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M O T I V A Ç Ã O   &   E M P R E E N D E D O R I S M O
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A vida e a obra de cada um de nós
Por Denise Amaral (*)

Algumas fases de nossa vida são muito ocupadas. Trabalhamos muito e nem temos tempo de pensar. Outras são tranqüilas – demais até – e nos vemos com muito tempo de sobra para colocar na balança tudo o que fizemos, e para começar a pensar naquilo que o futuro reserva para nós. Estes são os momentos em que experimentamos a dúvida, o medo, a insegurança. É muito difícil escolher aquilo que vamos ser, decidir aquilo que vamos fazer... Principalmente em uma época como esta, em que as variáveis são tantas e as opções são muitas.

O jovem que se depara com o momento de definir sua carreira pode entrar em um processo de desespero. Ele pode fazer tudo, gosta de muitas coisas, pondera os prós e os contras de cada opção que lhe agrada, e não consegue chegar a uma conclusão. Pois uma área pode ser ótima para estudar, mas será que também é boa para trabalhar? Quais serão as opções, como estará o mercado daqui alguns anos? O perfil da profissão combina com seus sonhos, seus ideais? Difícil saber.

Algumas pessoas trazem da infância uma tendência para esta ou aquela carreira. Há aqueles que desde muito cedo mostram facilidade incrível para tocar instrumentos musicais, outros não largam o lápis e estão constantemente desenhando, outros ainda amam de forma especial os animais. Mas são poucos os que têm seus interesses e talentos já bem definidos. Ou mesmo que tenham, às vezes preferem fazer deles um hobby, e não uma profissão.

Como seria bom se pudéssemos dar uma espiadela rápida no futuro, e ver o que ele tem guardado para nós. Mas esse é também um privilégio de poucos.

A grande maioria de nós, simples mortais, tem que lidar com as dúvidas avassaladoras, e com as agruras de ter que escolher sem estar nem perto da certeza de que estamos fazendo a escolha certa. Arriscamos, baseados em impressões, sensações, exemplos de outras pessoas, influências familiares, ou simplesmente abraçamos a primeira oportunidade que nos é oferecida. Às vezes dá certo. Às vezes não.

E estas dúvidas não se restringem à juventude, à escolha de um curso ou de uma carreira. Ao longo de nossas vidas, nos deparamos com dúvidas atrozes, e temos muitas opções a fazer. Onde morar, a escola dos filhos, aceitar ou não uma proposta de trabalho, assumir ou não a responsabilidade de um grande projeto, se aproximar ou se afastar de alguém, tomar um partido, comprometer-se com uma causa, defender uma idéia, colocar-se firmemente contra a idéia de alguém... A vida é um jardim imenso, coberto pelas flores mais belas e pelas plantas mais raras.

Mas se fosse fácil, provavelmente a vida não teria assim tanta graça.

No entanto, o mundo nos fala o tempo todo – muitas coisas acontecem todos os dias, e são como que sinais nos indicando o melhor caminho a seguir. Precisamos parar para ouvir. Prestar atenção. Na correria dos dias, muitos sinais passam despercebidos.

Chegamos à noite absolutamente exaustos – física e emocionalmente. As pressões são muitas, o tempo é curto, as pressões são grandes, e enquanto tentamos dar conta de tudo o que temos que fazer, fechamos nossos sentidos para quaisquer informações que nos sobrecarreguem ainda mais. O que não for absolutamente essencial é tratado como desnecessário, e ignorado.  Mas todo sinal é importante, e deveríamos estar sempre atentos. Pode ser que tenhamos assim a solução para algum problema que nos incomoda há muito tempo, ou podemos ter uma grande idéia que mude completamente o rumo de nossa vida.

Um programa que assistimos na TV, alguém que tem uma experiência para compartilhar, um amigo que nos dá uma notícia aparentemente sem importância – tudo pode funcionar como um gatilho, como um lembrete. Às vezes esses pequenos toques gritam aos nossos ouvidos, ou são como uma grande explosão diante de nossos olhos, e abrem caminhos desconhecidos, inesperados, e nos levam a lugares que sequer imaginávamos que existissem.

As pessoas não existem por acaso, não cruzam nosso caminho por acaso, não se dirigem a nós por acaso.

O universo é como um grande tabuleiro, onde Deus joga o jogo da vida. Ele enxerga de longe, consegue ver o futuro, os desdobramentos de cada movimento, e manipula as pequenas peças com sabedoria imensa e amor infinito. Se nos movimentamos por nossa conta, Ele trata de ajeitar o que estiver ao nosso lado para indicar o melhor caminho.

Somos como uma joaninha na janela imensa – alguém carinhosamente tenta nos “empurrar” para a direção certa – a saída, a natureza, a liberdade, sempre que estivermos cegamente caminhando para o vão da janela, onde ficaremos presos.

Aceitar estes pequenos “empurrõezinhos” é uma atitude sábia. Pois por mais que achemos que sabemos de tudo, que conhecemos tudo, que estamos sempre certos, temos que recordar que nossa visão é limitada. Confiar em alguém que enxerga mais longe, se de um lado exige um desprendimento difícil, por outro abre muito os nossos horizontes. Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, ouvir alguém com mais experiência que nós não é um reconhecimento “oficial” de nossa incompetência para esclarecer nossas próprias dúvidas ou solucionar nossos problemas – é, sim, uma atitude sábia e prudente. É como coletar dados para uma pesquisa, de forma a obter uma visão mais ampla e mais fiel da realidade.

Desde as intuições e pressentimentos até os conselhos e os sinais mais diretos, o mundo nos fala o tempo todo. Temos que nos acostumar a ouvir em meio ao ruído dos dias, da pressa, dos nossos inúmeros afazeres. Ouvir, para aumentar nossa chance de escolher os caminhos que são, realmente, os melhores para nós.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade.
É autora do livro "Crianças podem voar", publicado pela Editora Internacional e possui mais de 400 editoriais publicados na área de relacionamento no trabalho.

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