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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
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Uma arte em extinção
Por Denise Amaral (*)

Quando vemos filmes que retratam épocas passadas, notamos que o cavalheirismo é uma característica marcante em todos os relacionamentos. Os homens sabem ser perfeitamente gentis, e as mulheres sabem aceitar graciosamente as gentilezas, e as pessoas de modo geral demonstram certo cuidado com relação à forma de se dirigirem às outras.

A importância da etiqueta social não mudou com o passar dos anos – o que parece um pouco desgastada é a preocupação de cada um com o bem estar do seu semelhante. Quando se fala em etiqueta, devemos imaginar regras de comportamento que visam tornar o relacionamento social mais fácil para todos. É como se fosse um “idioma” de atitudes – da mesma forma que é mais fácil comunicar-se com as pessoas quando falamos a mesma língua, a interação social é mais fácil quando as pessoas se comportam de acordo com os mesmos critérios e com os mesmos costumes.

Muitos já passaram pela situação constrangedora de não saber exatamente como cumprimentar uma pessoa que acabam de conhecer, e decidem por um aperto de mão quando o outro, mais efusivo, opta por um beijo e um abraço. Os costumes variam de país para país, de cultura para cultura, e mesmo de pessoa para pessoa. E por mais que busquemos saber o que é usual em cada lugar, fica difícil evitar algumas surpresas pelo caminho – e também para elas devemos estar preparados.

Mas o que parece faltar ultimamente é a percepção de que vivemos em sociedade, não estamos sozinhos e temos que dividir muitos dos espaços que ocupamos, e compartilhar muitas das situações que vivenciamos. Ao nosso redor estão pessoas com mais ou menos dificuldades do que nós, talvez com a mesma pressa, também cheios de preocupações e problemas, e não há uma justificativa imediata para que determinemos que nossas necessidades têm prioridade sobre as de todos os demais.

Levar em consideração a presença de alguém ao nosso lado é uma questão básica de educação e civilidade – algo que tem sido negligenciado, aparentemente, por muitas famílias. Garantir seus próprios direitos supera qualquer preocupação no sentido de reconhecer os direitos dos outros, ou mesmo de simplesmente respeitar alguém pelo simples fato de ser uma pessoa. A idéia de “servir” está atrelada à noção de “ser servido” – o que se ensina é estar do lado recipiente da ação, não no de ser sujeito da ação. Direito é algo que temos, e que devemos fazer valer, e não algo que os outros têm, e que devemos reconhecer e respeitar.

Coisas pequenas, então, não são sequer mencionadas: detalhes como dar passagem, abrir uma porta para alguém, dar “bom dia” a um porteiro, dizer “pro favor” e “obrigado”, ceder o assento a uma pessoa de mais idade. Conceitos que alguns observam e aprendem, enquanto outros simplesmente ignoram, porque nunca lhes foi ensinado.

Não podemos generalizar, é claro. Há muitas pessoas por aí que ainda cultivam a boa educação e o cavalheirismo, arcando nobremente com o custo de ser tachado de estranho, antigo, ultrapassado. 

A boa educação é universal, e atemporal. O respeito ao outro, desde o reconhecimento de que ele existe até a preocupação genuína com o seu bem estar, é a base da vida em sociedade.

Ser bem tratado, hoje, com atenção e cortesia, virou serviço diferenciado, oferecido por empresas que decidiram explorar o “mercado de luxo”. É uma pena, pois todos merecem ser bem tratados – apenas e tão somente por sua natureza humana. O cavalheirismo não é uma arte em extinção – apenas perdeu sua naturalidade, sua gratuidade, e foi sendo aos poucos transformada em mercadoria.

Mas pode ser resgatada! É parte da educação (a educação gratuita, não a privilegiada!) como ensinar a andar, a falar, a compartilhar, a esperar. É a contribuição dos pais para o futuro de seus filhos, e de toda a sociedade.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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