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No mundo globalizado, é irônico aprender língua estrangeira para importar e não para exportar
Por Ivan Postigo (*
)

No deserto, o homem poderia ficar se lamentando do calor, da falta d’água e de recursos, no entanto muitos preferiram formar caravanas e fazer comércio.

Em outras regiões, vimos a conquista de mares e novas terras, com naves carregadas de produtos, desejos e um jeito de viver.

Na era moderna também importamos muitos produtos e culturas. Eletrônicos, vestuários, miniaturas, até comportamentos vikings e samurais.

Em muitas ocasiões mandamos nosso algodão para o exterior e importamos o jeans, como tecido e produto acabado, e no seu rastro, músicas e costumes. E lá no nosso samba, palavras estrangeiras: “Yes, baby!” - Sacou?

E nossa capoeira? Na capoeira repousa!

Na nossa terra, sem inibição, com nossa benção, mistura de gente, mistura de raças, mistura de culturas. Viva a universalidade, saudemos nossa globalidade!

No computo geral, importamos mais do que exportamos.

O estrangeiro aqui se sente em casa. Como não sei, mas de alguma forma falamos a sua língua.

No amazonas, em um barco nos igarapés, um índio me surpreendeu falando inglês e japonês. Curiosos, entabulamos uma conversa e acabei descobrindo que aprendera a se comunicar em várias línguas recebendo turistas. Em sua simplicidade, conhecia mais idiomas que o valor de seu trabalho, com isso era pessimamente remunerado.

Batendo perna na Praça da República em São Paulo, ficará surpreso com a variedade de línguas que os donos das barracas de lembrancinhas dominam.

Ao questionar: - Alemão! Você fala alemão?

A resposta será: - Alemão, inglês e espanhol. Aprendi aqui, recebendo as pessoas!

Ficará surpreso ao ver que em restaurante português em New York terá que usar o seu inglês, e na argentina com o taxista o seu portunhol. Em Barcelona, para alguns, Francês ou Catalão, espanhol nem pensar!

Como não sei, damos um jeito!

Já causei alguns alvoroços ao presentear, em viagens, meus anfitriões com CD de samba, com artes em pedras brasileiras e até com coleções de postais do Brasil.

É verdade que a TV, a internet, alguns esportes nos tornaram mais populares, o que não significa mais conhecidos.

Nesse sentido, sempre me lembro da garota que estudou conosco, participou de muitos encontros da turma e nunca soubemos que era uma extraordinária pianista.

Para nós, sua redescoberta se deu com a descoberta desse talento.

Assim continua o mundo, sem saber, este país, que instrumento toca.

Nosso aprendizado de novas línguas tem servido mais para dizer o que queremos e precisamos do que o que temos a oferecer.

Um amigo perguntava: - Ora, o que os chineses sabem de nós?

Simples, para o comércio com o mundo, o necessário: As ansiedades e desejos! Que lhes são levados, quando não em inglês, muitas vezes em sua própria língua, pelos nativos importadores.

Para o urso, não importa o tamanho do rio, quando sabe os caminhos da piracema!

A maior parte de nossos profissionais estuda línguas estrangeiras para desenvolver trabalhos de importação e não de exportação.

Em uma atitude irônica, pelas oportunidades desperdiçadas e criação de empregos nos países fornecedores, nos tornamos colônias da globalização.

(*) Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP e
Diretor de Gestão Empresarial da Postigo Consultoria, Comunicação e Gestão - www.postigoconsultoria.com.br.

PUBLICAÇÃO AUTORIZADA EXPRESSAMENTE PELO AUTOR
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