Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 
Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 
Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

- CINEMA -
(Crítica - Abril/2002)

Para você ler os comentários da crítica em meses anteriores, clique aqui


Dicas da semana:
(Período de 26/04-02/05/2002)

O Escorpião Rei ( The Scorpion King, 2002) - O sucesso da série “A Múmia” estrelada por Brendan Fraser gerou esse subproduto que é ambientado antes dos citados filmes estrelado por Dwayne “The Rock” Johnson, doublê de ator e campeão de luta livre.

            A história é tão confusa e desnecessária que funde a cabeça de alguém minimamente informado em história, sempre reduzindo os fatos a efeitos especiais, por mais das vezes banais, e interpretações canhestras.

            Vê-se claramente a tentativa de alongar ao máximo as conquistas que os filmes originais conseguiram, mantendo como fio condutor um dos vilões da trama e a gênese de sua maldade, só esqueceram de que  “A Múmia”  tinha uma lógica toda própria – a dos efeitos especiais, não se prestando a exames maiores de seus personagens.

            Um filme bom para aquelas sessões da tarde em que a televisão enfia filmes que compraram perdidos nos lotes e que servem para ocupar espaço. Dá até saudade do covarde vivido por John Hannah, bom ator envolvido na série original. Uma temeridade aos amantes do cinema!

Cotação: ZERO


Italiano para Principiantes (Italiensk for Begyndere, Lone Scherfig, Noruega, 2000) - Vidas se cruzam numa cidade nórdica num singelo curso de italiano. Esse seria o resumo básico desse exercício cinematográfico que dilacera a experiência de vida de seus personagens na tela a partir de pequenos episódios.

            Um filme ligado ao movimento Dogma que tenta excluir maiores recursos narrativos, deixando ao texto, aos atores e a atmosfera natural a função de trazer uma história, explorando sensações que ultrapassam o nível da interpretação.

            É permitido sorrir, odiar, enxergar, entorpecer-se e quaisquer outras motivações ao filme, ele tenta transmitir ao público matizes da personalidade humana, chocá-lo e tocá-lo em diferentes níveis de sentimento e compreensão.

            Exemplo de uma estética não muito permeável, “Italiano para Principiantes” acaba sendo um filme para iniciados na arte cinematográfica, ele não pede pipoca ou som dolby, pede apenas vontade de experimentar e um platéia atenta, mas que corra o risco da decepção, pois ele se permite também não ser o exatamente o que o paladar da audiência possa querer.

Cotação: ***

                                                                                                                                                       Lourival Sobral  


Dicas da semana:
(Período de 19/04-25/04/2002)

Bellini e a Esfinge - De Roberto Santucci Filho 2001 - Baseado no livro ligeiro de Toni Belotto a história do detetive que reflexiona sobre São  Paulo e sua vida ao tempo que tenta resolver dois crimes, esse “Bellini e a Esfinge” se insere no rol dos filmes policiais banais produzidos a granel no mundo todo.

            Tipos bizarros, lugares lúgubres, bas-fond paulistano enfeitam a trama, dando-lhe um caráter universal que o diretor de boa formação acadêmica consegue extrair um pouquinho a mais do que a frágil trama poderia oferecer.

            Um bom elenco tendo em Fábio Assunção, o Remo Bellini, sustenta com qualidade seu detetive, fazendo-o crível e em Malu Mader, a prostituta Fátima, uma beleza que enfeita a trama e serve para reforçar sua força comercial.

            Um filme para fazer parte da briga da cinematografia nacional de se tornar acessível a todo o público, um produto bem feito e realizado para diversão leve que não consegue perder esse selos mesmo sendo anticlimático o seu final.

Cotação: ***


A Máquina do Tempo (The Time Machine, Simon Wells, 2002) - Levar às telas um clássico da ficção científica não é das missões mais fáceis ainda mais quando se é bisneto do autor do tal livro clássico, essa adaptação tenta fazer uma leitura pop e rápida do clássico de H G Wells, tendendo a valorizar a ação e os efeitos especiais.

            A densidade da obra se perde nesses efeitos, as segundas e terceiras leituras que Wells nos propõe de refletir sobre o tempo são colocadas em outro plano e trama é simplificada em significados e complicada em mirabolantes reviravoltas.

            O filme é boa diversão para o público adolescente que hoje é a base da bilheteria mundial, pois os códigos do sucesso são piamente respeitados e a grife de uma grande história lhe confere um certo refinamento muito saudável em dias de  pouco alimento para os cérebros jovens.

            O ator Guy Pearce parece ter demorado a encontrar o seu tom, mas volta a se revelar competente e faz um bom trabalho de composição, conseguindo refletir na tela o fracionamento psicológico que seu personagem sofre a cada descoberta ou reviravolta.

            Um filme com bons efeitos, razoável história e um bom protagonista, talvez não digno de se tornar um clássico, mas eficiente para ter boa bilheteria e ficar como mais um filme de ficção, algo irrelevante, mas um bom produto a seu tempo.

Cotação: ***
                                                                                                                                                      Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 12/04-18/04/2002)

Jimmy Neutron – O Menino Gênio (Jimmy Neutron, John A Davis, 2001) - Quando se pensa um roteiro destinado ao público infanto-juvenil tende-se a esperar algo que busque simplificar a compreensão e, por vezes, acaba-se por tratar o público alvo como bobos que engolem o que de mais simples e banal se pode criar.

        A história do pequeno nerd que numa situação limite - os adultos foram levados por extra terrestres - acaba por se tornar o grande herói integrado é bem contada sempre permitindo uma leitura em duas linhas: uma para os filhos, outra para seus acompanhantes.

        Ao dar complexidade a trama sem perder de mira o seu público, o filme fica fácil de divertir e interessante aos que tencionem e se permitam ver uma leve ficção científica de animação, com certeza, não irão se decepcionar.

        Sua indicação ao primeiro Oscar de filme de animação foi mais do que justa, embora não tenha a graça de Shrek e delicadeza de Monstros S. A., Jimmy Neutron se torna agradável na sua ambição focada e sua interessante realização.

Cotação:***


K- Pax (Iain Softley, 2001) - Um paciente de uma instituição mental e seu terapeuta, a dúvida sobre a natureza do paciente que se apresenta como um ser diferenciado, tangendo o extra-terrestre e sendo uma questão permanente para aqueles que o tratam e o estudam.

        Uma boa idéia que resultou num filme pífio, desperdiçando dois ótimos atores Jeff Bridges e Kevin Spacey num exercício verborrágico e que se perde por tentar aprofundar algo que desde início já dá mostra cansativo e repetitivo.

        O bom diretor Ian Softley realiza um filme fraco que se resume a seqüências filosóficas demais para uma trama que tenta se desenvolver no padrão americano, gerando o híbrido cinematográfico arrasto e sem grandes emoções ou respostas.

Cotação: ** ½ 

                                                                                                                                                     Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 05/04-11/04/2002)

Falcão Negro em Perigo (Black Hawk Down, Ridley Scott, 2001) - Um filme acabado as pressas a fim de aproveitar o momento pós-11 de setembro vivido pela sociedade americana. Um filme que vem a demonstrar que mesmo nas adversidades e vítimas de crueldades o americano sempre se eleva pelos valores de sua cultura.

            A base do roteiro foi uma trapalhada operação realizada pelos americanos na Somália, em que, ao tentar recuperar um helicóptero – o tal Black Hawk do título, os "mariners" americanos acabam enfrentando a fúria popular e o resultado é uma enorme batalha campal com várias mortes e dezenas de feridos.

            Ridley Scott empresta um ritmo de vídeo-clip bélico em que cenas são cuidadosamente dirigidas a provocar o respeito e admiração do público americano, sempre buscando o ângulo e o ritmo na missão de mitificar o exército ianque.

            O filme resulta uma boa aventura de ação, mas peca por tentar dar contornos ideológicos a trama, o soldado americano sempre tem um olho bom, cândido; os africanos, são sempre miseráveis e com expressões e ações que lembram a barbárie. Para uns bons sentimentos, heroísmo, busca da paz; para os outros, a maldade, o desejo de guerra, de opressão.

            O elenco quase todo desconhecido é formado com alguns bons atores como Tom Sizemore e Ewen Bremmer, mas ao escolher o péssimo Josh Hartnett (Pearl Harbor) como protagonista, reafirma-se a necessidade de se fazer um comercial de 130  minutos, pois como modelo Josh consegue ser o ideal do americano seja por seu  phisyque du rôle , seja por seu jeito de americano médio.

            O roteiro é confuso faltam detalhes que expliquem vários porquês e alguns “comos”, mas o filme tem boas cenas de batalha e algumas cenas fortes de guerras - aquela de espirrar sangue, dedos arrancados e outras que tem público cativo.

Cotação ** ½


Dia de Treinamento (Training Day) - Um tira recebe a missão de treinar seu novo parceiro, o leva para as ruas e lhe apresenta com muita vontade a lei da selva urbana em que tem que se ter uma visão toda própria aguçada para não ser engolido pela vida rápida das grandes cidades, especialmente quando se trabalha com repressão ao crime nas regiões mais periféricas.

            Denzel Washington rouba o filme para sim, ousa ser antipático e pontua cada cena com uma composição perfeita e encanta o público com um certo ar cínico que ele constrói ao longo do filme. Ethan Hawke é apenas correto como o aprendiz, aproveita de Denzel para produzir alguma coisa mais profunda, mas nada excepcional.

            Um filme ágil, bom de ver e nada complexo, mas que é diversão certa para os fãs do gênio policial e deu a Denzel o seu primeiro Oscar de Ator Principal, embora sua boa perfomance esteja a anos-luz do seu fantástico trabalho em Malcom X.

Cotação:***

                                                                                                                                                      Lourival Sobral


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI