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- CINEMA -
(Crítica - Maio/2002)

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Dicas da semana:
(Período de 24/05-31/05/2002)

Amiga para Sempre (Crossroads, Tamra Davis, 2002) - Um veículo feito para lançar no cinema a cantora Britney Spears e que se dirige a sua legião de fãs adolescentes ao redor do mundo e restringindo seus temas as experiências que se permitem e nos permitem viver na adolescência.

            Três amigas cruzam os Estados Unidos e vão encontrando personagens inusitados e vivendo situações que se pretendem engraçadas e que no todo servem para alguns momentos românticos e reforçar laços de amizade entre as moças.

            A atriz Britney Spears é inexpressiva, mas responde ao que esperava de um filme dela, os valores, o estilo de vida e de hábitos de Britney Spears e o filme fica preso a esses conceitos e mesmo possíveis boas idéias são domesticadas e reduzidas a video clip.

            Um filme que cumpre sua missão mercadológica e ilustra a máquina industrial que é o cinema americano capaz de tornar produto vendável a capacidade interpretativa de Britney Spears, explorando cinema como evento e não como arte.

Cotação: **


Até o Fim (The Deep End, Scott McGehee e David Siegel, 2001) - Margaret Hall (Tilda Swinton), uma dona de casa comum americana, vive em sua cidadezinha quando um furacão de acontecimentos transforma radicalmente sua vida: seu filho se descobre homossexual e ela acaba por se envolver no assassinato do amante dele.

            A luta da mãe para proteger seu filho em meio a preconceitos e chantagens é o mote central do filme cujo roteiro peca por expor situações limites demais para uma trama, o que não permite que os detalhes sejam percebidos e os fatos se atropelam.

            O filme resulta interessante pelo desempenho magistral da cult atriz inglesa Tilda Swinton que tem uma atuação magistral dando a cada cena a intensidade necessária para fazer de um roteiro banal uma aula de interpretação.

            Os diretores acertam em fazer de Tilda o foco do filme, mas pecaram no todo do filme que resulta pouco instigante, numa produção um tanto precária e com pouco cuidado na escalação do resto de elenco, ficando a meio caminho do que provavelmente pretendiam.

Cotação: ** ½
                                                                                                                                                     
    Lourival Sobral


 Dicas da semana:
(Período de 17/05-23/05/2002)

O Homem Aranha (Spider Man, Sam Raimi, 2002) - Tobey Maguire fez carreira em filmes que margeavam o circuitão e o circuito independente americano em filmes como “Garotos Incríveis”, “Tempestade de Gelo” e “Lendas da Vida” que lhe deu um certo destaque como ator, apesar do seu tipo franzino e suas limitações artísticas.

            Ao ser escalado para viver Peter Parker em “O Homem Aranha”  foi recebido com protestos extremados dos fãs dos quadrinhos que imaginavam outro perfil para seu herói predileto, mas com o dedinho do diretor Sam Raimi o personagem foi ajustado a sua maneira.

            As alterações na história original resultaram numa boa aventura cinematográfica e, se por um lado foi perdida a essência completa, a história foi gradada com uma picardia e um humor de Sam Raimi e ganhou ares de uma ótima aventura.

            Ao lado de Kirsten Dunst e Willem Dafoe, Tobey consegue levar bem seu personagem e, talvez consiga fazer do seu rosto a cara do Homem Aranha em alguns anos, trazendo ao personagem seu  phisique du rôle , assim como Dafoe que dá a cara ao vilão Duende Verde sendo a fiel tradução do personagem para a tela dos cinemas ao redor do mundo.

            Já ressaltado, Sam Raimi dá o seu tom ao filme, vê-se o seu toque em cada fotograma, por trás de cada cena e, principalmente no seu espírito.

            O filme é uma aventura rápida e recheada de ótimos efeitos especiais, um filme que merece o sucesso que sua estréia mundial rendeu nos Estados Unidos, a história flui sempre impregnado da lógica dos gibis que não abandona e também não desampara o roteiro - verdadeiro vilão da maioria das adaptações para o cinema de personagens de outras mídias.

Cotação: *** ½


Crupiê- Vida em Jogo (Croupier, Mike Hodges, 1998) - Um lançamento tardio de um excelente drama inglês estrelado por Clive Owen de “Assassinato em Gosford Park” e que merece a atenção do público.

            Um homem que busca se afastar do meio do jogo não consegue escapar aos tentáculos da máfia e acaba se enredando ainda mais no sistema, um filme que pode parecer frio por estar muito perto da realidade e perder um pouco em conflito.

            Um bom exemplar de cinema europeu  com um diretor que tem bons trabalhos e que ainda está por demonstrar seu talento num grande filme.

Cotação: *** ½
                                                                                                                                                    
    Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 10/05-16/05/2002)

A Última Ceia (Monster’s Ball, Marc Forster, 2001) - Quando se imagina um filme que questiona o racismo no sul dos Estados Unidos e o corredor da morte, é possível que imagine um dramalhão lacrimejante e maniqueísta em que os preconceitos são redimidos, mas muito pouco questionados.

            Em  “A Última Ceia” a questão é posta nua e crua e as possíveis lágrimas se não são redentoras ao menos realmente lavam as feridas postas a mostra de quem por esse filme se interesse.

            O romance do guarda do corredor da morte (Billy Bob Thorton) com a esposa de um condenado que é executado (Halley Berry) enfrentado o racismo local e a própria relação de morte que permeia a relação é bem desenvolvida, ainda que por momentos se alongue demais, e cumpre sua idéia central.

            O elenco é dos melhores seja do jovem Heath Ledger que não compromete ou o trio Billy Bob Thorton, extremamente bem, confirmando ter sido 2001 o seu ano; Peter Boyle, excepcional, digno de prêmios e indicações que talvez o tamanho do filme não permitiram.

            Vale nota à parte o desempenho oscarizado de Halle Berry que só não rouba a cena por está bem acompanhada, mas que consegue demonstrar enorme talento, modulando bem suas emoções e conseguindo dar a sua personagem.

            O diretor estreante Forster, ainda que pecando por tentar sempre dar um toque de “Cinema Independente” ao seu filme, realiza um filme consistente que perdurará com força pelos anos afora e pode ser o início de uma bela carreira.

Cotação:*** ½


A Guerra de Hart (Hart’s War, Gregory Hoblit) - Um coronel preso num campo de concentração (Bruce Willis), um crime, os alemães, um dramalhão longo e complexo é o resumo rápido desse drama de guerra.

            Bruce Willis costuma emprestar seu sucesso comercial a produções mais profundas, mas sempre quando detém o controle das mesmas, elas redundam e peças cinematográficas de luz menor e, por vezes, em grandes equívocos.

            Nesse filme tudo resulta frouxo, o roteiro tenta juntar tantas boas intenções que não consegue nem uma linearidade mínima e o elenco esforçado não escapa dessas armadilhas do roteiro e, especialmente Willis não se encontra,  perde tomadas a fio mirando o horizonte, outras olhando o nada.

            O bom diretor Hoblit (Possuídos) parece não ter podido colocar sua mão no filme, pareceu engessado técnica e artisticamente, tendo que cumprir um roteiro trivial de takes e imagens e sem  poder brincar com a câmera.

Cotação: ** ½

Lourival Sobral            


Dicas da semana:
(Período de 03/05-09/05/2002)

O Conde de Monte Cristo (The Count of Monte Cristo, Kevin Reynolds, 2002) - Adaptar um clássico popular ao cinema sempre tem a vantagem de contar com uma história razoavelmente conhecida que tem gravado um selo de qualidade e isso é o maior valor dessa produção.

            A historia da tragédia, redenção e vingança de Edmond Dantes (Jim Caviezel, menos canastrão que nos seus últimos filmes), é por si só, atrativa a quem busca uma boa diversão.

            O diretor Kevin Reynolds optou por centrar a história na rivalidade/amizade entre Dantes e Mondego (Guy Pearce) não abrindo muito os conflitos do filme e reforçando a história com boas seqüências de ação e uso das melhores técnicas do cinema atual.

            O resultado é um filme agradável, mas pouco acima disso. Uma boa diversão que perde a profundidade do clássico de Alexandre Dumas, mas não sua essência eterna e universal.

            Nota especial é a sempre ótima presença de Richard Harris como o velho abade que dá a Edmond o mapa do tesouro que o fará o Conde de Monte Cristo.

Cotação: ***


A Professora de Piano (La Pianiste, Michael Haneke, 2000) - O cinema do diretor Michael Haneke passeia pela humana e sempre flagra seus personagens naqueles momentos em que a natureza humana se revela perversa, lasciva ou simplesmente animal, seja explorando os conflitos da violência, da crise de convivência entre os habitantes de uma grande cidade ou numa relação encerrada em poucos personagens.

            O romance da professora de piano e seu aluno, rende muito mais que um simples filme de amor e/ou triângulo amoroso, ele sempre desnuda facetas diferentes da alma humana que ele dilacera e deixa a mostra ao público do filme.

            Um elenco excepcional realiza a estética de Haneke e se despe de pudores para compor os conflitos por ele apresentado, especialmente a extraordinária Isabelle Huppert que confirma porque está inscrita no rol das melhores atrizes do planeta.

            O filme além de ótimo cinema, seja por seu roteiro, ou elenco, acaba sendo ainda uma experiência sensorial rara em dias de épicos urbanos onde a violência excessiva se expressa em tiros e bombas, conquanto muitas vezes na vida comezinha é que ela se faz perene.

Cotação: **** ½ 

                                                                                                                                                      Lourival Sobral


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