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E D I T O R I A L
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"Você bloqueia o seu sonho quando permite que o medo fique maior do que a sua fé"

FERNANDO TOSCANO

A VIDA COMO ELA É - Quando ainda vivemos as primeiras primaveras as nossas preocupações são com o sorriso, o brincar, o dormir, o assistir à tv, sair com os pais, ir até um shopping ou, na minha época, a algum "parquinho"; viajar, férias e clube também faziam parte dessa linda fase da vida. As preocupações são quase nulas e, algumas, apesar de nos parecer importantes, são, na grande maioria, apenas um aprendizado, mas não causam nenhum grande "estrago". Ao atingirmos a adolescência as preocupações mudam. Chama a atenção a questão do corpo, dos estudos, a busca pelo conhecimento, a curiosidade, o sexo oposto e o futuro começa a fazer parte do nosso pensamento. Há de se ressaltar que a busca de conhecimento mudou muito. Nos anos 60 e 70 pesquisávamos em enormes coleções - Barsa, Delta Larrousse, Delta Júnior e outras enciclopédias eram fontes de pesquisas. Os trabalhos eram longos e cansativos; desenvolvíamos habilidades e junto ganhávamos a capacidade de concentração para que pudéssemos escrever, ler e entender de verdade. Foram formados adultos preparados, estudados e capacitados. Também nessa fase da vida ainda nos preocupamos em crescer, em aprender e em viver. Somos jovens e belos, o corpo responde sempre e o sorriso encanta...

Na idade adulta as responsabilidades vêm com toda a força: trabalho, cobranças por desempenho, estudos, graduação, pós-graduação, mestrado, quem sabe um doutorado, treinamentos, cursos e mais cursos, namoro, noivado, casamento, filhos... é muita coisa de uma só vez e nessa fase atingimos o pico do nosso desempenho e da nossa capacidade de suportar todo esse peso. Deus fez tudo de forma perfeita. Nessa fase temos alguma experiência, muitas expectativas, já vivemos ilusões e desilusões, estudos, tristezas pela passagem de alguém amado; pais separados? Hoje em dia isso é algo bastante provável. Apesar disso o sorriso ainda encanta e uma luz ilumina os nossos sonhos. Essa fase varia de pessoa a pessoa, mas em geral estimo que seja entre os 21/25 anos até próximo aos 40, pouco mais ou pouco menos. Essa idade nos prepara para a meia idade que, agora avançou: dos 40 aos 55/58 anos...

A meia idade, a que vivo hoje, é cheia de atribulações e muitas mudanças. Provavelmente o separado agora sou eu e não só meus pais; muitas tristezas nos acompanham, menos esperanças, novas preocupações. Nessa fase nos preocupamos com as doenças que podem estar chegando devagarinho, com nossos filhos - nem sempre no rumo adequado. Formamos um patrimônio? Como está o planejamento da nossa aposentadoria? Sim... hoje, para a "Geração Y" isso começa cedo, mas na minha geração as preocupações eram outras, o país e o povo mais atrasado, menos opções, etc. Essa é a fase da ponderação, da experiência, mas ainda dispomos de grande energia e vontade de atingir algum objetivo que antes não fora possível. É a fase onde os rendimentos financeiros geralmente são maiores, mas uma coisa muda consideravelmente: vem constantemente visitar a nossa mente o questionamento sobre a razão da nossa existência, começamos a filosofar, rápidos estalos de desespero, qual a hora da minha morte? Para que vivo? Uma amiga diz, e concordo parcialmente com ela, que a morte não é coisa de Deus; que é uma tortura, não sabemos se viveremos mais um minuto, um momento ou vários anos; que Deus deu a vida e não pode dar também a morte. Eu prefiro pensar que Deus nos deu a vida e que a morte do corpo, embora para nós, humanos egoístas, seja dura, não tem importância no contexto que Ele preparou para nós. Que na nossa ignorância, mesmo após milhares de anos e centenas de gerações, ainda não conseguimos conhecer todos os animais e plantas que aqui vivem e iniciamos a exploração espacial, a pesquisa sobre a origem da vida e o que o Criador preparou para nós; somos petulantes na verdade. Prefiro agradecer, acreditar e viver o meu dia da melhor forma. Não nego que fica uma pontinha de tristeza porque a única certeza é a morte do meu corpo, dos que amo e dos que amei: "E de novo acredito que nada do que é importante se perde verdadeiramente. Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas, dos instantes e dos outros. Comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre". É assim que caminhamos embora não devêssemos: "você bloqueia o seu sonho quando permite que o medo fique maior do que a sua fé".

Foto/créditos: Fernando Toscano (www.portalbrasil.net)A quarta fase da vida (58/60 - 70/75), que chamo aqui de "outono da vida" - li isso certa vez, refleti, e gostei -, é a maturidade, chamada terceira idade, não ainda a velhice, mas a proximidade dela e talvez traga muitas desilusões. Aqueles que conseguem chegar com saúde e estabilidade financeira já são considerados cidadãos de sorte; aqueles que, além disso, têm família por perto e imóvel próprio podem se considerar, pelas regras da vida, felizes. Mas o certo é que trazem emoções, inseguranças e medos. Medo do desconhecido pelo que irão viver daqui a poucos anos, medo da velhice, da dor, da perda, etc. Eles trazem um coração sofrido, todos eles; seja pela morte de entes queridos (pais, irmãos, familiares - algumas vezes filhos também), seja por não ter atingido alguns objetivos, por não ter conquistado algo que gostariam, por ter feito menos do que esperavam e, principalmente, por não ter mais tempo para fazê-los. Nessa fase as pessoas se aproximam mais da religião, tentam entender a Deus e o objetivo da vida, ficam prostrados diante do desconhecido. Essa é a regra geral pelo que vejo, pelo que analiso; lógico que existem exceções espetaculares, mas todos carregam um ou mais itens desses relatados nessa fase da vida. E precisam de segurança, precisam de amor e dedicação - eles já deram muito e agora, nas entrelinhas, imploram por pouco.

A última fase da vida inicia, variando de indivíduo para indivíduo, entre os 70/75 e segue até a morte. Essa fase você está colhendo os frutos do que plantou durante a vida. Quem conseguiu chegar aqui com saúde controlada, alegria no coração e os filhos por perto já têm do que se orgulhar. É sinal que passou pela vida de forma reta, procurando fazer o que deveria ser feito e conquistando seu espaço de forma natural. Essa fase ainda precisa ser mais entendida, mais cuidada e o mundo carece de profissionais realmente especializados e, principalmente, interessados. O idoso tem muito a nos doar; a expectativa é o hoje, o amanhã é obscuro; há insegurança e eles precisam ser cuidados e amados e todos nós, salvo exceções que não temos controle, chegaremos lá. Por isso devemos fazer a nossa parte hoje, plantar e levar pureza ao nosso coração, para que o sorriso seja transparente, verdadeiro e as intenções perfeitas.

Um dia escrevo mais... hoje tive esse estalo e me senti bem fazendo essa pequena reflexão. Espero que tenham gostado! 

Quinzena que vem tem mais....

Abraços,

Fernando Toscano       
Editor do Portal Brasil     

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO SEU AUTOR.

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