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- Administração de Empresas -
Outubro de 2003

2ª quinzena - O Espetáculo do Crescimento ou Crescimento do Espetáculo
1ª quinzena - A força da mídia - o poder da desinformação


O Espetáculo do Crescimento ou Crescimento do Espetáculo

            A sucessão presidencial no Brasil foi cercada de expectativas. A maioria dos 52 milhões de brasileiros que, democraticamente, elegeram o Presidente do País tinha uma expectativa muito positiva quanto às mudanças, até porque, o alicerce de campanha prometia isso.

            As mudanças estão ocorrendo, porém, não estão agradando a uma expressiva parcela da população que elegeu o novo Governo.

            Não há como negar o excelente trabalho que o Governo Brasileiro, vem realizando nas relações exteriores. A figura carismática do Presidente, sua simplicidade e objetividade nos seus pronunciamentos, está encantando os europeus, principalmente pelo tom crítico adotado quanto aos “xerifes do globo”.

            O Brasil, hoje, possui uma boa imagem junto à comunidade internacional e o crescimento da influência do País nas tratativas internacionais é algo digno de elogios. O Brasil passou a ser visto com mais respeito e dignidade.

            O maior problema do Governo está aqui, em solo brasileiro. O Governo precisa equacionar e promover a mudança que julga necessária, atendendo as promessas de campanha e os interesses de seus pares. Esse é seu maior problema: atender os interesses de seus pares (aliados políticos e povo brasileiro), respeitando a Constituição e o sistema democrático brasileiro. 

            Nesse contexto, há um sistema de forças antagônicas pressionando o Governo. De um lado, está a população brasileira ávida por mudança e por melhor perspectiva de vida. De outro, o ranço herdado: poderoso, infiltrado e ramificado nos mais diversos níveis hierárquicos do Governo e suas autarquias. E, nesse “tiroteio” de interesses, o País patina.

            Ocorre que as necessidades da população brasileira são muitas e variadas: emprego, saúde, educação e alimentação. Para o atendimento dessas necessidades básicas, inerentes a qualquer ser humano, há necessidade de investimentos em infra-estrutura, ampliação dos horizontes econômicos e, acima de tudo, um planejamento organizacional.

            O que observamos é que o Governo não possui um planejamento coerente e integrado no que tange ao desenvolvimento e crescimento do País, para com isto criar condições de atendimento a essas necessidades. Está incorrendo no mesmo erro dos Governos anteriores, tentando apagar incêndios e utilizando a mesma tática de seu antecessor, vem lançando mão da mídia para passar uma imagem que não espelha a realidade. Nosso problema é conjuntural.

            Até hoje, não há uma política efetiva de incentivo a investimentos. Lançam-se “Programas de Governo”, reafirmam-se as promessas, mas, de concreto, nada de novo. Os índices de crescimento projetados para o Brasil estão sendo reduzidos, o desemprego está aumentando, a saúde no País está caótica, o ensino está decadente.

            Tudo continua como antes, com um agravante: grande parte da máquina governamental utilizada para executar a política de governo está praticamente parada.

Quais seriam os motivos?         (assinale a resposta correta)

a) Ineficiência

b) Incompetência

c) Falta de recursos

d) Falta de diretrizes (Planejamento)

e) Todas as respostas anteriores


            Para justificar e comprovar essa afirmação, é só observar as estatísticas operacionais, extraídas do site oficial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, conforme abaixo:  

Ramo de Atividade

2001

2002

2003 *

Agropecuária

3.051

4.423

4.170

Indústria Extrativa

913

216

84

Indústria de Transformação

14.242

16.911

5.354

Comércio/Serviços

8.924

19.523

9.985

Total

27.130

41.073

19.593

Fonte: AP/DEORÇ
Obs.: Classificação setorial do BNDES adaptada para a classificação do IBGE. Os dados referentes aos totais foram obtidos por soma, considerando-se as casas decimais.    * jan/set

   

Ramo de Atividade

2001

2002

2003 *

Agropecuária

2.762

4.509

3.021

Indústria Extrativa

396

250

88

Indústria de Transformação

12.760

17.178

7.587

Comércio/Serviços

9.298

15.482

8.274

Oper. no Merc. Secundário

462

733

  85

Total

25.678

38.153

19.055

Fonte: AP/DEORÇ
Obs.: Classificação setorial do BNDES adaptada para a classificação do IBGE. Os dados referentes aos totais foram obtidos por soma, considerando-se as casas decimais.    * jan/set

 

 

2000

2001

2002

2003 *

Consultas

43.138

37.239

44.010

26.447

Enquadramentos

40.607

30.903

35.762

21.301

Aprovações

27.625

27.130

41.073

19.593

Desembolsos

23.393

25.678

38.153

19.055

Fonte: AP/DEORÇ
Obs.: Os dados referentes aos totais foram obtidos por soma, considerando-se as casas decimais.     * jan/set

            Caro leitor o que você acha disto?

            Qual será a conseqüência da escassez de investimentos neste ano?

            A Empresa Brasil conseguirá reverter a forte tendência de recessão? 

            O milagre do desenvolvimento poderá ocorrer ainda nesse segundo semestre, como afirma o Governo? 

            Será que esse milagre poderá acontecer ainda no primeiro semestre de 2004, conforme promessa mais recente do Governo?

            Sinceramente, acho que não. E você? O que acha?

            Dentre os fatores que podem ter contribuído para essa situação, podemos selecionar, como um dos principais, o descarte de pessoal técnico e qualificado na hora de se definir as nomeações, para postos de comando. Isso está acontecendo de maneira generalizada em todos os setores do Governo, incluindo-se as autarquias e empresas sob seu controle.

            O próprio Governo admite este fato, argumentando ser possível conciliar o descarte de pessoas especializadas para determinadas funções para beneficiar suas filiações partidárias na hora de indicação para os cargos federais. Mesmo consciente de que em um ou outro momento pode perder o controle de uma gestão que associe o técnico e o político, o PT não mudará sua postura devido à pressão dos oposicionistas. (Entrevista do líder do PT no Senado, Tião Viana (AC), concedida à Agência Nordeste).

            Tudo que foi combatido durante a campanha presidencial, clientelismo, apadrinhamentos, favorecimentos, está sendo mantido. Os cargos federais estão sendo loteados por afinidade político-partidária, exatamente como era antes. Só mudaram os “Donos das Cadeiras”.

            A falta de preparo dos nomeados de "confiança" aos cargos públicos assusta, reduz consideravelmente a qualidade nos serviços prestados à população e põe em risco o próprio Governo no sentido de que não contará com o apoio técnico e de qualidade adequada para a realização de seus projetos.

            Tenho notícias de que há projetos de investimentos de empresas genuinamente brasileiras parados no BNDES desde dezembro de 2002 por falta de pessoal qualificado para análise.

            Diante disto tudo, o que você acha da negociação da dívida AES? (assunto de nosso próximo artigo).


A força da mídia
O poder da desinformação

            Na quinzena passada, foi publicado o artigo “Brasil – País da Fantasia (O Poder da Informação)”. No citado artigo tento expor que diariamente estamos tomando contato com uma infindável quantidade de informações, das mais variadas fontes e origens, através dos mais variados meios de comunicação: jornais, revistas, televisão, rádio, outdoors, e-mail, folders, publicações, livros, etc...

            Afinal, estamos na “Era da Informação”. Não é o que os grandes mestres nos ensinam?

            De fato, estamos na “Era da Informação” e o profissional bem sucedido tem que assimilar o maior número de informações possível para balizar suas decisões, de forma ágil e certeira.

            Não há qualquer dúvida de que o conhecimento de qualquer assunto é um diferencial fundamental para uma correta tomada de decisão, porém há que se cuidar para que esse conhecimento (reunião de inúmeras informações) não esteja corroído ou deturpado. “Lembre-se, porém, que seus concorrentes também sabem disso”.

            Acrescento, neste ponto, um fator que defendo ser fundamental: a seleção da informação. Um Administrador de Empresas tem obrigação de selecionar as informações que recebe direta e indiretamente e definir quais dessas informações devem ser ponderadas na sua análise. 

            As informações que compõem o conjunto chamado “conhecimento” devem ser corretas para que subsidiem decisões corretas, pois, caso contrário, poderão produzir uma decisão equivocada e até desastrosa.

            As informações que nos chegam diariamente podem ser classificadas em dois grandes grupos:

·        no 1º grupo, temos as informações que necessitamos para aumentar nosso conhecimento de determinado assunto. Conseguimos essas informações com pesquisas, estudos técnicos, leitura de livros e periódicos pré-selecionados, consultas a fontes que acreditamos fidedignas, enfim, “vamos atrás”, selecionamos as fontes e as informações mais importantes / relevantes;

·        no 2º grupo, temos as informações que colhemos sem os devidos cuidados e as que recebemos gratuita e graciosamente, sem que necessitemos realizar qualquer esforço. Às vezes, “caem do céu”. Muito cuidado! Essas informações podem ter sido plantadas para que você as considere em sua análise e, nem sempre, correspondem à realidade.

            A grande maioria de informações que chega de forma casual e espontânea, geralmente é superficial. Precisa ser “conferida” para ser levada em consideração no processo decisório.

            Não devemos esquecer que também vivemos um momento de ilusões, patrocinado e protagonizado pela força incontestável dos meios de comunicações ou se preferirem, da mídia (uma palavra mais moderna). Um grande volume de informações nos chega através dos veículos de comunicação gratuita, principalmente televisão, rádio e internet. 

            Esses veículos de comunicação são tão poderosos na condução do processo de formação de opinião que chega a ser perigoso. Da noite para o dia a Força da Mídia cria um “ídolo”, se assim desejar. Porém, também com a mesma velocidade destrói esse ídolo. Temos em nossa recente história vários exemplos. Cada um de nós conhece pelo menos um caso.

            Chegamos no ponto chave: O Poder da Desinformação. Isso mesmo. O poder da informação gratuita, espontânea e muitas vezes dirigida que chega de forma direta e indireta a nossos lares e empresas. Não é à toa que as empresas pagam fortunas para divulgar os seus produtos na mídia, principalmente na TV.

            Quantas e quantas informações nos chegam de forma gratuita, espontânea, casual e dirigida. É só observar: nos telejornais, nas novelas, nos programas de entretenimento, etc. Geralmente, essas informações são para estimular a necessidade do telespectador promovendo vendas de produtos, mas uma boa parte destina-se a induzir a formação de opinião do telespectador.  

            Recentemente tivemos um exemplo de desinformação proveniente de fonte duvidosa, espontânea e dirigida que causou sérios transtornos a várias pessoas e empresas e, para sorte de todos nós (pobres mortais), está causando problemas, também, para a fonte que a produziu: a “reportagem” com os falsos integrantes de facção criminosa no programa líder de audiência aos domingos.

            Devemos exercitar nossa faculdade de “bom senso” e “discernimento” para avaliar e selecionar quais as informações devem ser consideradas e quais são as informações direcionadas e enganosas para fazer-nos acreditar em algo que venha a atender interesses de terceiros.

            Como tenho defendido nos artigos anteriores e no livro “Manual das Micro, Pequenas e Médias Empresas – Passo a Passo” – Editora Papel Virtual Ltda – www.papelvirtual.com.br, o Administrador deve acima de tudo ter uma visão global e bom senso para administrar com sucesso qualquer empresa.

            Por isso, na condução do processo administrativo e no direcionamento do destino das empresas e, até de nossas vidas particulares, se torna necessário fazer uso de preceitos da milenar “sabedoria popular”:

·  Não acredite, imediatamente, em tudo que você ouve e vê. Nem sempre o que você ouve e vê representa a verdade;

·  Antes de qualquer conclusão ou atitude, confirme a informação;

·  Depois de confirmada a fidedignidade de sua origem, pondere-a, analisando-a sobre os vários aspectos envolvidos;

·  Nada nesse mundo, principalmente no meio empresarial, é de graça, sempre desconfie de informações “caídas do céu”. Lembre-se sempre de perguntar: a quem interessaria que eu tivesse acesso a essa informação.

            O “discernimento” e o “bom senso” passam pelo auto-controle individual: o Administrador não pode se precipitar ao tomar conhecimento de uma informação. Antes de tomar atitudes deve ter absoluta certeza da veracidade da informação. Afinal, diz o dito popular: “Os afobados comem crus“.


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