Área Cultural Área Técnica

 Ciência e Tecnologia  -  Colunistas  -  Cultura e Lazer
 Educação  -  Esportes  -  Geografia  -  Serviços ao Usuário

 Aviação Comercial  -  Chat  -  Downloads  -  Economia
 Medicina e Saúde  -  Mulher  -  Política  -  Reportagens

Página Principal

Religião
12 / junho / 2005


SANSÃO, A SENSUALIDADE, O MOSTO E O VINHO – PARTE III
A
ÚLTIMA PARTE


        Há três coisas que impressionam na história de Sansão. A primeira diz respeito ao ser espiritual que anunciou seu nascimento; esse tema foi tratado na Parte I deste ensaio; a segunda, refere-se à multiforme sabedoria de DEUS: O ESPÍRITO SANTO fez de Sansão o exército de um homem só.  

        Ao contrário do que é veiculado na cultura mundana – mundanité - , a escravidão do pecado iguala os homens, tornando-os imagem e semelhança da torpeza que cometem. São todos iguais na forma de ser e agir os tiranos, os pedófilos, os desregrados sexuais. Por sua vez a liberdade de Deus  faz sobressair a individualidade do ente humano.  

        C. S. Lewis diz que o ESPÍRITO SANTO é como o sal que, preservando a mesma essência, realça o sabor diferenciado dos alimentos como a carne, o repolho, a sopa. Assim também DEUS quando enche a vida de uma pessoa faz sobressair a sua essência e verdadeira individualidade, livre das torpezas do pecado que escraviza e engana. 

        Fato é que o próprio DEUS, na pessoa de JESUS, visitou Manoá e a mãe de Sansão para anunciar o filho e, que o ESPÍRITO DE DEUS tomou Sansão de forma única; jamais se viu nada igual àquilo que DEUS fez da vida dele, a exemplo de ter arrancado as portas de Gaza com ferrolhos e dobradiças. Quem assistiu “Cruzada” e viu as portas de Jerusalém pode ter referencial da façanha.  

        Contudo, Sansão tinha um ponto fraco: mulheres filistéias. À princípio seria possível inferir, pela força física, que Sansão era xucro, ignorante. Mas não; Sansão elaborava enigmas que os homens frustravam-se na tentativa de decifrar. Depois de sete dias os filisteus só conseguiram saber o significado de um enigma, tema de uma aposta, corrompendo sua recém esposa, então filistéia.  

        Mas foi Dalila quem conseguiu entregar Sansão nas mãos de seus inimigos filisteus – Juízes, Capítulo 16, Versículos 4 a 21:  

“Depois disto, aconteceu que se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ela e lhe disseram: Persuade-o e vê em que consiste a sua grande força e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o subjugarmos; e te daremos cada um mil e cem siclos de prata. Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem subjugar. Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda não secos, então me enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem. Os príncipes dos filisteus trouxeram a Dalila tendões frescos, que ainda não estavam secos; e com os tendões ela o amarrou. Tinha ela no seu quarto interior homens escondidos. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Quebrou ele os tendões como se quebra o fio da estopa chamuscada; assim, não se soube em que lhe consistia a força. Disse Dalila a Sansão: Eis que zombaste de mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora, com que poderias ser amarrado. Ele lhe disse: Se me amarrarem bem com cordas novas, com que se não tenha feito obra nenhuma, então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Dalila tomou cordas novas, e o amarrou, e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tinha ela no seu quarto interior homens escondidos. Ele as rebentou de seus braços como um fio. Disse: Dalila a Sansão: Até agora, tens zombado de mim e me tem dito mentiras. Declara-me, pois, agora, com que poderias ser amarrado? Ele lhe respondeu: Se teceres as sete tranças da minha cabeça com a urdidura da teia e se as firmares com pino de tear; então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Enquanto ele dormia, tomou ela as sete tranças e as teceu com a urdidura da teia. E as fixou com um pino de tear e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Então, despertou do seu sono e arrancou o pino e a urdidura da teia. Então, ela lhe disse: Como dizes que me amas, se não está comigo o teu coração? Já três vezes zombaste do mim e ainda não me declaraste em que consiste a tua grande força. Importunando-o ela todos os dias com as suas palavras e molestando-o, apoderou-se da alma dele uma impaciência de matar. Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me enfraquecerei e serei como qualquer outro homem. Vendo, pois, Dalila que já ele lhe descobrira todo o coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: subi mais esta vez, porque, agora, me descobriu ele todo o coração. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ter com ela e trouxeram com ele o dinheiro. Então, Dalila fez dormir Sansão nos joelhos dela e, tendo chamado um homem, mandou rapar-lhe as sete tranças da cabeça, passou ela a subjugá-lo; e retirou-se a sua força. E disse ele aos filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez como dantes de me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o Senhor se tinha retirado dele. Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos, e o fizeram descer a Gaza; amarraram–no com duas cadeias de bronze, e virava um moinho no cárcere. E o cabelo da sua cabeça, logo após ser parado, começou a crescer de novo.”  

        A Bíblia testifica que Salomão foi o homem mais sábio que existiu sobre a face da terra; infelizmente, testemunha também que ele se tornou idólatra por indução de suas mulheres estrangeiras, provenientes de nações idólatras. A Bíblia, desde Moisés, sempre proibiu aos israelitas casarem-se com mulheres estrangeiras.

        O drama de Sansão começa com o verbo “afeiçoar”. Afeiçoou-se à Dalila. O propósito de DEUS na vida de Sansão era municiá-lo com poder para ser instrumento de libertação. DEUS sempre age para libertar seu povo.  

        O jugo filisteu sobre Israel era resultado do pecado da nação que clamou a DEUS e arrependeu-se de seus pecados. A resposta de DEUS foi Sansão, filho de Manoá, da tribo de Dã, uma das doze tribos de Israel; homem a quem DEUS dera um segredo. O diabo quer saber os segredos de DEUS para preservar a porta da liberdade trancada.  

        Sansão conhecia o DEUS que visitara seus pais, conhecia a lei do seu DEUS; sabia da proibição de envolver-se com mulheres estrangeiras. Mas Sansão cria na sua capacidade de discernimento, ainda que afrontando ensinamentos do DEUS ALTíSSIMO, daí enganar Dalila por três vezes.  

        Por três vezes também teve oportunidade de sair livre. Mas não percebeu que o ESPÍRITO DO SENHOR o havia deixado. Em verdade o ESPÍRITO SANTO, na maioria das vezes em que atua, caracteriza-se pela sutileza e pela suavidade... Até no momento de deixar Sansão. 

        Pergunta-se, como Sansão deixou de perceber que Dalila estava mancomunada com os filisteus para lhe entregar, a despeito de haver resistido por tanto tempo? A resposta está em Oséias, Capítulo 4, Versículo 11:  

A sensualidade, o vinho e o mosto tiram o entendimento.”  

        A lei do SENHOR é perfeita. DEUS sabe que existe um limítrofe em que o homem consegue deter o controle das próprias faculdades, das próprias convulsões internas; da mesma forma, sabe que a sensualidade bloqueia a capacidade de discernir e configura o blackout da razão. 

        O texto acima associa a revelação do segredo com a entrega do coração. Esse foi o maior erro de Sansão: Deu o centro das suas emoções à pessoa errada. Assim diz o ALTÍSSIMO em Provérbios, Capítulo 23, Versículo 26:  

Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos se agradem dos meus caminhos.  

        A queda de Sansão é metáfora das conseqüências do pecado. Primeiro vem a cegueira - perda da capacidade de enxergar. Segundo, a escravidão - rodar um moinho em círculo para voltar ao mesmo lugar, como pessoas que gravitam em torno da própria miséria e, enfim, a morte. 

        Se a sua liberdade pudesse lhe fazer uma única pergunta seria esta: A quem você dará seu coração?

DEUS TE ABENÇÔE! 


POR:
BRUNO ANÍBALL, COLUNISTA DO PORTAL BRASIL®


Leia outras colunas do Dr. Bruno ==>
CLIQUE AQUI


FALE CONOSCO ==> CLIQUE AQUI