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A D M I N I S T R A Ç Ã O     D E     E M P R E S A S
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Lucratividade e liquidez - indicadores da saúde das empresas
Por Ivan Postigo (*
)

Gestores todos os dias se veem envolvidos com um volume substancial de informações e relatórios gerenciais que lhes dão sinais do andamento dos negócios, porém dois indicadores são fundamentais: lucratividade e liquidez. 

Lucratividade ligada aos aspectos econômicos dos negócios e liquidez aos financeiros.

Uma empresa pode se mostrar lucrativa, mas ter problemas devido ao fato que recebe os valores de suas vendas em um momento bem distante do vencimento de seus compromissos.

Consideremos que para a fabricação de nossos produtos, no primeiro mês, os compromissos com materiais, mão-de-obra, energia elétrica e outros gastos vençam em trinta dias. Acabados, os produtos levam quinze dias para serem vendidos e entregues, e temos que conceder sessenta dias para que os clientes nos paguem.

Digamos que os vendemos todos por R$ 1.200,00 e estes nos custaram R$ 1.000,00.  Temos então um lucro de R$200,00.

Nos próximos 30 dias teremos que desembolsar R$ 1.000,00 e só receberemos R$ 1.200,00 daqui a 75 dias. Nossa empresa se mostra lucrativa, mas sem liquidez para honrar os compromissos.  

Podemos ir aos bancos e pedir um empréstimo ou descontar as duplicatas, assim as transformamos em dinheiro e honraremos os compromissos. Isso, logicamente, tem um custo que precisa ser considerado nos cálculos de lucratividade, uma vez que absorvem parte do lucro.

Vamos para o segundo mês, considerando as mesmas premissas. Veremos, então, que após 60 dias já pagamos a importância de R$ 2.000,00 e ainda nada recebemos. Dessa forma, temos dois meses de faturamento compromissados com as instituições financeiras.

Desde que os custos financeiros não consumam o lucro podemos ainda operar, com alguma segurança, embora os credores já comecem a se preocupar com possíveis problemas de inadimplência.

Nesta simples reflexão, o que poderia dar errado e comprometer os negócios?

Uma delas seria o atraso de pagamento dos clientes ou até a impossibilidade de recebimento por falência de alguns, comprometendo a liquidez e também os lucros. A outra seria a queda das vendas, que geraria complicações sérias à empresa. Em uma situação como essa estaríamos tomando recursos para financiar os estoques que não estão girando.

Alguém poderia nos dizer: Esse raciocínio é muito drástico!

Analise com cuidado e verá que não é não.

Quantos produtos são lançados e não encontram aceitação no mercado?

Quem trabalha com moda, inovação, conhece bem a problemática que envolve produtos novos.

Quantos produtos, apesar da aceitação no mercado, apresentam problemas e a empresa se vê obrigada a retirá-los? Produtos que são retirados e não tem condições de retorno são perdas efetivas.

Uma empresa pode enfrentar um ou vários destes problemas, que podem colocá-la em situação bastante delicada.

Ainda que aspectos como esses não afetem os resultados operacionais, normalmente parte dos recursos financeiros das empresas é direcionado a investimentos em máquinas e equipamentos, em desenvolvimento de produtos, marcas, instalações, portanto num primeiro momento podem comprometer também a liquidez da empresa.

A questão poderia, também, ser colocada de forma inversa: A empresa ter liquidez, mas não ter lucro.

Isso se configuraria quando as duplicatas geradas pelas vendas fossem recebidas antes do vencimento dos compromissos.

Digamos que as vendas sejam feitas com prazos para recebimento de 30 dias, e as compras tenham um prazo de 45 dias para liquidação, mas os valores recebidos não sejam suficientes para honrar todos os compromissos.

Sendo a questão tão óbvia, por que muitos gestores demoram para perceber os problemas, principalmente com relação à falta de liquidez?

O fluxo de compras e vendas não é linear. Há a questão da sazonalidade, quedas inesperadas de vendas com alta estocagem, precariedade no planejamento de vendas, compras ou produção, de forma que o processo se torna complexo e o problema não se configura de fácil percepção para um gestor sem especialização em finanças.

Apesar de todo discurso no mercado afirmando que o Brasil tem excelentes especialistas em finanças, a quantidade de empresas que tem um bom planejamento de caixa é bastante reduzida.

Que tal dar uma olhadinha na lucratividade da sua empresa do último ano e também como está a liquidez?

A propósito, o que você tem planejado para os próximos 6 meses?

Caso não consiga chegar a uma conclusão, é hora de chamar um profissional com especialização em gestão administrativa e financeira.  Não coloque a sua empresa em risco, adicione essa competência!

Para ter sucesso você precisa conhecer profundamente como anda a lucratividade e a liquidez de sua empresa.

(*) Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP e
Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria, Comunicação e Gestão - www.postigoconsultoria.com.br.

PUBLICAÇÃO AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO AUTOR
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