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- CINEMA -
(Crítica - Maio / 2003)

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Março/03   -   Abril/03


Dicas da semana:
(Período de 24.05.2003 à 31.05.2003)

X-Men 2 (X2), de Bryan Singer, 2003 - O cinema revisita o universo dos X-Men, agora sem tanta necessidade de maiores explicações, aproveitando-se do público cativado no primeiro filme, sucesso mundial, mantendo o que de ideológico trazia já nesse primeiro lançamento, a defesa da diferença, dos excluídos.

            Magneto (Ian Mckellen) ainda está preso no início do filme, Wolverine (Hugh Jackman) ainda em busca de seu passado, Professor Charles Xavier (Patrick Stewart) continua conduzindo a escola para mutantes e Vampira (Anna Paquin) cresceu e inclusive arrumou um namorado.

            A trama inicia quando o coronel Stryker (Brian Cox), personagem há anos com envolvimento com os mutantes e com importância vital na vida de alguns deles se coloca em oposição aos Mutantes, gerando uma reação dos mesmos.

            Não seria interessante revelar mais da trama, deixando para que vocês descubram as surpresas ao longo do filme, que além de um roteiro inteligente, tem ação para todos os gostos, com poucos momentos em que não somos instigados a deixar a adrenalina fluir seja pelo movimento incessante quanto nas elucubrações que muitas cenas geram ao se imaginar um terceiro, quarto, quinto filme da série.

            O elenco recebe os reforços dos ótimos Brian Cox e Alan Cumming, que compõe brilhantemente o seu Noturno, mutante que por não conseguir se misturar aos outros humanos, devido sua cor e cauda, acaba por se isolar numa religiosidade excessiva e é cooptado pela turma do professor Xavier no início da trama.

            Uma aventura das melhores, superando o eterno problema dos roteiros quando se adaptam personagens dos quadrinhos para a tela grande, sendo visível que o diretor Synger se adaptou ainda mais ao universo dos Mutantes, conseguindo usar seu talento comprovado em filmes como “Os Suspeitos” e “O Aprendiz” para dosar ação, suspense e o drama existencial que permeiam muito dos personagens presentes nesse ótimo exemplar do cinema blockbuster.

Cotação: *** ½

Bater ou Correr em Londres (Shangai Knights), de David Dobkin, 2003 - O ator Jackie Chan vai aos poucos perdendo o que tinha de bom nos seus filmes, seu humor involuntário e sua interessante coreografia de lutas, vai se tornando repetitivo e tentando se enquadrar ao estilo americano de fazer filmes de ação, mesmo que não perca o tom de comédia que permeia os filmes do ator.

            Uma historia de vingança em que Chan e um amigo americano (Owen Wilson) resulta numa comédia de ação sem graça e que só presta aos fãs mais ardorosos dos filmes de Chan .

Cotação: * ½

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 17.05.2003 à 23.05.2003)

Tiros em Columbine (Bowling for Columbine), de Michael Moore, 2002 - Um documentário que partindo do episódio do massacre em que morreram mais que uma dezena de jovens estudantes americanos se desdobra numa crítica a cultura belicista e armamentista que está instalada no inconsciente de uma parcela do público americano.

            O documentarista Michael Moore há anos desenvolve o estilo de fazer reportagens de fundo humanista, criticando possíveis furos no american way of life, confrontando a realidade com seu agentes e, desse confronto, tirando ilações humorísticas e críticas.

            Esse premiado documentário é realizado seguindo essas máximas do trabalho de Moore, estão lá o ritmo frenético, o tom de videoclipe, a linguagem direta, o humor cáustico, o imaginário pop e, antes de tudo, a realidade americana.

            Expondo de forma indireta algumas mazelas do sistema de welfare  e atacando diretamente a venda de armas, e todo um arcabouço publicitário que incita a população a autodefesa, ao uso de armas, a convivência quase banal de crianças com armas.

            A tragédia de Columbine é exposta como ponto de partida, o sistema educacional, a formação do jovem médio é questionada, mas também redimensiona a tragédia dentro da vida americana, com a filosofia armamentista que permeia a necessidade de proteção do povo americano.

            Moore extrapola em alguns momentos, por vezes seu approach beira o sensacionalismo, algumas imagens parecem dispensáveis, ou mereciam deixar o filme numa decupagem mais eficiente, algumas de suas ações ultrapassam, algumas vezes, valores que ele mesmo defende.

            O resultado final, entretanto, vence qualquer crítica estilística, oferece um documentário amplo, direto e extremamente corajoso, toca as feridas de uma nação que se pretende a resposta ao que espera que seja a sociedade ideal.

            Uma experiência crítica, mas que combina inúmeras emoções em seus poucos mais de 100 minutos de projeção, que ressalta o quanto nós estamos sujeitos a intenções outras que não as melhores que possam existir nos seres humanos.

Cotação: ****  

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 10.05.2003 à 16.05.2003)

Confissões de uma Mente Perigosa (Confessions of a Dangerous Mind), de George Clooney, 2002 - A estréia na direção de um ator de sucessos é sempre cercada de alguma especial expectativa, seja para saber como o astro se sai do outro lado da câmera ou mesmo para entender o que entende ele por cinema, até onde seu trabalho de atuação estaria incluso nesse entendimento.

            George Clooney chega com ares de bom aluno, ligado ao talentoso e premiado Steven Soderbergh (“Traffic” e “Sexo, mentiras e videotapes”), com um roteiro do lunático do momento Charlie Kaufman (“Adaptação” “Quero Ser John Malkovich”), realiza um filme acima da média com uma história que foge aos padrões e com uma câmera sincera e ágil.

            A partir do livro escrito pelo personagem central, Chuck Barris, que mostra sua vida e amores enquanto criava shows para a televisão de enorme sucesso como o “Gong Show”, “The Dating Game”, alguns deles trazidos ao Brasil por Sílvio Santos, ao tempo que desenvolveria um trabalho como agente da CIA, sendo responsável por alguns assassinatos ao redor do mundo.

            A carga de inverosimilhança da narrativa de Barris sobre seus feitos na CIA é reforçada pela narrativa de Charlie Kaufman, que reforça a idéia do homem que além de criar novos padrões de televisão, tomou a liberdade de reescrever sua vida, quase numa tentativa de se reinventar, visto ter caído no ostracismo após uma década de sucessos.

            O elenco é repletos de participações especialíssimas, como Julia Roberts e o próprio Clooney, tem uma bom trabalho de Drew Barrymore como Penny, a companheira de uma vida de Barris e um dos melhores trabalhos de composição do cinema, o brilhante desempenho do por vezes canastrão Sam Rockwell, numa atuação intensa que se aproveita do tom farsesco que Barris empresta a sua própria vida e performance na televisão para luzir, merecendo os louvores que a crítica americana lhe renderam.

            O filme é extremamente divertido, inquietante, merecedor de ser visto com alguma atenção, com uma história que flui bem na tela, com um roteiro inteligente, reforçado pelas influências cinematográficas que Clooney amealhou em seus trabalhos com Sonderbergh, David O’Russell e os Irmãos Coen.

Cotação: *** 1/2

Lourival Sobral             


Dicas da semana:
(Período de 01.05.2003 à 09.05.2003)

Como perder um homem em 10 dias (How to Lose a Guy in 10 Days), de Donald Petrie - Um casal se une a partir de apostas que fazem de conquistar e/ou resistir a conquista, após superarem diferenças e uma sucessão de mal entendidos, confusões e questionamentos sobre posturas frente a compromissos, casamento e relacionamento.

            Essa interessante comédia parte dessa premissa simplória e muitas vezes utilizada no cinema americano e consegue, através de um bom texto e especialmente o charme de seus atores centrais (Kate Hudson e Matthew McConaughey), transformar banalidade em boa diversão, conquistando o espectador com abordagens diferentes e boas piadas.

            O diretor Daniel Petrie mantém o gosto por trabalhar em roteiros enxutos e bem escritos, ainda que seu trabalho se revele burocrático, mas sempre num tom de eficiência para fazer com que seus filmes valham a pena ser vistos.

            Um bom filme para uma tarde de sábado, agradável, romântico e que agradará diferentes faixas do público que se proponha a assisti-lo.

Cotação: ***

O Apanhador dos Sonhos (Dreamcatcher), de Lawrence Kasdan - Quatro garotos após salvarem um homem acabam por receber poderes de telepatia e telecinese que se revelam parte de um problema maior que eclodiria anos mais tarde, transformando-lhes a vida e toda a pacata cidade onde vivem.

            Adaptar Stephen King tem sido um desafio para alguns dos melhores diretores americanos e Lawrence Kasdan demonstra ousadia ao escolher um dos mais herméticos dos livros de King, repleto de suspense psicológico e de trama com alguma complexidade.

            A realização, entretanto, não conseguiu repetir outros bons trabalhos de Kasdan ( “Corpos Ardentes”, “Silverado”) que parece cansado ao realizar a fita, pois faz uso de artifícios por demais batidos em filmes do gênero, fazendo citações a clássicos como “A morte do Demônio” de Sam Raimi .

            Excetuando os fãs ardorosos de King, muitos vão estranhar o enredo e talvez não consigam uma interação e comprar com sinceridade as premissas da história, condição que é essencial para poder realmente aproveitar o filme.

            Um filme que vai apenas entrar na lista de filmes de terror, talvez ocupando alguma noite insone em um feriado prolongado perdido em meio a fitas de vídeo e baldes de pipoca.

Cotação: ** ½ 

Lourival Sobral             


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