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Fernando Toscano - www.portalbrasil.netMarchemos 'prá' luta de lápis na mão
Um povo educado é um povo de futuro

Por Fernando Toscano (*)

 

Alguns sobreviventes da geração dos anos 60, como eu, talvez se lembrem de Dom e Ravel. Sim, "Dom e Ravel". Os irmãos cearenses, de Itaiçaba - município com 8 mil habitantes, ficaram famosos, no início dos anos 70, pela composição da música "Eu te amo meu Brasil". Outra de suas músicas, chamada "Você também é responsável", bastante atual, já que trata do sofrimento e do desprezo humano para um povo que deseja aprender e ser alguém, mas que o Estado não lhe dá a devida importância. Em determinada parte há o clamor: "Você também é responsável, Então me ensine a escrever, Eu tenho a minha mão domável,  Eu sinto a sede do saber... Eu venho de campos, tão ricos tão lindos, Cantando e chamando, são todos bem-vindos; A nação merece maior dimensão, Marchemos prá luta, de lápis na mão". Essa música foi utilizada pelo então ministro da Educação, Jarbas Passarinho, como um hino do conhecido "Movimento Brasileiro de Alfabetização, o Mobral".

 

Pois bem: Há anos venho defendendo que um país só prospera pela educação. Serve de exemplo a Coréia do Sul, que nos anos 70, se comparava ao Brasil no índice de desenvolvimento humano, no índice de analfabetismo, saúde, segurança e um monte de outros índices que podem, efetivamente, demonstrar que uma nação e o seu povo evoluíram. Hoje a Coréia do Sul tem padrão de primeiro mundo com destaque na indústria automotiva, naval, tecnológica e investiu mais de 50% do seu PIB na educação durante anos e anos. Ainda hoje a Coréia do Sul aplica US$ 9,300.00 por aluno/ano, na educação básica. O Brasil, bem mais atrasado, investe US$ 3,822.00 (fonte: OCDE). Serve essa letra para chamar a atenção que trazer qualquer tipo de risco à educação, como corte de despesas e coisas do gênero, é um risco ao crescimento de um país; risco para o futuro de toda uma geração.

 

O Brasil, potência agro-industrial, economia mais poderosa da América Latina, com tantos letrados e músicos de primeira grandeza, também é um dos países mais miseráveis onde políticos sem ética e sem qualquer tipo de responsabilidade social utilizaram da ignorância do seu próprio povo em benefício do seu grupo. E assim seguimos nessa ignorância política de gente sem escrúpulos. Hoje acredito firmemente num novo futuro para o país. Queiram ou não queiram, há disposição, há gente honesta no poder, empresários e pessoas visionárias imbuídas num mesmo sentimento de fazer desse, um país maior, da grandeza que o seu povo merece!

 

Há dois meses fiz um simples teste na estrada que liga Belo Horizonte (MG) até Brasília (DF). Lembro-me bem dos anos 80. Sempre viajei pelo país de carro; havia mais despreparo dos motoristas, estradas de pistas simples, veículos limitados e pouca sinalização, mas a educação existia. Aqui um aparte: Existia fiscalização nas rodovias. O que vemos hoje são policiais rodoviários federais ganhando muito bem e não fazendo nada além de aplicar multas e socorrer vítimas. Não há fiscalização praticamente nenhuma. Contabilizei 60 (sessenta) viagens de carro em 03 anos e só fui parado em duas ocasiões: ambas para receber multas de guardas rodoviários escondidos dentro de matagais (isso mesmo, matagais) que cercam as rodovias. Mas seguindo o raciocínio anterior resolvi fazer uma pesquisa. A cada ultrapassagem que eu fazia um veículo, principalmente caminhões e uns poucos ônibus, dava duas pequenas buzinadas, agradecendo a gentileza ("estilo "bi-bi"). Contabilizei 18 buzinadas de agradecimento por facilitarem ou sinalizarem a ultrapassagem e apenas 02 buzinadas de retorno ("um 'bi-bi', que significava "valeu..., de nada..."). Fiquei impressionado: 11%. Me recordo muito bem, ainda criança, depois jovem e adulto recente. Naquela época (anos 70, 80 e ainda no início dos anos 90) era praticamente 100% e isso alegrava o meu coração de criança. Eu ficava encantado com o agradecimento e o "de nada" recebido em troca.

 

Hoje em dia com o excesso de informações, muitas delas falsas ou parcialmente falsas, algumas incompletas e outras fornecidas por pessoas que desejam apenas ganharem "curtidas" e elogios, mas totalmente desprovidas de base sólida de dados e informações, acaba trazendo uma geração burra, não no sentido da capacidade do ser humano, mas na fixação de informações indevidas, não necessárias e mesmo as poucas boas informações, sem controle, onde ninguém sabe dizer qual é a verdade perfeita. Assim, como os motoristas, reflexo dessa geração, que clamo: "Vamos marchar para a luta de lápis na mão". Vamos resgatar a sabedoria do homem, vamos resgatar o que a geração anterior tinha de bom. E não adiantam os jovens de hoje nos taxar de "ultrapassados ou de geração ruim, que polui, etc." que todos os benefícios que encantam a todos hoje, como os computadores, celulares, tv a cabo e ate a internet foi a minha geração quem criou.

 

Vocês, jovens, agora estão evoluindo porque foram amparados por bases sólidas de quem realmente estudou, de lápis na mão, dicionário no bolso, enciclopédia em casa e bibliotecas de qualidade.

 

FONTES:
-
https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/coreia-do-sul-deu-salto-ao-priorizar-ensino-basico--ao-contrario-do-brasil-0t7zs2apxhtbspap3kdhdbvii/
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_%26_Ravel

 

(*) Fernando Toscano é o Editor-Chefe do Portal Brasil. Seu perfil.

AUTORIZADA A REPRODUÇÃO DESDE QUE CITADA A FONTE.
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