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- CINEMA -
(Crítica - Julho / 2002)

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Dicas da semana:
(Período de 27/07 - 02/08/2002)   

Cálculo Mortal (Murder by Numbers, Barbet Schroeder, 2002) - Releitura  do caso “Leopold & Loeb” que serviu de base para que Alfred Hitchcock fizesse o clássico “Festim Diabólico”, o diretor Barbet Schroeder tenta conseguir o nível de tensão e suspense conseguidos no seu interessante “Mulher Solteira Procura...”

        Dois estudantes (Ryan Gosling e Michael Pitt) engendram um crime perfeito com intenção de desafiar a quem quisesse descobri-los e mantêm um duelo mental com os policiais (Julia Roberts e Ben Chaplin). Um duelo que parece vencido, mas que aos poucos algumas evidências e seus nervos os vão denunciando.

        O thriller é interessantemente conduzido e, se não chega aos pés do clássico hitchcockiano, consegue agradar e entreter quem busca um bom filme com destaque especial para os dois jovens atores que interpretam os criminosos.

Cotação: ***


Resident Evil – O Hóspede Maldito (Resident Evil, Paul W. S. Anderson) - Adaptação o videogame da Capcom, Resident Evil sofre da falta de interatividade que marca os jogos para computador e ainda não consegue agradar aos que vão em busca de uma história que envolva e conquiste a sua audiência.

        O filme narra, em formato de videoclip, a luta de duas oficiais Alice (Milla Jovovich, de “O Quinto Elemento”) e Rain (Michelle Rodriguez de “Limbo” e “Garotas de Luta”) que comandam um exercito na luta contra um vírus devastador que transforma em zumbis todos que são infectados por ele e assume formas que mais e mais vão dificultando o seu combate.

        O filme é dirigido aos iniciados na trama do jogo, mas é acessível a todo o público que, apesar de não contar com efeitos especiais que o diferenciem, podem desfrutar de uma história simples que pode agradar aos menos exigentes.

        O elenco formado de bons atores, especialmente a ótima Michelle Rodriguez, ajudam a tornar a trama, ao menos, assistível.

Cotação: ** ½

                                                                                                                                                        Lourival Sobral   


Dicas da semana:
(Período de 20/07 - 26/07/2002)   

O Fio da Inocência (Felicia’s Journey, Canadá, Atom Egoyan) - O egípcio radicado no Canadá há anos faz carreira no país e, lá, ofereceu ao mundo cinematográfico alguns filmes muito interessantes, se consagrando com a obra prima “O Doce Amanhã  (The Sweet Hereafter)” -  98 - em que o mundo se rendeu ao seu talento, inclusive batendo nas portas das principais premiações americanas.

            Esse “O fio de inocência” foi realizado na Inglaterra, com produção da produtora de Mel Gibson e demonstra o talento de Egoyan em entremear tramas de tons diferentes, no caso drama político-sentimental com suspense, sem que o todo perca a unidade.

            Executivo de pequena fábrica, filho de uma antiga apresentadora de programas de culinária, obcecado pela figura materna, divide seu tempo entre a fabrica e sua fixação em jovens a quem oferece ajuda e acaba por matar.

            Um dia cai nas mãos do serial killer uma jovem irlandesa que vai a Birmingham atrás do seu namorado, pai do seu filho, que acredita trabalhar numa fábrica, mas que se alistou no exército inglês, motivo de grande vergonha para seus familiares e de exclusão social em sua comunidade de origem.

            Uma trama que ultrapassa o mero thriller  e se desdobra em questões sobre política e religião que por vezes se revelam universais, ainda que guardando os aspectos da vida inglesa.

            Apoiado num bom roteiro, que falha apenas em não caracterizar melhor os crimes anterior do personagem central, e na competência habitual de Agoyan que não perde a chance de implicitar através de objeto de cena e locações, um sem número de aspectos informativos de sua história.

            O filme se ampara na maravilhosa interpretação de Bob Hoskins que compõe seu personagem com a força exata que o romance original de William Trevor exige, se tornando merecedor das inúmeras menções e premiações que lhe foram atribuídas.

Cotação: *** ½

                                                                                                                                                        Lourival Sobral 


Dicas da semana:
(Período de 13/07 - 19/07/2002)   

Timor Lorosae (Lucélia Santos, 2001) - Um outro bom documentário da última safra que tem na sua diretora um algo a mais que pode levar público ao tema um tanto quanto difícil, a triste história de Timor Leste.

            Lucélia se envolve com a situação do país depois da “terra arrasada” deixada pela Indonésia e as facções que apoiavam a dominação do país, demonstra sensibilidade de tecer uma teia das pequenas tragédias pessoais que revelam a grande tragédia do país.

            A atriz utiliza as fórmulas da dramaturgia para tocar o público e consegue seu intento ainda que o filme pareça longo em excesso e a reiteração dos mesmos conceitos dê um peso de cansaço que poderia ser evitado com um pouco mais de experiência.

            Apenas uma nota negativa no filme, tecnicamente o filme não se revela de bom nível, a câmera um tanto trêmula revela falta de técnica e não uso de qualquer recurso de linguagem documental que, eventualmente, tenha se querido emprestar ao filme.

Cotação: ***


O Pacto dos Lobos (Le pacte des loups, Christophe Gans, França, 2001) - No século XVIII, o Rei Luis XVI envia dois homens para investigar um terrível assassino de mulheres e crianças e uma série de situações estranhas passam a ocorrer.

            Um filme que foi apelidado de “O Tigre e o Dragão”  francês, mas que supera essa máxima, pois se revela puro cinemão francês travestido de cinema de aventuras com toques orientais, tem um bom roteiro com algumas boas conclusões.

            Seu final não é dos melhores, mas a trama que num momento parece sem futuro consegue se fazer compreender e tirar do seu bom elenco interessantes interpretações, alem da beleza da estonteante Monica Belucci, febre do cinema europeu.

            O diretor Christophe Gans consegue transpor as dificuldades de fazer um filme de grandes proporções, com ambição mundial, tendo sempre soluções criativas e se fazendo valer dos atores por ele escolhidos.

Cotação: ***

                                                                                                                                                        Lourival Sobral


Dicas da semana:
(Período de 06/07 - 12/07/2002)   

Infidelidade (Unfaithful, Adrian Lyne, 2002) - O diretor Adrian Lyne que ficou famoso com os sucesso de “Flashdance” e “Atração Fatal”, demonstrou ser um diretor que conhecia o mercado e com certo talento ao menos para fazer um bom produto, mas perdeu a mão ainda que tenha feito o ótimo e fracassado “Alucinações do passado” que lançou Tim Robbins como ator sério e respeitável.

            Usando um roteiro do mestre Claude Chabrol, Lyne conseguiu extrair o charme europeu do roteiro, fazendo um belo comercial de shampu estrelado pelos astros Richard Gere, Diane Lane, Chad Lowe e o francês Oliver Martinez.

            A disputa de uma mulher entre dois homens envolvendo infidelidade e crime passional e o efeito sensual que o crime passional pode gerar num casamento, não consegue empolgar em momento algum, seja porque seus protagonistas já não estejam fisicamente e profissionalmente em forma o suficiente para fazê-lo, mas também pela inoperância do roteiro de justificar a ação quase frenética.

            O elenco cumpre a missão sem grande charme e sem temperar a trama com o sentimento necessário, está frio, sem destaques maiores positivos e negativos, servindo para comprovar a decadência profissional de Richard Gere.

            A trama substitui a busca do público pelas sensações dos personagens, pela simplista forma de demonstrar algo que os atores não souberam ou não conseguiram interiorizar inteiramente, tornando a expectativa em torno da trama, gerada por intensa campanha publicitária nos Estados Unidos e ao redor do mundo , completamente inoperante.

Cotação: **1/2


Zoolander (Ben Stiller, 2001) - O modelo mais famoso do mundo é utilizado por uma secular organização que explora a moda ao redor do mundo, ao longo dos séculos, para matar o primeiro ministro da Malásia que acaba por determinar o fim da mão de obra barata na região.

            A trama bizarra não é das mais engraçadas, mas o diretor/ator Ben Stiller constrói um filme com certa graça calcando na sua figura física e em boas piadas que, de quando em vez, conseguem tirar boas risadas do público.

            Um filme para comer pipoca e buscar a graça em cada detalhe e um conselho, não tente ver lógica no filme, ele não tem, ele é só engraçado. Palmas para Stiller.

Cotação: ** 1/2
                                                                                                                                                       Lourival Sobral  


Dicas da semana:
(Período de 29/06 - 05/07/2002)

O Quarto do Pânico (Panic Room, David Fincher, 2002) - Uma mulher e sua filha em uma enorme casa em Nova York sendo assaltada por três bandidos seria um roteiro banal se não fosse parar nas mãos do diretor David Fincher (Clube da Luta, Alien 3 e Seven - Os Sete Crimes Capitais) que construiu um ótimo filme.

Jodie Foster vive a protagonista que junto com sua filha se mudam para um confortável apartamento cujo o antigo proprietário construiu um quarto a prova de invasores e em sua primeira missão elas acabam presas nesse quarto enquanto três ladrões tentam roubar uma fortuna em títulos que para o azar delas estava justamente no tal aposento.

O filme explora a claustrofobia ao limite, mesmo aqueles que estão em ambientes mais amplos acabam por senti-la seja por efeitos de câmera que ressaltam a escuridão, a noite a chuva, as paredes ou pilastras da casa, transformando a casa numa grande ratoeira onde todos são ratos.

O embate psicológico e físico entre as duas mulheres e os ladrões é ampliado pelos caracteres pessoais de cada um dos personagens, todos ricos em detalhes e donos de emoções variadas que as viradas do ótimo roteiro de David Koepp traziam na sua letra.

O elenco interessante, principalmente o ótimo Forrest Whitaker que faz o seu bom ladrão num espectro de expressões impressionantes; Jodie Foster, em papel escrito para Nicole Kidman, cumpre a risca o seu trabalho no suspense, ainda que o ser maternal dela tenha um que de fake; os demais cumprem sua função com perfeição e ressalte-se o bom ator Patrick Bauchau como o ex-marido da personagem de Jodie.

E David Fincher...Um dos mais brilhantes diretores do cinemão americano, transforma em marcante um filme mais prosaico que, se não tem a contundência de Clube de Luta ou a inventividade de Seven, ao menos deixam o público com a respiração presa a espera do desenvolvimento da história.

Um grande programa para os amantes dos filmes de suspense, onde os sustos fazem sentido no todo, nunca sendo meramente exercícios dispensáveis de controle da atenção da platéia em algo que possa parecer vago ou inútil.

Cotação: *** ½ 

                                                                                                                                                      Lourival Sobral


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