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Umbigo do mundo
Por Bruno
Aníball Peixoto de Souza, colunista do Portal Brasil
O egoísmo é a dimensão exagerada de si mesmo para mais, uma espécie de crédito abusivo, além do devido, a percepção de ser ou merecer de alguma forma o centro sobre o qual orbita pessoas, recursos e fatos, enfim, o umbigo do mundo.
Nesse cariz, quando se violenta o corpo – a dor física lancinante – e a alma – o psique – o ofendido irrompe em palavras torpes e maldições aos agressores. Essa é a natureza humana.
Em contraponto, após ser ungido com óleo pelo profeta Samuel o ESPÍRITO DE DEUS se apodera de Davi e o diferencia num contexto que, contraditoriamente, principia seu inferno.
Perseguido pelo escol de Israel, os melhores soldados do cruel e degenerado Saul, e odiado pelos inimigos de Israel – ele garoto matara o gigante Golias e pelejara com êxito contra outras nações – era caçado dentro de Israel e persona non grata fora.
Nesse viés segue o Salmo 69, versículos 1 a 5, mas cujo versículo 6, o último aqui em negrito, lhe diferencia:
“Livra-me, ó Deus,
pois as águas entraram até à minha alma.
Atolei-me em profundo lamaçal, onde se não pode estar em pé; entrei na
profundeza das águas, onde a corrente me leva.
Estou cansado de clamar; a minha garganta se secou; os meus olhos desfalecem
esperando o meu Deus.
Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça;
aqueles que procuram destruir-me, sendo injustamente meus inimigos, são
poderosos; então restituí o que não furtei.
Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice; e os meus pecados não te são
encobertos.
Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor,
DEUS dos Exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te
buscam, ó Deus de Israel.”
DEUS o fizera notório desde que vencera Saul e, distinguido general de Saul, até que este percebeu que ele era o garoto a quem Samuel se referira como aquele a quem DEUS levantaria em seu lugar para reinar sobre Israel, porque por seu pecado DEUS rejeitara Saul.
Ao invés de se vergar a vontade de DEUS a qual era um dos poucos que sabia, resolveu assassinar o sonho de DEUS – Davi – e findou morto pela mão da mais feroz mão inimiga de Israel, os filisteus de onde descendera o gigante Golias.
Até o ocaso de Saul, por quinze aos Davi viveu mergulhado na angustia de quem não sabe se morrerá pela manhã na alvorada, à tarde ou pela noite; se naquele dia chamado hoje ou durante a semana; se por Saul ou pelos inimigos; enfim, angustiado Davi ainda encontrou força para se preocupar que sua tormenta não fosse motivo de vergonha aos que aguaram no SENHOR pelo testemunho dele.
JESUS é a raiz e a geração de Davi; raiz como DEUS porque era antes de Davi; como homem geração, filho de Davi, e na cruz, a mais cruel e dolorosa engenharia de morte criada pelos romanos, JESUS poderia irromper fulminando os sacerdotes que atiçavam a que descesse da cruz, despachando-os ao inferno.
Poderia, mas não o fez. Ninguém tomou JESUS, ele se entregou e singrando oceano inimaginável de dor – quem já teve uma crise de dor dente ou similar pode modular um referencial – intercedeu, pediu a DEUS que não lhes imputasse aquela barbárie.
Esse é JESUS, o “umbigo do mundo”, aquele por meio de quem tudo o que foi feito se fez, o qual por ELE, por meio DELE e para ELE são todas as coisas, cuja essência levou a Davi a se importar pelos outros mesmo na angústia.
Paz!
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