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(Crítica - Agosto
/ 2004)
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Dicas da semana:
(Período de 08.08.2004
à 14.08.2004)
Fahrenheit 11 de Setembro (Fahrenheit 09/11), de Michael Moore, 2004 - O que dizer de um filme que tem como finalidade impedir a reeleição do presidente da grande potência econômica e militar? Seria planfetário? Que grau de acurácia poderia ter esse filme? Essas perguntas estão presentes na sala de espera para assistir esse trabalho do diretor Michael Moore ("Roger e eu" e "Tiros em Columbine")
O que se vê na tela é bom cinema, bem contado, com um humor inteligente e mordaz, no melhor estilo que consagrou seu diretor. As histórias por trás dos lamentáveis atentados de 11 de setembro de 2001 é contado com um pano de fundo que às vezes nos choca, nos faz rir e até gargalhar.
Moore denuncia a incompetência do Governo Bush que teria se descuidado da segurança nacional e a utilização dos atentados para criar uma política de medo que serve ao controle social e limitação das liberdades individuais tão caras à população americana, outrora pioneira na briga por valores como a garantia da liberdade individual e resguardo da intimidade.
De tão incisivo, o diretor chega a alguns absurdos que atingem as suas denúncias ao tentar vender um Iraque que antes da invasão americana seria quase o paraíso na terra, uma terra de liberdade e felicidade, bem diversa do que parece ser a realidade.
Outro defeito perceptível é que o filme resvala no sensacionalismo ao mostrar a história de uma mãe nacionalista que no processo de filmagem do documentário recebeu a notícia da morte seu filho na guerra e muda diametralmente de opinião sobre a guerra e o governo Bush.
Como espetáculo cinematográfico, o filme tem grandes qualidades, bom ritmo, imagens inéditas e uma contundência que faz com que não se sinta o tempo passar, tal é a qualidade do documentário e as informações de relevância que são feitas a cada segundo.
Michael Moore fez um filme partidário, mas antes de tudo fez um ótimo espetáculo, passível de questionamentos ideológicos, mas dificilmente será questionada sua qualidade artística.
Cotação:
****
Lourival Sobral
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