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Professor Antonio Germano Gomes Pinto

Verdades sobre os aterros sanitários
Por: Professor Antonio Germano Gomes Pinto (*)

Providencia “dita paliativa” que se tornou permanente

O aterro sanitário é uma obra de engenharia destinada a estocagem, armazenamento ou guarda de resíduos (lixo) gerados pelos grupamentos humanos, ou, melhor dizendo, pela sociedade moderna.

Grandes valas são rasgadas no solo e subsolo e passam por um processo de “impermeabilização” com aplicação de uma camada de argila de baixa textura que é compactada para reduzir sua porosidade e aumentar sua capacidade impermeabilizante. Sobre esta primeira camada, é colocado um lençol plástico e, sobre esse, uma segunda camada de argila é aplicada e novamente compactada.

Sobre essa última camada de argila são colocados drenos para retirada de gases e líquidos (chorume) gerados pela decomposição do resíduo orgânico por micro-organismos anaeróbios.

Finalmente, o resíduo orgânico (lixo) será depositado sobre essa segunda camada de argila, compactado e isolado do meio ambiente por uma camada de saibro, entulho de demolição, argila ou terra. Para essa operação grandes desmontes e movimentação de terra são necessários.

As camadas de lixo e terra vão se sucedendo num “sanduíche” interminável.

Geralmente, esse “sanduíche” extrapola o nível topográfico original da região e passam a formar verdadeiras montanhas artificiais e instáveis, alterando a paisagem da local.

Essa opção de engenharia irá causar inúmeros problemas ambientais e grandes prejuízos à sociedade porque:

a) Há necessidade de um grande investimento para sua implantação e manutenção;

b) A fermentação e digestão da matéria orgânica pelos micro-organismos anaeróbios geram gases altamente nocivos à atmosfera, além do chorume, líquido poluente e mal cheiroso. O material plástico, contido no lixo do aterro, que não é biodegradável, permanece incólume, criando bolsões de gases e condições de deslizamento das camadas componentes do aterro;

c) Inutilização de grandes áreas em locais valorizados próximos às cidades que nunca mais poderão ser utilizados, senão para cobertura verde;

d) Necessidade de investimento em equipamentos pesados como tratores, caminhões e retro escavadeiras para operar o aterro;

e) Elevado custo operacional para cumprir as condições operacionais mínimas obrigatórias;

f) Tempo de uso limitado, obrigando a busca permanente de outras áreas para novos aterros;

g) Poluição da atmosfera pela exalação de odores fétidos num raio de vários quilômetros;

h) Riscos permanentes de poluição dos mananciais subterrâneos;

i) Necessidade de permanente incineração dos gases emanados pelos drenos constituídos principalmente pelo gás metano, vinte e uma vezes mais poluente que o gás carbônico.

A impermeabilização permanente de um aterro sanitário é uma tarefa de engenharia impossível porque, até a presente data, nenhuma tecnologia criou uma superfície capaz de conter a infiltração de forma permanente. Portanto não existe impermeabilização que possa ser considerada permanente.

A argila forma uma superfície filtrante, deixa passar água e quem nos garante que o lençol de material plástico não irá se romper durante o processo de compactação ou por decomposição por ação química ou bioquímica provocada pelo contato com o chorume?

Um determinado material poderá conter a infiltração da água por algum tempo, porém, mais tarde ou mais cedo, esta camada de proteção irá ceder, permitindo a passagem da água que irá transportar os metais pesados contidos no lixo do aterro para os lençóis freáticos.

Regiões pobres em recursos hídricos como a Grande São Paulo não podem correr o risco de contaminar, de forma irreversível, os seus já escassos recursos hídricos.

Os aterros sanitários são soluções paliativas. Visam apenas camuflar o grande problema do lixo, empurrando-o para as gerações futuras que terão de enfrentar verdadeiras bombas de retardo, que poderão detonar a qualquer momento!

A única solução para os resíduos urbanos é a incineração em circuito fechado com a lavagem alcalina dos gases e vapores gerados.

(*) Por Antonio Germano Gomes Pinto - Engenheiro Químico, Químico Industrial, Bacharel em Química com Atribuições Tecnológicas, Licenciado em Química, Especialista em Recursos Naturais com ênfase em Geologia, Geoquímico, Especialista em Gestão e Tecnologia Ambiental, Perito Ambiental, Auditor Ambiental e autor de duas patentes registradas no INPI, no Merco Sul, na UE, na World Intellectual Property Organization números WO2000/027503 and WO 1996/015081 e em grande número de países. email: [email protected].

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