O filme é um encontro da nova Rússia com a antiga União Soviética. Tanya é modelo fotográfico, belíssima e manteve anos caso com executivo com um pé na máfia russa, Mishka vive na cidade de infância dos dois, leva uma vida extremamente simples distante da vida globalizada de Moscou. Os valores sisudos do velho país não se chocam com a liberdade capitalista.

            A narrativa traça um painel na vida do interior e do rebuliço trazido pelo casamento, os personagens interagem com o evento ao sabor de seus pontos de vista e seus sentimentos e, ao final, todas emoções terão passado na tela do cinema.

            O bom diretor Lounguine, mantém o estilo que o consagrou com o supervalorizado “Taxi Blues”, tira sorrisos de cenas por vezes dramáticas, mas que são sempre tratadas com bom gosto e leveza para que, ainda que levem a reflexão, não emprestem ao filme uma chatice desnecessária.

            O elenco está satisfatório e os protagonistas correspondem às expectativas: Basharov é ator talentoso e consegue fazer de seu Mishka um personagem que é toda simpatia, enquanto Mironova é uma mulher belíssima, o que é suficiente para garantir a atração que toda a cidadezinha tem por sua Tanya, sua vida em Moscou e suas ligações com a máfia russa.

            Uma boa surpresa que pode ser vista nas locadoras de vídeo e que ainda freqüenta ciclos de filmes em cinematecas e eventualmente mostra presença nas televisões por assinatura. Um bom programa, em qualquer dos veículos, para quem deseja um filme simples de narrativa ágil e tocante.