Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

C  I  N  E  M  A
C R Í T I C A

1 6  /  J U N H O /  2 0 1 1
ATUALIZAÇÕES QUINZENAIS


Namorados para sempre - Cuidado! Não se deixe enganar pelo romântico título nacional. "Namorados para Sempre" é excelente, mas é também um filme espinhoso. Daqueles que machucam não apenas pela história apresentada, mas também pela crueza com a qual seu desenrolar é apresentado. Uma espécie de "Cenas de um Casamento" dos dias modernos, por acompanhar o passo a passo de um relacionamento. Do encantamento à rotina, do amor ao ódio. Um percurso longe de ser uma certeza, mas passível de ser real com qualquer um.

Os holofotes estão sobre Dean (Ryan Gosling) e Cindy (Michelle Williams), cuja história é narrada de forma não linear. Se em determinado momento pode-se ver seu presente, com todo o peso de um relacionamento de anos, no instante seguinte é mostrado um vislumbre do passado, quando ainda nem se conheciam. A conquista e o desgaste são exibidos em paralelo, com o espectador acompanhando ambos de forma a compreender particularidades desta história de amor. Para o bem e para o mal.

Por um lado, há a paixão. As cantadas engraçadinhas de Dean, a deliciosa piada politicamente incorreta contada por Cindy – cuja graça maior está no misto de vergonha e risos de ambos após ser dita –, os momentos mágicos por eles vivenciados. “Sabe quando toca uma música e você precisa dançar?”. Eles dançam. Em plena rua, ele tocando ukelele e cantando, ela dançando em frente a uma loja. Cena singela, simples, de um romantismo e beleza tocantes. Daquelas que se vê e torce, muito, para que o casal dê certo. Digna do péssimo título nacional, que tenta enganar o espectador ao fazê-lo acreditar que o filme seguirá por esta linha doce. Longe disto.

Namorados para Sempre é um filme que fala sobre a natureza do amor e seus desdobramentos, em diálogos profundos que refletem as dúvidas e variações de espírito de seus protagonistas ao longo dos anos. O compromisso, a dedicação, a paixão, os problemas, o desgaste, a rotina, as dúvidas. Estão todos lá, estampados de forma explícita nas atuações monstruosas do casal protagonista. Tanto Ryan Gosling quanto Michelle Williams têm atuações imensas, no sentido de imergir fundo nos personagens. Um trabalho refletido principalmente nos olhares, impactantes e por vezes surpreendentes. Em cenas onde não há diálogos, é através deles que se sabe com exatidão o que cada um sente.

A veracidade com a qual o relacionamento entre Dean e Cindy é apresentado por vezes incomoda. Não há concessões ao espectador. Ele é submetido a cenas duras, de forte impacto emocional, e outras doces que se tornam dolorosas por já se saber qual será o desfecho do casal. O contraponto entre amor e ódio por vezes se torna uma tortura psicológica, provocada intencionalmente pelo diretor Derek Cianfrance. Por isso mesmo é preciso cuidado. Namorados para Sempre merece ser visto, mas não pelos motivos insinuados no adocicado título nacional. O filme é muito maior do que isto. (Por Francisco Russo).

Título original: (Blue Valentine)
Lançamento:
2010 (EUA)
Direção:
Derek Cianfrance
Atores:
Ryan Gosling, Michelle Williams, Faith Wladyka, John Doman.
Duração:
114 min
Gênero:
Drama
Status:
Em cartaz.

Minhas tardes com Margueritte - Imagine o encontro de duas forças. De um lado, mais de 100 quilos de pura ignorância e do outro menos de 50, carregados de ternura. Entre eles, uma diferença de décadas de idade e em comum, o encanto pelos livros. Esta é a história de um cinquentão pobre com as palavras e uma idosa inversamente rica com elas.

Quando criança, Germain (Gérard Depardieu) foi chamado de burro na escola por todos e em casa, com sua mãe solteira, não era diferente. A dificuldade de ler se perpetuou numa espécie de bloqueio intelectual. Já adulto, sua vida se resumia a viver de bicos, ainda ser alvo de brincadeira dos amigos e, principalmente, conviver com o eterno desamor da mãe. Contudo, quando Margueritte (Gisèle Casadesus) faz com que as páginas de um livro se abram novamente para ele, este reencontro com o universo das letras amplia seu horizonte e o único limite - agora - será somente a sua vontade.

Baseado no livro “La Tête en Friche”, de Marie-Sabine Roger, o filme foi dirigido por Jean Becker (Conversas com Meu Jardineiro), responsável também pelo roteiro, que conduz bem o espectador e de maneira cativante apresenta um drama com elementos de comédia. E é esse contraponto que ameniza a tristeza dos fatos, sem deixar de lado a emoção.

O resultado é uma produção delicada, que não apela para a pieguice, envolvendo você do começo ao fim, porque a amizade fomentada pelo prazer de viver (dela) e aprender (dele) é inesquecível. Assim, a qualquer hora do dia, eis um filme bom de assistir.

Título original: (La Tête en Friche)
Lançamento:
2011 (França)
Direção:
Jean Becker
Atores:
Gérard Depardieu, Gisèle Casadesus, Sophie Guillemin, Maurane.
Duração:
122 min
Gênero:
Comédia Dramática
Status:
Em cartaz.

PROIBIDA REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA EXPRESSA
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO PORTAL BRASIL
® E AO SEU AUTOR

Para ler colunas anteriores, Clique aqui


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI