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- Cinema -
(Crítica - Junho / 2004)

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Dicas da semana:
(Período de 06.06.2004 à 12.06.2004)

Diários de Motocicleta, de Walter Salles, 2004 - A história da viagem de Ernesto “Che” Guevara e Alberto Granado pela Cordilheira dos Andes em uma motocicleta, “La Poderosa” é a base para o novo filme do diretor Walter Salles (“Central do Brasil”).

            O roteiro tenta buscar a influência da viagem na formação daquele que viria se tornar um mito para a esquerda latino-americana. Na viagem, o futuro “Che” defronta-se com a miséria e exploração, especialmente da comunidade indígena dos diversos países que visitou.

            O Guevara vivido pelo mexicano Gael Garcia Bernal  (“Amores Brutos”, “E sua Mãe Também” e “O Crime do Padre Amaro”) é um jovem que deixa sua cidade natal para um rito de passagem e que, no percurso, acaba por descobrir uma realidade que intuía existir, mas que era muito mais dura quando diretamente confrontada.

            Ao seu lado na viagem o químico e fotógrafo Alberto Granado vivido pelo Rodrigo de La Serna, “el Gordo”, fanfarrão e mulherengo que intenta cumprir seus 30 anos durante a viagem e é aquele que, apesar da percepção aguçada da realidade, ainda mantém uma forte necessidade de gozar a vida,  não importasse que problemas houvesse.

            O diretor Salles narra história com competência e talento, foca o road movie no rito de passagem que a viagem significou para os viajantes a descoberta de suas essências, mas sem esquecer de contar a história, de empreender uma narrativa enxuta que emociona a cada fotograma. Não há maiores seqüências lacrimogênicas, a emoção é passada na delicadeza de tratar cada pequeno fragmento da jornada dos protagonistas.

            Um filme que mereceu o reconhecimento dos festivais de Cannes e Sundance, um cinema diverso do buscado no mundo do “cinema de autor”, mas que revela a viabilidade de um cinema latino-americano que lida com a emoção e com suas histórias lhes emprestando caráter universal, o cinema de “Central do Brasil”, “O Filho da Noiva”, “Kamchakta” e “O Caminho das Nuvens”.

Cotação: **** ½ 

Lourival Sobral        


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