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- Cinema -
(Crítica - Junho/2001)

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Dicas da semana:
(Período de 22-28/06/2001)

As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides,1999, Sofia Coppola) - Sofia Coppola renasce das cinzas de sua pífia perfomance em O Poderoso Chefão 3 (The Godfather , Part III) fazendo sua estréia na direção de forma arrojada e com uma história surpreendentemente ousada (para os padrões americanos) e bem realizada.

A história das 5 jovens que vivem num lar de “feliz” opressão religiosa de seus pais, o fascínio que gerava na sociedade, culminando com o suicídio das adolescentes é extremamente bem narrada e não busca responder facilmente a qualquer questão que lhe possa ser colocada.

A forma narrativa em flash back é bem assimilada e usada com extrema competência dissimulando razões e motivos ao longo do filme com algumas sequências de forte dramaticidade.

Kirsten Durnst confirma seu talento juvenil como Lux, a mais velha e abusada das irmãs Lisbon, uma atriz de finas nuances e de futuro; James Woods mantém o seu excelente nível de trabalho em produções mais sérias como um pai que se faz verossímel ; Kathleen Turner, consegue talvez o seu melhor desempenho, como a mãe castradora, numa das melhores interpretações do ano, sua personagem permeia o filme do início ao fim, pontuando e gerando boa parte da trama e dos conflitos.

Um filme que surpreende o público, uma história excepcionalmente bem contada e uma deliciosa trilha sonora de hits setentistas.

Cotação *** ½

Psicopata americano (American Psycho, 2000, Mary Harron) - O projeto polêmico da adaptação dessa fábula yuppie do escritor Bret Easton Ellis rodou anos com diversos formatos de produção e finalmente conseguiu chegar às telas com Christian Bale protagonizando.

A história de Yuppie que surta dentro do seu modo de vida e resolve suprir suas frustações com um banho de sangue numa trama repleta de ironia e supresas, se revela perturbadora.

Patrick Bateman (Bale), jovem herdeiro executivo de uma firma de publicidade, demonstra seus hábitos e os valores que o cercam, beiram a obsessão por coisas insignificantes, como conseguir ou não reservas nos restaurantes da moda e o padrão de letra de seu cartão de visitas.

O filme caminha brilhantemente até o momento em que o protagonista surta e se torna o cruel assassino sem pudores da segunda metade do filme, acabando num tom meio kafkiano que de certa forma resgata a ironia de toda a história.

O elenco conta com boa parte dos raros jovens bons atores americanos como Chloe Sevigny e Reese Whiterspoon, além da participação sóbria de William Dafoe como o investigador que persegue o Yuppie. Mas o filme é de Christian Bale (o garotinho que teimava em cantar em O Império do Sol - 88), seguro e numa interpretação madura e de extrema entrega que toma conta da tela o filme inteiro, merecedor das menções que recebeu ao longo do ano.

 Cotação: ***1/2

                                                                                                                                                                 LBS


Dicas da semana:
(Período 15-21/06/2001)

"Boas opções nacionais:"

Tolerância (Carlos Gerbase, 2000) - Tolerância é fiel representante de como evoluiu a geração surgida no início dos anos 80 em Porto Alegre em diversas áreas da vida cultural nacional, um geração de idéias e valores estéticos que permeiam aqui e ali a vida cultural nacional desde então.

A história da advogada enfrentado um complicado caso de homicídio (Maitê Proença) e seu marido (Roberto Bontempo) que questionam frente a pequenos incidentes os valores de um casamento de quase vinte anos, desembocando numa thriller interessante.

O roteiro consegue manter a trama numa boa temperatura, ainda que em alguns momentos hajam pequenos saltos de narrativa que confundem o público. Maitê Proença segura bem sua advogada tendo um bom momento em sua carreira, enquanto a boa trilha sonora com também boa dose saudosista é interessante e consegue seu objetivo.

É impossível não relevar a participação de Maria Ribeiro, como a jovem que tenta seduzir o personagem de Bontempo, que explora com ótimas sequências sua ambígua personagem, tomando a tela nos seus momentos cinematográficos.

Salutar a volta do roterista/músico/compositor Carlos Gerbase, a tela grande que consegue um ótimo resultado e diverte o público na medida certa

Cotação: ***1/2

Hans Staden (de Luis Alberto Pereira, 1999) - A história de Hans Staden, náufrago português que viveu 9 meses entre os índios sempre vivendo a ameaça de ser devorado, é contada em ritmo de lenda e numa produção muito interessante e bem cuidada.

O ator Carlos Evelyn defende heroicamente seu personagem,  passando quase toda a trama nu e evoluindo à medida em que vai conquistando autoconfiança e certo controle da sua precária situação frente aos índios.

O diretor Luís Alberto Pereira constrói um filme sem grande criatividade, tentando demonstrar a vida indígena do século XVI , escalando um elenco esforçado e buscando uma certa identificação étnica, mas que às vezes deixa a desejar em qualidade.

Cotação: **1/2

                                                                                                                                                               LBS


Dicas da semana:
(Período 08-14/06/2001)

Cinema -  A Partilha (Brasil, 2001) de Daniel Filho -  A Partilha é um filme feito para o público das novelas globais que abusa de referências e planos televisivos, dando o tom que caracterizou a produção “moderna” existente em algumas áreas da programação da Rede Globo.

A adaptação do texto de Miguel Falabella, ao abrir o espectro da trama de quatros irmãs discutindo uma partilha de um apartamento, enfraquece o texto, pois o charme da peça eram as confissões feitas entre as irmãs, o que é perdido em parte com as tramas paralelas e os depoimentos confissionais que tentam criar uma empatia com o espectador.

O elenco é de qualidade, mas não exuberante. As quatro atrizes se revezam em algumas boas sequências e tem seus momentos, mas o destaque fica por Lília Cabral que se confirma uma grande atriz, ainda que tenha disparado a melhor das personagens.

A direção de Daniel Filho é sonolenta e, principalmente para quem veio do cinema novo e tem longa vivência em televisão, desoladora. Tornou um bom texto num especial para telinha pequena sem grande inspiração.

O filme se não é grande coisa (como 95% dos filmes não o são), ao menos diverte no que se propõe e merece ser visto como um exemplo de produção comercial que pode vir  a sustentar um cinema nacional de qualidade tecnica e com qualidade para correr mundo como fazem as cinematografias mais desenvolvidas.

 Cotação: ***

Dicas de Televisão

O Mundo de Henry Orient (The World of Henry Orient, 1964 de George Roy Hill) – uma comédia excepcional com Petter Sellers no papel título de um músico de meia-idade don juan que é envolvido numa trama de confusões por duas jovens adolescentes na Londres psicodélica.

 Telecine Happy 10/06 23:40

 Cotação:****

Amar foi minha Ruína (Leave Her to Heaven de John M. Stahl, 1945) – um belo dramalhão do cinema americano, o melhor momento da estrela Giene Tierney numa trama de intrigas e ciúmes levados ao limite da loucura. Um marco de um cinema que já teve seu charme

Telecine Classic 11/06 19:55

 Cotação: ***1/2

Floradas na Serra ( de Luciano Salce, 1954)- O último filme da primeira fase da Vera Cruz, uma bela história de amor entre pacientes de uma clínica para tuberculose. Um raro momento para conhecer o talento de Cacilda Becker e rever Jardel Filho. Um clássico do cinema nacional

 Canal Brasil: 12/06 23:30

 Cotação: *** ½

                                                                                                                                                                LBS


Dicas da semana:
(Período 01-07/06/2001)

Barra 68

Um filme que narra todo processo de repressão imposto a comunidade universitária da Universidade de Brasília- UnB  a partir da revolução de 64, tendo como mote a invasão que foi lançada sobre aquela instituição em 1968.

Através dos depoimentos de alguns de seus atores, imagens de antigos jornais e telejornais, reconstituem e discutem a criação da UnB a partir da figura de seu criador Darcy Ribeiro,   tentando mostar o que teria sido daquele ambicioso projeto para intelectualidade, ciência e cultura nacional.

O roteiro de Vladimir Carvalho é enxuto, centra-se em poucos personagens, mas com uma amplitude muito grande, utiliza muito bem o material já existente e consegue dotar de grande dose de emoção os 90 minutos de projeção do filme.

Não obstante um certo comprometimento pessoal com o tema, que esbarra numa visão poetica da esquerda de então, o filme vence o obstáculo trazendo a conjugação de emoção, jornalismo, com um didatismo na medida exata e imagens que reviram o inconsciente de sua audiencia mais velha.

Um bom trabalho, principalmente para quem partilhou da vivência na UnB ou viveu em Brasília no contexto histórico da época, que merece uma ampliação de salas e um público maior pelo Brasil.

Cotação: *** ½ 

                                                                                                                                                                LBS


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