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B U S I N E S S    &     L I F E     C O A C H I N G
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Educação - base da Nação
Por Denise Amaral (*)

Há alguns anos atrás, quando o computador ainda não fazia parte da rotina da maioria das pessoas, usava-se o lápis e a caneta com uma frequência substancialmente maior do que hoje. E costumava-se dizer que certos profissionais “largavam o lápis em pé” assim que desse no relógio o final do seu expediente, ou seja, além da hora cravada, sequer terminavam de escrever a palavra que haviam começado – muito menos a frase! – e só retomavam no dia seguinte.

Esse hábito de ver o trabalho como um mal necessário permanece pesando muito sobre a atuação de profissionais ainda hoje, pessoas amarguradas e frustradas que simplesmente não conseguem enxergar a importância de sua atividade dentro do mecanismo econômico e social que dá vida à sua comunidade – e ao seu país, e ao mundo. Seja qual for o trabalho, por mais corriqueiro que pareça, ele é parte importante de um sistema que não para, e que é essencial para todos nós.

E não se trata apenas de pessoas com trabalhos pouco criativos ou basicamente mecânicos e repetitivos que vemos por aí com esta triste atitude. A falta de motivação é uma doença degenerativa grave que não escolhe profissão e ignora talentos – ela ataca e se prolifera, deixando sequelas terríveis por onde passa, intoxicando de tal forma o ambiente que afeta inclusive as pessoas que não sofrem dela, mas acabam sofrendo – e muito – por conta dela.

Hoje presenciei um destes fenômenos de deterioração de ideais. Um professor de ensino médio (ressaltando que leciona em escola particular de renome em uma das principais cidades brasileiras) recusando-se a atender um aluno que o procurou na sala dos professores porque estava “acabando o horário de seu expediente”. Faltava coisa de dois minutos, o que, a seu ver, não seria suficiente para tratar seja lá do que fosse que o aluno estivesse precisando - o que, diga-se de passagem, ele sequer preocupou-se em saber. Fosse qual fosse o assunto, o “lápis” ia cair em segundos... Teria que esperar até o início do próximo expediente.

A educação é a base de uma nação. O padrão de comportamento que os professores elegem para si mesmos fala tão alto – ou mais – do que a matéria que estão ensinando. Este exemplo de descaso, para não mencionar a falta de cortesia que fere as regras mais básicas da boa educação, não está sozinho. E não se restringe a relações adulto/adolescente.

A cidadania deve ser exercida – e ensinada – por todos. Seja na escola, nas indústrias, nos escritórios, nos mercados. Onde quer que existam atuação e interação de pessoas, a ética, o respeito, a honestidade e a cordialidade devem ser praticados e incentivados.

Um país se faz através de cada um de seus cidadãos. Se estamos cansados, frustrados, desmotivados diante de todos os problemas que enfrentamos, nossas atitudes se refletem de forma negativa na imagem que o Brasil oferece para o mundo. E se, além de não corrigirmos o nosso posicionamento pessoal diante da realidade, ainda oferecermos exemplos destrutivos para os nossos jovens, estamos condenando a imagem que este país terá no futuro.

Mas se cada um de nós erguer a cabeça, arregaçar as mangas e entregar-se ao trabalho, podemos fazer uma boa limpeza na casa, para começar o ano com espaço para crescer. Quando nos deparamos com muita sujeira e muita bagunça, somos tomados de um desânimo profundo – algumas situações são tão graves que parecem estar além de reparo ou solução. Mas àqueles que acreditam, tudo é possível! Grandes mudanças começam com pequenas atitudes – como saber ouvir, procurar compreender, tentar atender, estar sinceramente disposto a ajudar...

O espírito de comunidade é um conceito bem pouco desenvolvido entre os brasileiros, que cresceram com ideias do tipo “cada um por si”, “tirar vantagem em tudo”, “negociata é o bom negócio do qual você não faz parte” e outros venenos assim intoxicando sua forma de pensar, julgar e agir. Por conta de “verdades” como estas, absorvidas e raramente questionadas, vivemos um momento de profundo equívoco moral.

Mas mudar não é apenas possível como urgentemente necessário. A começar por cada um de nós, hoje, fazendo bem feito aquilo que tivermos que fazer, escolhendo a cortesia ao invés da prepotência, a compreensão ao invés do descaso, a justiça ao invés do interesse pessoal. Um passo de cada vez, uma conquista por vez.

Lembrando sempre de que somos parte de alguma coisa muito maior do que nós mesmos, mas temos um poder imenso. Tanto para colorir quanto para apodrecer. As sementes que plantamos sempre se multiplicam. Sempre. É imensa a nossa responsabilidade, como deveria ser imensa a seriedade com que fazemos o nosso trabalho, tomamos nossas decisões e elegemos as nossas posturas.

Nem todos os brasileiros são professores, mas todos ensinam – aos filhos, aos amigos, aos colegas do trabalho, aos vizinhos, aos clientes, aos subordinados, à população.

Quero poder fazer parte de uma comunidade que se sustenta, que se ampara e que cresce, não de um circo de horrores ou uma versão moderna do Coliseu romano – seja como Cesar, como seus senadores, como um Cristão, como um leão, ou como parte do povo que assiste. E quero que meus netos possam experimentar o orgulho de dizer que são brasileiros.

O fim de um ano pode marcar o fim de uma era. E se cada um de nós limpa um pouco da sujeira, são boas as chances de começarmos o novo ano em um ambiente claro, limpo e promissor.

(*) Denise Rodrigues do Amaral é escritora, advogada e pós-graduada em Teoria da Comunicação, especialista em comunicação e produtividade e membro da CCF – Certified Coaches Federation.
É autora dos livros "Crianças podem voar", “Perfil de sucesso”, “Sounds like success” (English edition), “Essas mulheres incríveis e suas histórias maravilhosas”, e possui mais de 500 artigos publicados sobre alcançar o sucesso.

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