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Os Presidentes e a República
Perfil

EMÍLIO GARRASTAZU MÉDICI - Militar, nascido na cidade de Bagé, estado do Rio Grande do Sul, em 4 de dezembro de 1905. Estudou no Colégio Militar de Porto Alegre, na Escola Militar de Realengo e na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais da Armada. Tenente do 12° Regimento de Cavalaria, em Bagé, apoiou a Revolução de 1930 e, em 1932, aliou-se às forças que lutaram contra a Revolução Constitucionalista de São Paulo. Comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, apoiou o golpe de 1964 que depôs o presidente João Goulart. Nomeado adido militar em Washington, exerceu também a função de delegado brasileiro na Junta Interamericana de Defesa Brasil-Estados Unidos. Foi chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI) em 1967 e comandante do III Exército, no Rio Grande do Sul, em 1969. Com o afastamento de Costa e Silva, teve seu nome indicado pelo Alto Comando do Exército à sucessão presidencial. Através de eleição indireta, passou a exercer o cargo de presidente da República em 30 de outubro de 1969. Faleceu no Rio de Janeiro, em 9 de outubro de 1985, aos 79 anos.

Período presidencial - Com a posse do presidente Médici, entrou em vigor a emenda constitucional n° 1, que se denominou "Constituição da República Federativa do Brasil" e incorporou as medidas de exceção previstas no ato institucional n° 5 (AI-5). O período foi marcado pelo recrudescimento da repressão política, da censura aos meios de comunicação e pelas denúncias de tortura aos presos políticos. A esquerda intensificou sua ação, com várias organizações optando pela luta armada. Durante o governo Médici, foram combatidos dois focos de guerrilha rural: Ribeira, em São Paulo, e Araguaia, no Pará. Verificou-se também a intensificação da guerrilha urbana, com assaltos a bancos, seqüestro de aviões e de diplomatas estrangeiros. Em resposta à radicalização das organizações armadas de esquerda, o governo transferiu o comando das operações repressivas para a recém-criada Operação Bandeirantes (Oban), em São Paulo, que passou a se chamar Comando de Operações de Defesa Interna (CODI) e coordenava as atividades dos Departamentos de Operações e Informações (DOIs). O aparato repressivo do governo contava, ainda, com os centros de informação das forças armadas: o Ciex, do Exército, o Cenimar, da Marinha, e o Cisa, da Aeronáutica. Nesse período, assistiu-se à desestruturação das organizações de esquerda, com a prisão, exílio ou morte de seus principais líderes.

            Na área econômica, numa conjuntura internacional favorável, observou-se o chamado "milagre brasileiro", que consistiu na grande expansão da economia brasileira, expressa no vertiginoso crescimento do PIB, na estabilização dos índices inflacionários, na expansão da indústria, do emprego e do mercado interno. Em outubro de 1970, o Brasil obteve do Banco interamericano de Desenvolvimento (BID) o maior empréstimo até então concedido a um país da América Latina. Ainda em 1970, ampliou-se o limite do mar territorial brasileiro para duzentas milhas. Nesse mesmo ano foi criado o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), lançado oficialmente o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral) e o Programa de Metas e Bases para Ação do Governo, que coordenava cerca de duzentos projetos tidos como prioritários para a política de desenvolvimento. Foi institucionalizado o Projeto Rondon, decretado o Estatuto do Índio e lançado o Plano de Integração Nacional, que previa a construção das rodovias Transamazônica, Cuiabá-Santarém e Manaus-Porto Velho.

            Em 1972 foi inaugurada a refinaria de petróleo de Paulínia, em São Paulo, a maior do país e, 1973, o Brasil assinou dois importantes acordos: com a Bolívia, para a construção de um gasoduto entre Santa Cruz de la Sierra e Paulínia, e com o Paraguai, para a construção da usina hidrelétrica de Itaipu. No ano seguinte, foi inaugurada a maior usina hidrelétrica da América do Sul, na Ilha Solteira, e a ponte Presidente Costa e Silva, ligando o Rio de Janeiro a Niterói (Ponte Rio-Niterói).

O Brasil e o mundo - O final do ano de 1969 foi marcado pela morte do líder da Aliança Libertadora nacional (ALN), o ex-deputado federal Carlos Marighela, em São Paulo. Em 1970 a minoria branca declarou a independência da Rodésia; os Beatles anunciaram o fim do grupo; o Chile elegeu seu novo presidente, Salvador Allende; 43 países assinaram o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares; e a seleção brasileira de futebol tornou-se tricampeã na Copa do Mundo realizada no México, trazendo definitivamente para o país a Taça Jules Rimet. Em 1971, a Organização das Nações Unidas expulsou Taiwan, reconhecendo a República Popular da China; Líbia, Egito e Síria formaram a Federação das Repúblicas Árabes; o governo chileno nacionalizou os bancos privados e as empresas estrangeiras que exploravam o cobre. No Brasil, Carlos Lamarca foi morto no interior da Bahia; no cinema surgiu o gênero pornochanchada e, na literatura, Érico Veríssimo lançava Incidente em Antares. Em 1972, os presidentes do Equador, José Maria Velasco Ibarra, e de Honduras, Ramón Ernes Cruz, foram depostos; Juan Domingo Perón retornou à Argentina, depois de 17 anos no exílio; Richard Nixon visitou a China, cujas relações diplomáticas com os Estados Unidos estavam rompidas desde 1949. Ainda em 1972, o mundo ficou abalado com dois graves acontecimentos: o uso de bombas de napalm contra os vietcongs e a ação terrorista da organização Setembro Negro contra a delegação israelense nas Olimpíadas de Munique. No Brasil, era lançado mais um semanário de oposição, o Opinião, estreava a primeira novela em cores, O bem amado, de Dias Gomes, na TV Globo; e morria a atriz Leila Diniz, em acidente de aviação. Em 1973, encerrou-se oficialmente a guerra do Vietnã, mas o cessar-fogo não foi obedecido; o presidente chileno Salvador Allende foi morto durante golpe militar; a Argentina elegeu Perón e Isabelita, sua esposa, presidente e vice-presidente da República; árabes e israelenses iniciaram a guerra do Yom Kippur; na Grécia, Papadopoulos, proclamou a República mas foi derrubado por golpe militar. No Brasil, ocorreu o I Festival de Cinema de Gramado; Gianfrancesco Guarnieri escreveu Um grito parado no ar e Leon Hirzman adaptou para o cinema São Bernardo, de Graciliano Ramos. Em janeiro de 1974, teve início no país a censura prévia de rádio e televisão.

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