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Os Presidentes e a República
Perfil

JOSÉ SARNEY DE ARAÚJO COSTA - Advogado, nascido na cidade de Pinheiro, estado do Maranhão, em 24 de abril de 1930. Elegeu-se suplente de deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD), assumindo o mandato em 1956 e 1957. Foi deputado federal (1959-1966) pela União Democrática Nacional (UDN) e, com extinção dos partidos políticos e a imposição do bipartidarismo pelo AI-2, em 27 de outubro de 1965, ingressou na Arena, partido de sustentação do regime militar. Elegeu-se governador do Maranhão (1966-1970) e senador (1971-1985). Tornou-se presidente da Arena, em 1979 e, no ano seguinte, com a instalação do pluripartidarismo, do Partido Democrático Social (PSD). Em 1980 foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras. Em 1984, juntamente com outros dissidentes do PDS, passou a integrar a Frente Liberal, que o lançou como vice-presidente da República na chapa de Tancredo Neves, do PMDB, tendo sido eleito pelo Colégio Eleitoral em janeiro de 1985. Assumiu inteiramente a presidência, em 15 de março de 1985, em virtude da doença de Tancredo Neves e, com a morte de Tancredo, em 21 de abril, foi efetivado no cargo. Após o término de seu mandato presidencial, elegeu-se duas vezes senador pelo Amapá (1991-2003), exercendo a presidência do Senado de 1995 a 1996.

Período presidencial - O governo do presidente Sarney foi marcado, sobretudo, por duas grandes tarefas que se impunham ao país: reconstruir a democracia e enfrentar a crise inflacionária. Assim em 1º de fevereiro de 1987 instalava-se a Assembléia Nacional Constituinte, iniciando suas atividades sob a liderança do deputado Ulisses Guimarães. A nova Constituição foi promulgada em 5 de outubro de 1988, tendo sido a mais democrática da história brasileira. A Carta estabeleceu eleições diretas em dois turnos para presidente, governador e prefeitos, adotou o presidencialismo como forma de governo, afirmou a independência dos três poderes, restringiu a atuação das forças armadas, estendeu o voto aos analfabetos e maiores de 16 anos, universalizara o direito de greve, entre diversas outras garantias civis, sociais e trabalhistas, deixando lacunas, no entanto, no que se refere à reforma agrária. 

            No plano econômico, o governo Sarney anunciou, em 1º de março de 1986, uma ampla reforma monetária que ficou conhecida como Plano Cruzado, em referência à nova moeda implantada. Comandado pelo ministro da Fazenda Dílson Funaro, e considerando heterodoxo por deferir dos planos recomendados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), tinha como medidas de estabilização econômica o congelamento de preços e salários, o abono de 8% para todos os trabalhadores, o “gatilho” salarial a cada vez que a inflação ultrapassasse 20% e, o incentivo à produção funcionaria como um instrumento de distribuição de renda, aumentando o poder de compras dos salários. Inicialmente, os resultados foram positivos, com a inflação inferior a 2% ao mês. Todavia, em dezembro daquele ano, foram avaliados como um aquecimento excessivo da economia. E, fevereiro de 1987, as reservas cambiais caíram rapidamente e o ministro Funaro suspendeu os pagamentos dos juros da dívida externa aos bancos privados, enquanto a inflação atingia um patamar de 365,7% anuais. A moratória foi suspensa em novembro, quando o Brasil pagou 500 milhões de dólares ao FMI. Em janeiro de 1988, o novo ministro da Economia, Luís Carlos Bresser, promoveu um outro plano de estabilização, que ainda assim, não conteve a inflação, cujo índice girou em torno de 1.000% naquele ano. Em janeiro de 1989, um terceiro programa econômico foi anunciado pelo governo, batizado de Plano Verão, porém o ano encerrou-se com a taxa anual de inflação de 1.764,86%.

            O Brasil vivia então os efeitos da crise que atingiu amplamente América Latina e a recessão mundial atingiru as exportações brasileiras. Em conseqüência, verificou-se a diminuição dos investimentos públicos, traduzidos em cortes orçamentários, e a retração da iniciativa privada, dadas as altas taxas de juros e a reduzida perspectiva de consumo.

            Destacou-se, nesse período, a criação do Ministério da Cultura, em 15 de março de 1985, obedecendo, segundo o decreto que originou, à “situação atual do Brasil” que não poderia prescindir de uma “política nacional de cultura, condizente com os novos tempos e com o desenvolvimento já alcançado pelo país”. Na política externa, foram reatadas relações diplomáticas com Cuba e assinado o protocolo do Mercosul, em conjunto com Argentina e o Uruguai.

O Brasil e o mundo - Em 1985, assinalou-se a retirada de tropas israelenses do Líbano e a criação, em São Paulo, da primeira Delegacia de Defesa da Mulher. Em 1986, o cometa Halley passou pela terra; o primeiro-ministro de Israel, Shimon Peres, reconheceu a Nação palestina; e Fernanda Torres conquistou o prêmio de melhor atriz em Cannes, com o filme Eu sei que vou te amar, de Arnaldo Jabor. No primeiro dia de 1987, estudantes chineses protestaram na Praça da Paz Celestial, e ainda no primeiro semestre desse ano, anunciava-se na França a descoberta da vacina contra a esquistossomose. Em agosto faleceu o poeta Carlos Drummond de Andrade, e em setembro ocorreu o acidente co césio 137 em Goiânia. Em 1988 foi comemorado o centenário da abolição da escravidão no Brasil e, na África do Sul, um milhão de negros entraram em greve; os Estados Unidos tornaram pública a descoberta de uma nova galáxia, a 15 bilhões de anos-luz e, em dezembro, foi assassinado, no Acre, o ecologista e sindicalista Chico Mendes. Em 1989 comemorou-se o centenário da República no Brasil e o bicentenário da Revolução Francesa. O Muro de Berlim caiu, após uma revolução pacífica que terminou com o regime comunista da Alemanha Oriental. Era o marco inicial do fim do socialismo autoritário nos países do Leste Europeu e na União Soviética. No Brasil, realizou-se a primeira eleição direta para presidente da República após o regime militar, e o candidato Fernando Collor de Melo derrotou Luís Inácio Lula da Silva, no segundo turno eleitoral.

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