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Estudar nas férias - aprender para toda a vida
Por Denise Amaral (*)

Estudar nas férias!? Quando dizemos que nossos filhos vão fazer cursos no exterior no final de junho, e voltam só em agosto, muitas pessoas nos olham com admiração (e uma boa dose de reprovação).

Mas as férias não foram feitas para ficar sem fazer nada. Descansar não é dormir até tarde, e passar o resto do dia – e grande parte da madrugada – com os olhos grudados na tela de um computador. Pelo menos não para nós... Descansar significa poder fazer coisas diferentes, buscar experiências novas e positivas, e aprender com elas – por que não? Nas férias não devemos desligar o cérebro, e sim conectá-lo com fontes diferentes de crescimento e informação. E nossos filhos gostam muito.

Estudam mais nas férias do que nos meses de aula normal – e ficam muito satisfeitos. Passeiam também, é claro, se divertem muito, e conhecem pessoas de outras partes do mundo, de diferentes culturas, outras crenças, outros hábitos. Aprendem a conviver, aceitar, compreender. Aprendem também que a amizade não conhece fronteiras, e que seu idioma é universal. Isso tudo enquanto dissecam tubarões, enquanto desbravam o universo do cálculo, enquanto lêem e escrevem sobre assuntos vibrantes e atuais, enquanto mergulham dentro de si mesmos para retornarem à tona com informações valiosas sobre como construir uma sociedade melhor, enquanto discutem sobre obras de arte, direito, economia e relações internacionais.

O mundo do conhecimento é vasto e maravilhoso!

Mas estas experiências podem ser muito mais profundas do que aparentam, e de repente nos deparamos com lições que não esperávamos aprender. Foi o que aconteceu este ano. Minha filha menor teve sua primeira experiência realmente acadêmica no exterior, e se viu diante de um desafio inesperado – aulas de álgebra, em inglês, e muitos exercícios para fazer. A matéria era nova, o tempo era curto, e a vontade de se superar falava alto demais – o resultado: desespero total! Mas os desdobramentos... Foram eles a nossa grande lição!

Os irmãos, cada um em uma cidade diferente, logo ficaram sabendo – é curioso como o elo entre eles é forte. Recorrem uns aos outros antes de recorrerem a nós. Foi como se a pequena tivesse disparado um alarme de emergência, ao qual todos responderam prontamente, como se tivessem treinado a vida toda à espera deste exato momento. Um deles pegou um trem, foi à missa com ela, levou-a para almoçar, e passou a tarde toda na biblioteca explicando para ela a matéria (ele está fazendo cálculo em Harvard, e era a pessoa certa para ajudar), até tomar o último trem de volta. A irmã mais velha saiu cedinho de Nova York, viajou de ônibus, depois de trem, para passar algumas horas ao lado da irmãzinha – apenas para passear e fazer companhia, e ter certeza de que ela estava mais tranqüila e mais feliz. Eles conversam entre si o tempo todo, e “monitoram” o bem estar uns dos outros.

Ela aprendeu a pedir ajuda – um passo largo, pois aqui no Brasil suas notas são excelentes, e ela não está habituada a enfrentar problemas que não consegue resolver por conta própria. Uma lição de humildade que vai servir para o resto da vida. Podemos achar que somos o máximo, que não precisamos de nada nem de ninguém, e este orgulho pode nos fazer um mal tremendo! E se vencemos esta arrogância e reconhecemos que seria bom ter um pouco de ajuda, aprendemos que há muito amor por aí esperando a chance de transformar nossa vida em uma experiência mais rica e muito mais colorida.

Nossa filha recebeu um prêmio muito maior do que a melhor das notas – teve seu esforço reconhecido, teve sua atitude elogiada, e teve o carinho de muitos revelado. Ela aprendeu que mais do que saber tudo, é importante querer aprender. E nós aprendemos que criar os filhos com amor sincero, preservando valores, resguardando virtudes, defendendo o certo apesar de tantas pressões em contrário, é um esforço que dá muitos frutos.

Quando chega o momento de cada um alçar seu próprio voo, o que vemos é um espetáculo de grande beleza e precisão – luz do mundo e sal da terra. Podiam usar o tempo para si mesmos, e escolhem doá-lo sem pestanejar. Podiam optar pelo conforto físico de sua própria rotina, e escolhem o conforto emocional de ver de perto que alguém que amam está bem.

Acredito que haja uma grande bondade dentro do coração de todas as pessoas – o que acontece é que ela é muitas vezes sufocada pelo consumismo excessivo, pela busca insana do dinheiro e do poder, pelas falsas ideias de sucesso e felicidade. Muitos escolhem o erro sabendo muito bem que estão errados, mas de alguma forma “justificam” sua atitude para si mesmos, com base em critérios repetidamente adotados como certos, mas essencialmente errados.

O “bem” é claro como o dia. O “certo” brilha com intensidade inconfundível. Só não vê quem escolhe não ver. Do mesmo modo que o bem se espalha, o mal lança seus ramos com força e rapidez, causando a queda de muitos. Mas se optamos pelo certo, pelo honesto, pelo generoso, temos grandes chances de viver em um mundo muito melhor.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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