como uma borboleta, livre de seus medos interiores e da incoerência.

            Todos possuem talentos pois criados imagem e semelhança de DEUS, mas a capacidade de cada um lidar com o seu “underworld”, seus conflitos, convulsões internas e enfrentar suas “rainhas vermelhas” determina o quão longe irá. Da mesma forma uma nação que administra melhor seus conflitos “interna corporis” prosperará mais.

            A esse operacional “consciente” e “subconsciente”, mundo “real” e o supostamente “irreal” a Bíblia desvela uma dimensão ainda mais profunda – Provérbios 20:27:

            "O espírito do homem é a lâmpada do SENHOR, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre."

            O apóstolo João, no evangelho homônomo capítulo 1, versículo 4, afirma que a vida estava nele, JESUS, e a vida era a luz dos homens e, mais, que JESUS é o caminho, a verdade e a vida – João 14:12. Por quê? Porque o pecado quebrou a imagem de si mesmo que DEUS projetara no homem, provocando uma divisão conflituosa  - consciente versus subconsciente -, inexistente quando o homem era inteiro, íntegro – corpo, alma e espírito -, alinhado em seu mundo interior e exterior, mais ainda, quando DEUS lhe cedeu o papel de co-participante da criação, permitindo-lhe dar nome aos animais e reger a criação, extraindo do subconsciente a beleza que DEUS lhe dera.

            A partir da queda o homem segue fracionado, confuso e perdido na profundidade da própria existência desconecta de quem o criou, DEUS, sem saber quem é, de onde veio e o porquê está aqui, refém de si mesmo na divisão consciente-subconsciente.

            JESUS em seu julgamento afirmou a Pilatos que ELE era a verdade. Pilatos lhe questionou o que seria a verdade? Ei-la, a verdade é que JESUS é o príncipe da paz, o único com poder para reconstruir a imagem de DEUS destruída no homem pelo pecado por um poder maior, o do sangue derramado na cruz, o sangue do CORDEIRO de DEUS, poderoso para alinhar o consciente e o subconsciente, porque em seu sofrimento JESUS reconciliou o homem fracionado com seu criador, o DEUS PAI pleno em si mesmo, proporcionando lhe o caminho vivo ao PAI, ELE mesmo, JESUS.

            Paz.

Leia outras colunas sobre Religião ==> CLIQUE AQUI

A PROPRIEDADE INTELECTUAL É DO COLUNISTA
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS A SEU AUTOR E AO PORTAL BRASIL


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI