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- Cinema -
(Crítica - Maio/2001)

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Dicas da semana:
(Período 24-31/05/2001)

Snatch - Porcos e Diamantes (Snatch, Inglaterra, 2000) - O diretor Guy Ritchie, antes de se tornar o marido da popstar Madonna, apresentou ao mundo o interessante “ Jogos, Trapaças e Dois   Canos Fumegantes” (Lock, Stock and Two Smoking Barrels, Inglaterra, 1999), um filme que redesenhava com extrema agilidade as pequenas trapaças de um sem número de pequenos e grandes escroques, um filme que resultou excelente.

Essa sua nova empreitada repete a fórmula do filme anterior , explorando todo um submundo inglês que se funde numa trama rocambolesca, fazendo bom uso de técnicas de publicidade e com uma conclusão em que as tramas mais distantes e díspares acabam resultando unidas e sendo resolvidas em poucas e rápidas sequências.

Não obstante a repetição, o filme tem gags muito inventivas que levam o espectador às gargalhadas, não dispensando nenhum tema em voga na Europa, por mais tortuoso que seja. O roteiro se concatena com certa precariedade, mas essas mesmas piadas dão o tom e fazem agradabilíssimo o resultado final.

O elenco é interessante, destaques para Rade Serbedzija (o fotógrafo do ótimo, Antes da Chuva) que faz do seu mafioso russo um achado; Brad Pitt, como o pilantra cigano lutador de boxe; e, até o canastrão Denis Farina (marido de Bette Midler em Guerra dos Sexos) defende seu judeu ítalo-americano com sobriedade.

Vale a ida ao cinema, um filme que não perde o rítmo, ainda que seja para ouvir a música preferida do bandidão vivido por Vinnie Jones, "Lucky Star", cantada pela Sra. Guy Ritchie, Madonna.
Cotação: ***1/2


Dicas na TV:

A Eternidade e um dia (Mia Eoniotita Ke Mia Mera, Grécia/França, 1998) - obra-prima de Theo Angeopoulos. Um escritor com doença terminal, revisa sua vida tendo como pano de fundo as disputas nos balcãs e sua relação com um menino albanês.
Cotação: *****
Telecine Emotion (29/05 - 09:10 e 00:10)

Dançando com o estranho (Dance with a Stranger, Inglaterra, 1985) - belo filme de Mike Newell contando a história de Ruth Ellis, última mulher condenada a morte na Inglaterra. O filme que revelou Miranda Richardson - excepcional - e, Ruppert Everett.
Cotação: *** 1/2
Telecine Emotion (25/05 - 05:25)

Caçada ao Outubro Vermelho (The Hunt for the Red October, EUA, 1990) - belo exemplar de como conciliar uma boa trama com o sucesso comercial. Destaque para Sean Connery, como o comandante de um submarino russo que planeja deserdar.
Cotação: *** 1/2
Telecine Action (28/05 - 19:25 e 29/05 - 14:15 e 04:45)

Cadete Winslow (Winslow Boy, Inglaterra, 1999) - Adaptação de David Mamet, da peça de Terence Rattigan, que narra a história de um garoto acusado de roubar um vale postal na Inglaterra, no início do século. Ótima interpretação de Nigel Hawrhorne como pai do garoto. Um filme bonito e interessante.
Cotação: ***
Cinemax (27/05 - 22:00 e 31/05 - 09:15)

Gêmeas (Brasil, 1999) - O filme estréia de Andrucha Waddington, que explorando o universo rodrigueano traz Fernanda Torres como as irmãs que conduzem uma tram extremamente bem conduzida. Destaque para o desempenho de Francisco Cuoco, como o pai das protagonistas.
Cotação: ***
Canal Brasil  (31/05 - 21:00)
                                                                                                                                                                     LBS



Dicas da semana:
(Período 17-23/05/2001)

Belissima (Itália, 1951)
A história de uma mãe italiana que a todo custo espera encaixar sua filhinha no mundo do cinema italiano, seus humores, suas contradições e os meios de que se vale para esse fim. Essa é a historia de Belissima, clássico do início dos anos 50 do diretor Luchino Visconti.

Um filme simples que numa narrativa linear explora emoções básicas de seus personagens: a mãe da pequena atriz, a criança e o escroque que à guisa de prometer encaixar a criança no cinema. Dentro desse universo uma série de personagens menores que sempre tem um comentário - geralmente gritado - a pontuar a trama.

Um filme diferente do mestre Visconti, famoso por seus rebuscamentos estéticos e por filmes ousados ao longo de sua carreira de mais de quarenta anos de cinema, mas que tendo a grande Anna Magnani em seu elenco, deixa-se servir desse talento construindo um veículo próprio para mais uma das “mammas” de Magnani. 

Um filme premiado que deu a Anna Magnani o prêmio de melhor atriz em 1952 ofertado pelo círculo de críticos italianos .
Cotação: *** ½

Billy Elliot (Inglaterra, 2000)
Um dos últimos filmes ainda em cartaz da avalanche dos Oscars, um filme recebido de formas tão diferentes que variam de definição, de sublime a uma grande tolice.

A história de um garoto de uma família de mineiros que em meio a uma turbulenta greve descobre o balé, numa trama que explora de forma leve este painel de emoções, conseguindo tirar as emoções que procura de seu público.

Um elenco brilhantemente escolhido, com destaques para o jovem Jamie Bell, que demonstra que criança representando não precisa parecer anão; Gary Lewis, que consegue fazer que seu pai durão acabe cedendo ao talento do filho; e, Julie Walters, grande atriz britânica, que faz a professora de balé, numa perfomance supervalorizada, mas ainda assim extremamente correta.

A direção do diretor teatral Stephen Daldry é correta, escolhendo sempre a emoção que o expectador deve ter, inclusive na chorosa “I Believe”, canção que,  a despeito de ser chata de se ouvir, no cinema faz chorar os mais sensíveis, pois se encaixa com perfeição no clima criado.
Cotação ****

                                                                                                                                                                        LBS


Dicas da semana:
(Período 10-16/05/2001)

O Tigre e o Dragão (Wo hu zang long, China 2000):                                                                        

Ainda em cartaz o épico dirigido por Ang Lee ainda demonstra força para impressionar o público. Um filme que, apesar de sua trama pouco elucidativa, consegue fazer uso de recursos de imagem para dar uma verdadeira aula de balé em suas renhidas lutas. 

Outro prazer do espectador ao assistir esse filme é tropeçar nas armadilhas fáceis, buscando tocar a emoção do mesmo, inclusive resvalando muitas vezes no pieguismo como na sua canção-tema que transborda açúcar a cada letra cantada na tela. 

O elenco é extremamente eficiente no desenvolver da trama: Chow Yun Fat consegue, enfim, seu primeiro grande personagem fora da área dos filmes de pancadaria do mercado asiático; Michelle Yeoh, faz esquecer que é uma das Panteras, tamanha a contenção que demonstra na sua personagem e; Zhang Ziyi, a grande revelação do filme para o mundo ocidental, extremamente bela e com um esforço que redundou na tela num belo desempenho.
Cotação: ***1/2

 Vídeo:

 Chega ao mercado de vídeo toda a obra do controvertido jornalista Arnaldo Jabor que merece ser assistida, pois apresenta uma bela mostra do que foi o cinema nacional dos anos 70 até o meio da década seguinte.


Os Filmes:

Opinião Pública (67) - Um documentário com a cara do Cinema Novo, pré- AI5, um olho crítico e uma aula de montagem dotada que mescla de forma genial arrojo, experimentação e uma certa dose de descompromisso com estéticas pré-estabelecidas.
Cotação: ***1/2

Pindorama(70) - O projeto megalomaníaco do diretor, um filme caro, pouquissímo visto, quase imcompreensível, mas que importa à historia do nosso cinema. Experimente, quem sabe você o entenda.
Cotação: **

Toda Nudez Será Castigada (73) - A paixão do solteirão pela prostituta Geni, em meio a suas tias carolas e seu filho rebelde, embalada na mente rodriguiana foi transposta ao cinema com maestria, ganhando reconhecimento internacional, inclusive um Leão de Prata em Berlim. Destaques no elenco: Darlene Glória, Paulo Porto e Elza Gomes.
Cotação: ****1/2

O Casamento (75) - O último filme de Adriana Prieto que pela primeira vez encarava uma personagem rodriguiana. Jabor tenta repetir a fórmula de seu filme anterior conseguindo um filme que vale ser visto, mas a milhas de distância da contundência do anterior.
Cotação: ***

Tudo Bem - A obra-prima de Jabor. Uma comédia dramática sobre uma família de classe média às voltas com uma reforma que parece nunca acabar e com os peões que nela trabalham. Consegue fazer um painel daquele momento na vida nacional com interpretações sublimes de Fernanda Montenegro, Paulo Gracindo e José Dumont. Curiosamente foi o primeiro filme da dupla Regina Casé e Luis Fernando Guimarães vivendo os filhos dos protagonistas.
Cotação: *****

Eu te amo (80) - O grande sucesso de bilheteria de Arnaldo Jabor, uma trama fragmentada, confusa, que explorava o momento de Sônia Braga, um roteiro beirando o absurdo, que salvo alguns bons diálogos e uma ou outra sequência estilizada, era muito ruim.
Cotação: * ½

Eu sei que vou te amar (85) - Terminando a trilogia que se passava “entre quatro paredes”, explora as ambiguidades de um casal moderno em meio ao caos urbano (!!!). Um filme que repete alguns clichês, mas tem um roteiro bem acabado com bons diálogos e bom elenco. Filme que deu a Fernanda Torres a Palma de Ouro em Cannes.
Cotação: *** ½

                                                                                                                                                                         LBS


- Um Filme Mutilado -
(Período 02-09/05/2001)

Existem fatos na história do cinema que parecem fazer parte de seus mais rocambolescos roteiros, confundindo a própria história da indústria cinematógrafica com a história do mundo ocidental moderno. Isso pode resumir a história da produção de Soberba (The Magnificent Ambersons, 42) dirigido por Orson Welles.

Realizado logo após seu clássico e primeiro filme Cidadão Kane (Citizen Kane, 41), Soberba foi a primeira tentativa de enquadrar o menino-prodígio no esquema hollywoodiano que lhe exigia mais comedimento e parcimônia em sua experimentação.

Utilizando basicamente o seu elenco oriundo do teatro e do rádio, Welles adaptada o texto de Booth Talkington num tratamento frenético de imagens e sem poupar as nuances de seus personagens em que redenção geralmente vem acompanhada de culpa e sofrimento, dando ao filme algo em torno de 180 minutos de duração na sua primeira montagem.

Antes que  pudesse acabar sua montagem final Welles foi mandado ao Brasil, realizando para o governo dos Estados Unidos a politica de boa vizinhança que visava a pender o lado brasileiro a favor dos aliados, inclusive realizando filmes que a princípio seriam de exaltação das belezas tropicais.

Sua versão foi, então, repudiada nas pre-estréias que foram feitas e após longos cortes acabou ficando com apenas 82 dos 180 minutos dos originais previstos e, por mais que tenha alguns vazios na história, ainda se tornou uma grande fita, que com o tempo valorizou-se e ascendeu a categoria de clássico.

De bônus, o filme ainda deixou na história do cinema, a interpretação magistral de Agnes Moorehead, pela qual recebeu o prêmio do ano dos críticos de Nova York, que é considerada uma das mais fantásticas que frequentaram a tela grande.

                                                                                                                                                         LBS


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