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Papel da inovação
Por Marcos Cintra Cavalcanti de
Albuquerque (*)
Estudos têm mostrado que a inovação assume papel cada vez mais importante para o crescimento econômico sustentado. Cálculos econométricos apontam que apenas a expansão da disponibilidade de capital e força de trabalho não explica a totalidade do processo de crescimento do produto nacional. Nas economias desenvolvidas, onde o bônus demográfico já foi incorporado à atividade produtiva, a expansão econômica se mostra extremamente dependente do processo inovativo, e da maior capacitação da mão de obra que ele demanda.
Inovação é um conceito ligado à ciência e à tecnologia. Enquanto a ciência refere-se ao conhecimento adquirido com base em um método de pesquisa, a tecnologia é a transformação desse conhecimento em novos ou melhores equipamentos, produtos, processos, matérias primas e materiais visando inseri-los na atividade produtiva. A inovação ocorre quando essa novidade chega efetivamente ao mercado como um bem, serviço ou procedimento capaz de promover um método mais eficiente de produção ou de distribuição.
A ideia consolidada nas principais economias do mundo é que sem inovação não há crescimento econômico de longo prazo. Isso se torna mais evidente com o aprofundamento da integração entre as nações. Com a expansão dos mercados há maior especialização de países e regiões e essa nova divisão do trabalho demanda aperfeiçoamento constante para manter a competitividade das economias.
Resumindo, a inovação está intimamente ligada com a questão da produtividade, tanto no âmbito da empresa como da economia em geral. É o fator que permite a elevação da curva de produção em um empreendimento particular, em um setor e também da economia em termos agregado.
A dependência da inovação como fator de crescimento econômico sustentado é um fenômeno que também está cada vez mais presente na economia brasileira. Nos últimos anos o Brasil incorporou ao processo produtivo grande parte de sua mão de obra disponível. Esse fenômeno associado à reduzida produtividade decorrente do baixo grau de inovação de sua economia vem mantendo a taxa de expansão do produto na casa dos 2% ao ano.
A alternativa para a economia brasileira superar o quadro atual de baixo crescimento é o aumento da produtividade, através do progresso tecnológico. Assim, o papel da inovação passa a ter peso cada vez maior para a eficiência da atividade produtiva nacional. É preciso criar condições para acelerar o desenvolvimento científico e tecnológico, incorporando esses avanços ao processo de produção, de tal forma a elevar a produtividade total dos fatores.
A inovação tecnológica é uma necessidade que os candidatos à presidência da República e aos governos estaduais terão que considerar em seus planos de governo. Negligenciar essa questão significa manter a economia patinando.
(*) Marcos Cintra
Cavalcanti de Albuquerque
é
doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular e
vice-presidente da Fundação Getulio Vargas.
Internet:
www.marcoscintra.org / E-mail:
[email protected]
- Twitter:
http://twitter.com/marcoscintra.
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PUBLICAÇÕES
AUTORIZADAS EXPRESSAMENTE PELO DR. MARCOS CINTRA
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