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- Cinema -
(Crítica - Agosto/2001)

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Dicas da semana:
(Período de 25/08-31/08/2001)

Filmes - Destaques:

Moulin Rouge (Direção de Bal Luhrmann) - Com liras, demônios e um mundo subterrâneo em mente, o diretor Luhrmann começou a escrever a história de Christian (Ewan McGregor), jovem escritor inglês que troca Londres por Paris para mergulhar no universo boêmio da cidade luz, em 1899. Por acidente ele conhece a trupe de Toulouse-Lautrec (John Leguizamo) e é convencido a escrever o musical Espetacular-Espetacular.

A esperança do grupo é que Chrstian caia nas graças de Harold Zidler (Jim Broadbent), dono do cabaré Moulin Rouge, e de sua principal estrela, a cortesã Satine, para que eles possam encenar a peça.

A Senha (Direção de Dominic Sena) - O tarimbado John Travolta (Swordfish) está no papel principal interpretando a Gabriel Shear, um espião de uma agência secreta do governo norte-americano. Determinado a fundar sua própria agência anti-terrorismo, Gabriel planeja um audocioso roubo a banco.

Mas não se trata de um assalto convencional. Para dar cabo ao plano, Gabriel precisa da ajuda de Stanley Jobson, um dos melhores hackers do mundo, interpretado pelo ator australiano Hugh Jackman.

O Diário de Bridget Jones - Ela acorda na manhã do Ano Novo preocupada em ter que aparecer mais uma vez desacompanhada no "jantar anual de perú ao curry", na casa de seus pais. Quando ali chega, sua mãe faz questão de apresentá-la a um ótimo partido, o advogado Mark Darcy.

Bridget fica impressionada, mas, logo depois, circulando entre os convdados, ouve o pretendente falando mal dela para a mãe dele. Quando volta a Londres, Bridget toma algumas resoluções para o ano que se inicia. Ela decide que está na hora de assumir o controle da sua vida e de começar a escrever um diário.

Final Fantasy (Direção de Hironobu Sakaguchi) - Times Square em ruínas ao fundo, quase que totalmente carbonizada, cercada por barricadas de forças terráqueas que tentam bloquear o exército alienígena. Com à morte de tocaia como se fosse uma sombra pronta para uma emboscada, Aki procura por um milagre, acreditando que os valores humanos da coragem, dedicação e do amor serão capazes de salvar o nosso planeta Terra.

Filme japonês para a criançada e jovens que curtem um pouco de ficção. Estrelam o filme, Alec Baldwin, Steve Buscemi e Donald Sutherland.

Portal Brasil®
Fernando Toscano

Dicas da semana:
(Período de 18/08-24/08/2001)

O Bom cinema nacional

Depois de reduzir a sua produção anual de filmes a praticamente zero, o cinema nacional renasceu em 1995 e nesse período de seis anos teve uma produção extremamente variada tanto no formato quanto no tema e como toda boa cinematografia contempla algumas pérolas pouco vistas.

Aqui se pretende sugerir alguns filmes que merecem ser conhecidos do público nacional que podem ser encontrados em cineclubes, tvs por assinatura e locadoras de vídeo.

O Baile Perfumado (Paulo Caldas e Lírio Ferreira 1996) - Excelente direção de câmera, ótimo roteiro e trilha sonora de Chico Science pontuando a história do mascate que estabelece uma estreita relação com Lampião, sendo autor da maioria de poucas fotos e filmetes que existem com o cangaceiro. Destaque para o ótimo elenco, especialmente Aramis Trindade, Luis Carlos Vasconcelos e Duda Mamberti.
Cotação: ****

Um Céu de Estrelas (Tata Amaral, 1996) - O relacionamento passional de um fugitivo da cadeia e sua namorada numa noite paulistana . A trama passional, o ritmo ágil da diretora e o ótimo elenco (Leona Cavalli e Paulo Véspucio) superam a opressão do espaço exíguo e o clima teatral. Filme intenso em sua curta duração.
Cotação: ***1/2

Kenoma (Eliana Caffé, 1998) - O sonho do inventor que buscava o moto-contínuo, brilhantemente vivido por José Dumont, em uma trama bem delineada com possibilidades de leituras variadas, mas acima de tudo um filme agradável de se ver.
Cotação: *** ½

O primeiro Dia (Walter Salles e Daniela Thomas, 1999) - Personagens se cruzam nos último dia do milênio, um belo exemplo de crônica cinematográfica com elenco excepcional e uma fotografia de tirar o fôlego. Um dos melhores filmes do ano de 1999. Destaques para Fernanda Torres, Matheus Nachtgaerle e Nelson Sargento, um mestre da música e da intuição.
Cotação: ****

Ação entre Amigos (Beto Brant, 1998) - Quatro amigos se juntam para encontrar o torturador responsável por traumas de sua juventude. Uma trama seca, ríspida e que não dá trégua ao seu público. Além de ser um bom filme traz Leonardo Vilar, vivendo o torturador, num desempenho perto do sublime. Um raro filme nacional com ação bem conduzida.
Cotação: *** ½

LBS

Dicas da semana:
(Período de 11/08-17/08/2001)

O Planeta dos Macacos (The Planet of The Apes, Tim Burton, 2001) - Um filme que foi cercado de enorme expectativa e que no seu cômputo de acertos e erros deve decepcionar seu público tanto aos que ansiavam por um remake do clássico de Franklin J. Schaffner, quanto aos que pensavam em ver a genial loucura de Tim Burton em ação.

O astronauta que cai nos planeta dominados por macacos e que subverte a ordem estabelecida por seus conhecimentos e se depara com o passado da terra foi habilmente reciclada e enriquecida por Burton e seus roteiristas buscando sempre aproximar os macacos dos humanos numa incômoda similaridade de reações.

Os humanos de Burton raciocinam e detém certa organização, mas são submetidos pela enorme força dos macacos que os tratam como animais para atividades variadas, ao mesmo tempo em que a sociedade simiesca questiona seu posicionamento em relação aos humanos em pouco exploradas matizes ideológicas, também pouco definidas.

O filme tenta questionar as possibilidades de integração entre macacos e humanos e outras questões de posicionamento social entre os macacos, mas não se aprofunda, talvez por temer leituras sociólogicas e de grupos de pressão que poderiam enxergar nele qualquer desvio do politicamente correto.

Mark Wahlberg defende seu astronauta com muita solidez, conduzindo o filme e as reviravoltas da trama com segurança; Helena Bonham Carter parece perdida na sua macaca solidária e idealista não conseguindo um resultado interessante; e Tim Roth é o grande destaque do elenco, transformando seu pérfido macacão general, num show de representação , investindo nas possibilidades de overacting que realçaram o personagem.

LBS

Dicas da semana:
(Período de 04/08-10/08/2001)

"Lançamentos de Vídeo"

O estranho ( The Limey, 1999, Steven Sodebergh) - Um dos melhores filmes do ano de seu lançamento, a história do assassino vivido por Terence Stamp que, ao sair da prisão, resolve investigar e vingar o assassinato de sua filha é conduzida com rítmo perfeito pelo diretor que escapa de possíveis lugares comuns com utilização de tomadas de câmeras ágeis e muito bem escolhidas.

O roteiro de uma história simples se desdobra em algo muito interessante pois é temperado na medida certa com detalhes que valorizam sua ação.

O elenco é da melhor qualidade. Lesley Ann Warren e Peter Fonda defendem seus papéis maravilhosamente bem, mas os destaques são Luis Guzman, perfeito e , especialmente, Terence Stamp, que continua sendo um dos melhores atores do mundo.

Um filme que vale a pena procurar e assistir.

Cotação: ****

"Filmes na tv"

Um convidado bem trapalhão (The Party, Blake Edwards, 1968) - Uma comédia clássica com Peter Sellers num dos seus grandes desempenhos cômicos.

Cotação: ***1/2

Telecine Happy - 7/8 15: 20

Vestígios do dia (Remains of the Day, James Ivory, 1993) - Anthony Hopkins tem um dos maiores desempenhos da história do cinema como o mordomo que tem na sua profissão a razão de vida. Um filme mediano que Hopkins engrandece.

Cotação: ***1/2

Telecine Emotion - 8/8 21:45

Ilha dos prazeres proibidos ( Carlos Reichenbach, 1977) - Clássico da produção da Boca do Lixo paulistana, uma intrincada pornochanchada com tons filosóficos com boa fotografia do mestre Reichenbach.

Cotação: **1/2

Canal Brasil - 10/08 01:30

LBS

Dicas da semana:
(Período de 27/07-03/08/2001)

Amores Brutos (Amores Perros, México, Alejandro Gonzales Iñarritu, 2000) - Há filmes que realmente fazem valer apenas gostar de ir a uma sala escura de cinema e que fazem da experiência cinematográfica algo sublime quando confluem na tela talento, sensibilidade e senso cinematográfico.

Amores Perros traça, em três histórias que se confundem, episódicos momentos da vida de 5 básicos personagens que estão explodindo emoções em momentos cruciais de suas vidas numa Cidade do México, que é a imagem da metrópole, que instiga a violência.

O primeiro eixo narra a desventura de Octávio (Gael Garcia Bernal) que apaixonado por sua cunhada, Susana (Vanessa Bauche) intenta a conquistar uma nova realidade a partir da participação de seu cão em rinhas de cachorros e se vê perdido frente a desventura amorosa familiar e ao caos de conviver com o submundo.

Num segundo eixo, a modelo Valéria (Goya Toledo) enfrenta os efeitos de um terrível acidente automobilístico e o ajuste de seu relacionamento com Daniel (Alvaro Guerrero), que por ela tinha abandonado a família.

O terceiro fio condutor da história é de El Chavo (Emilio Echevarria) um homeless de passado sombrio que, em meio a revirar o lixo acompanhado de seus cachorros, se revela um reflexivo assassino profissional e a dor de estar afastado de sua filha desde muito tempo antes.

Os personagens se cruzam num ritmo frenético e atemporal que faz lembrar a estética de Pulp Fiction (Quentin Tarantino, 1995), porém se desdobra em personagens muito mais profundos em seus porquês e no desembaraço de suas histórias de vida que a estética rápida de Tarantino prefere passar ao largo – ainda que não desmereça a qualidade de seus filmes.

A direção de Iñarritu é brilhante, sóbria com a dose certa do uso dos recursos publicitários, sem que as emoções de seus personagens e a densidade da trama sejam perdidas em nenhum momento, ainda que a sequência de Valéria e Daniel não mantenha o nível do todo do filme.

O elenco se desdobra em seus personagens com excelente nível de atuação e escalação, mas cabe o destaque do jovem Garcia Bernal que defende seu Octávio com uma garra e vitalidade que seguram a densidade de seu personagem, merecedor dos louros que vem colhendo ao redor do mundo; o experiente Echevarria, consegue fazer o que se espera de um profissional que recebe um personagem com história de vida e na trama tão densa e complexa que seu Chavo.

A história do cinema provavelmente conferirá a Amores Brutos um lugar na cinematografia, pois ainda que recicle alguns “dogmas” do cinema moderno e modernoso do final do século, transcende num espetáculo vibrante visualmente e densamente construído.

É de estranhar que tenha perdido o Oscar para uma bobagem mediana como O Tigre e o Dragao (Ang Lee, 2000), mas pode surpreender esse ano, já existem campanhas na internet pleiteando indicações para Bernal, Iñarruti e Echevarria para a premiação de 2002....é quase impossível, mas....

Cotação: *****

LBS

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